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Viagem
"Diferentemente do que insinuou a nota "Liberou geral" ("Painel", pág. A4, 1º/4), o ministro da
Defesa, Nelson Jobim, não foi levado a Trancoso em avião da FAB para passar o fim de semana.
Conforme agenda amplamente
divulgada à época, o ministro usou
avião da FAB para atender a compromissos oficiais em Ilhéus e Porto Seguro (1º/11), onde vistoriou os
respectivos aeroportos e encontrou-se com líderes locais.
Dessa visita resultou posteriormente autorização de obra e liberação de vôos provenientes de Congonhas para a região. Na segunda-feira, houve deslocamento de Ilhéus
para Salvador para visita oficial do
ministro a unidades da Marinha na
capital baiana, com retorno a Brasília na mesma data."
JOSÉ RAMOS , assessor especial de comunicação
social do Ministério da Defesa (Brasília, DF)
Saúde
"Foi com grande satisfação que vi
um grande jornal deste país enfim
tratar o assunto de saúde pública
com objetividade ("Médicos em falta", Opinião, 2/4).
Vivemos, atualmente, num país
de hipocrisias, no qual uma juíza
determina que nenhum doente poderá enfrentar filas, mas esse mesmo Judiciário não determina a isonomia de salários entre juízes e
médicos.
Essa seria a solução para a saúde
do Brasil. Solucionaria a falta de
profissionais e melhoraria a qualidade do atendimento no serviço
público. Os médicos brasileiros devem ter um ganho digno e mínimas
condições de trabalho.
Quais são, afinal, as prioridades
deste país?"
MARCOS ROMERO (Ponta Grossa, PR)
Tibete e Olimpíada
"Quanta hipocrisia! O povo tibetano sofrendo sob uma ditadura
cruel, e o mundo pensando se vai
boicotar ou não a Olimpíada.
É claro que o poder econômico
fala mais alto. E os atletas, teriam
coragem de fazer um boicote individual e abrir mão de fama e de dinheiro -e claro, dos seus sonhos-
para, quem sabe, dar uma esperança a esse povo que está sofrendo?"
MARCUS LUCIANO VILLAR (Itapevi, SP)
"Os Jogos Olímpicos, às vezes,
são disputados em cidades de países com problemas políticos, étnicos e até raciais.
Em Montreal-76, havia a questão
do Québec. Em Barcelona-92, os separatistas bascos. Em Sidney-2000,
a questão aborígene. Mas em nenhuma delas a imprensa brasileira
tratou o assunto como trata agora
os jogos de Pequim por causa do
Tibete.
A China é uma ameaça à supremacia dos EUA, mas, em 76, não se
falou em boicote caso Québec não
se separasse; em 92, os bascos ficaram falando sozinhos, e, em 2000,
ninguém se recusou a ir nadar em
Sidney caso os aborígenes não tivessem as suas terras devolvidas.
Estará nossa imprensa recebendo ordens da av. Pennsylvania,
1.600, Washington, DC?"
CAMILO JUNQUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)
Dengue
"Interessante a proposta do iluminado governador Sergio Cabral
de trazer médicos de Cuba para o
tratar vítimas da dengue.
É óbvio que o caos da assistência
médica carioca se deu por falta de
médicos. Olhando por esse prisma,
vamos convidar também alguns
professores. E uns policiais... Ah, e
não vamos esquecer de uns bons
administradores."
HUMBERTO SALGADO FILHO , médico
(São Paulo, SP)
Células-tronco
"A ilustração de Carvall no "Tendências/Debates" de 1º/4 define
sem palavras a relação entre a Igreja Católica e os portadores de necessidades especiais na questão do
uso da células-tronco embrionárias
em pesquisas científicas.
Além de precisarem lutar contra
barreiras arquitetônicas e físicas
para terem direito à dignidade humana, os portadores de diferenças
têm que lutar contra as barreiras
dogmáticas defendidas por uma
parcela da igreja."
FRANCISCO CARLOS KUNESKI (Florianópolis, SC)
Umbanda
"Não me convenceu nem um
pouquinho a ligeireza historiográfica com que o caderno Mais! de domingo passado decidiu abraçar a
versão mediúnica que define 1908
como o ano de fundação da umbanda, antecipando para 2008 a comemoração de seu centenário -e, de
quebra, atribuindo a um único indivíduo a autoria de um feito sabidamente coletivo.
A crer na reportagem de Marcelo
Beraba, a fundação da umbanda, de
repente e sem mais aquela, salta de
um fundo histórico de ação coletiva, de contornos temporais imprecisos (década de 1920), para o status improvável de uma religião que
saberia "com exatidão" não só o ano
mas também o mês e o dia de sua
fundação, por um indivíduo em
particular: 15 de novembro de 1908,
"exatos (sic) 19 anos após a Proclamação da República"."
ANTÔNIO FLÁVIO PIERUCCI, professor titular do Departamento de Sociologia da USP (São Paulo, SP)
Indústria
"Em relação ao resultado de março da Sondagem da Indústria, da
FGV, a Folha publicou a reportagem "Indústria pode não suprir demanda, diz FGV" (Dinheiro, 1º/4),
que contém uma interpretação distorcida do que foi dito por mim na
coletiva de imprensa.
Sobre o ano de 2008, afirmei que
o resultado da Sondagem de março
sinalizava a retomada de um ritmo
de atividade semelhante ao vigente
em boa parte do segundo semestre
de 2007, correspondente a uma taxa superior a 6% ao ano. Questionado pelos jornalistas, afirmei que,
caso esse ritmo fosse mantido nos
próximos meses, o risco de observarmos problemas de esgotamento
de capacidade em segmentos específicos da indústria aumentaria.
Questionado sobre o crescimento de longo prazo da economia brasileira, afirmei que o país estaria
criando condições para crescer sustentadamente a uma taxa próxima
de 5% ao ano, mas que, durante a
fase de transição, seria natural certa cautela com taxas de crescimento superiores a isso. Em nenhum
momento eu disse que não teríamos condições de crescer 5% especificamente no ano de 2008.
Esta não chega a ser tarefa difícil,
em virtude do efeito estatístico do
"carregamento" de crescimento do
ano passado e de haver margem para algum aumento do nível de utilização da capacidade neste ano."
ALOISIO CAMPELO JÚNIOR , coordenador de Sondagens Conjunturais do IBRE-FGV (São Paulo, SP)
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