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TARIFAS ELEVADAS
Pesquisa realizada pela Fundação Procon de São Paulo com
dez bancos brasileiros mostrou que
as tarifas cobradas dos clientes podem apresentar diferenças de até
370%, como nos casos das importâncias exigidas quando da abertura
de contas especiais ou de emissão de
segunda via de cartão magnético.
O levantamento também detectou
um fato digno de nota: a tarifa bancária média de 20 produtos e serviços
subiu 11,73% entre os meses de setembro de 2003 e março de 2004. No
entanto, ao longo do mesmo período, a inflação medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor,
apurado pelo IBGE, foi de 3,97%. É
difícil entender as razões que levaram a um aumento das tarifas tão
acima do índice de inflação, especialmente num contexto em que o sistema financeiro tem auferido lucros
extraordinários e cobra, no crediário,
taxas de juros e "spreads" reconhecidamente altos.
Há estudos que indicam que a simples cobrança de tarifas já assegura a
muitos bancos rendimento suficiente para saldar seus compromissos
com a folha salarial. Nos últimos
anos, mais e mais serviços passaram
a ser tarifados. O mesmo Procon informa que, em 1996, 67% dos bancos
cobravam pela renovação do cadastro de pessoa física para contas correntes especiais. Atualmente, o percentual é de 90%.
Essa realidade reforça a impressão
de que a mobilidade dos clientes em
busca de melhores tarifas e condições creditícias não é um traço marcante de nosso sistema bancário. De
fato, analistas do próprio setor acreditam que no Brasil a adesão de uma
pessoa a um banco cria laços que
tendem a se perpetuar. Há uma série
de fatores que contribuem para desestimular clientes a trocar com mais
freqüência de instituição bancária.
Seria um exagero afirmar que não
existe concorrência entre bancos,
mas não há nenhuma dúvida de que
em certos casos, notadamente no
segmento de pessoas físicas, ela está
muito aquém do desejável.
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