São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Banco Central
"A reportagem "Sem Bevilaqua, BC melhora a sua comunicação com mercado" (Dinheiro, 2/4) alega que a minha substituição na Diretoria de Política Econômica -Dipec- do Banco Central do Brasil "já serviu para o BC melhorar sua comunicação com o mercado financeiro". Para amparar sua conclusão, o texto recorre a considerações anônimas de caráter impressionista, como a ausência de "bate boca entre Bevilaqua e algum desavisado que discordasse das análises do Banco Central" ou o fim do "tom imperial que vigorava antes". Assim, não há como contestar supostas alegações de algum(ns) participante(s) das reuniões, pois não sei em que consistem os argumentos. Gostaria, entretanto, de fazer reparo a duas afirmações um pouco mais objetivas feitas no texto:
a) Um "sinal de mudança" na comunicação foi "a apresentação feita pelo diretor de Política Monetária Rodrigo Azevedo", supostamente em contraste com o passado quando o diretor "ficava sentado à mesa" e "o papel de interlocutor cabia exclusivamente a Bevilaqua". A afirmação não é correta. Nas 14 reuniões que tive com analistas, sempre tive a sorte de contar com o auxílio de outros diretores na explanação. O diretor Rodrigo Azevedo seguramente foi quem mais participou dos debates no período;
b) "Até o presidente do BC, Henrique Meirelles, costumava ficar em segundo plano nas reuniões conduzidas pelo ex-diretor". A condução das reuniões pelo diretor da Dipec é uma das atribuições de rotina do cargo. É um absurdo supor que o dirigente máximo do BC deva desempenhar tarefas que cabem a seus subordinados ou que ele possa estar sujeito a qualquer tipo de restrição no formato de sua participação em reuniões.
Ao longo dos últimos anos houve uma melhora objetiva na comunicação do BC com o mercado, que pode ser atestada pelos resultados alcançados. É possível que, ao obter esses resultados inquestionáveis, o BC não tenha agradado a todos os participantes do mercado. No entanto, os resultados certamente não teriam sido obtidos se a política de comunicação com o setor privado tivesse o grau de deficiência que a reportagem tenta fazer crer que existia até o início do mês passado.
Nada disso pressupõe que não haja espaço para melhoras adicionais ou críticas bem-vindas. Tenho certeza de que, por critérios objetivos, e não com avaliações anônimas e impressionistas, constataremos ao longo dos próximos anos que a comunicação da instituição com o mercado continuará melhorando durante a gestão na Dipec do competente e experiente economista Mário Mesquita."
AFONSO BEVILAQUA, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Leia na seção "Erramos".

Caos aéreo
"Estamos vendo, pela primeira vez, com a insubordinação dos controladores de vôo, como o presidente Lula e seus ministros lidam com uma crise. O que seria facilmente resolvido está se transformando numa crise institucional sem precedentes no Brasil. Tudo por desconhecimento do presidente."
ANGELO RAPOSO (São Paulo, SP)

Sobel
"O rabino Henry Sobel é importante liderança religiosa, não apenas para a comunidade judaica de São Paulo como para todos os brasileiros (independentemente da fé de cada um) e para muitos judeus que não residem no Brasil. Ele empenhou-se com destemor na luta pela redemocratização na época do regime militar e tem adotado posicionamentos pela paz entre Israel e os palestinos e pelo estabelecimento de um Estado palestino. Por isso e muito mais do que ele tem feito, merece neste momento de provação nosso apoio e solidariedade."
PAUL SINGER, secretário nacional de Economia Solidária (Brasília, DF)

"Quero solidarizar-me com o sofrimento de meu amigo rabino Henry Sobel. Devemos muito a esse grande homem, pela sua luta, ao lado, muitas vezes, de dom Paulo Evaristo, contra as arbitrariedades da ditadura militar e depois, já vencido o passado de chumbo, contra a violência de nossas instituições que, na verdade, não servem ao povo, mas àqueles que detêm o poder.
O lamentável fato que ocupou o noticiário dos meios de comunicação não foi praticado por Henry Sobel, na consideração de que, por motivos que ignoramos, ocorrera então um desvio de personalidade a que todos nós poderemos estar sujeitos em determinadas circunstâncias. Acredito que a Justiça americana saberá fazer semelhante avaliação."
HÉLIO BICUDO, Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (São Paulo, SP)

"O rabino Henry Sobel é um dos mais importantes religiosos de nossa história contemporânea e sua vida o torna merecedor de apoio e carinho de todos nós nesse momento difícil de sua vida."
RAUL CUTAIT, ex-presidente do Conselho Médico do Hospital Sírio Libanês e professor da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

Declaração
"O leitor Haroldo Pereira comentou ontem minhas declarações à Folha. Pela forma absolutamente honesta, mas resumida, que o jornalista Paulo Sampaio deu ao meu pensamento, é possível a interpretação do leitor Haroldo. Mas não é exatamente o que penso. Minha opinião vem da idéia que tenho que o policial deve cumprir a lei, mas tem que ser, também, sagaz e experiente. Evidente que a história não fechava quando o acusado disse, espontaneamente, que tinha mais três gravatas no carro. Ora, qualquer policial que não seja robô ou obtuso desconfia que a pessoa em questão pode estar fora de si e vai a fundo para saber do que se trata, sobretudo, como eu deduzo, depois de apertar todos os botões do mundo e constatar nada que pudesse desabonar o acusado."
JOSÉ GREGORI, presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos (São Paulo, SP)

Contas
"A Folha cita Paulo Maluf na reportagem "STF pode frear..." (Brasil, 1º/4, pág. A10) e não ouviu o ex-prefeito de São Paulo, como determina o Manual de Redação do jornal. Paulo Maluf já declarou centenas de vezes que não tem e nunca teve conta no exterior."
ADILSON LARANJEIRA, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

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