São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Lula e as passagens
""Leviandade". Assim se deve definir a fala do presidente Lula em relação à farra das passagens (Primeira Página, ontem). Como pode dizer que a coisa "sempre foi assim"? Há pessoas de bem no Brasil que não têm nem como pagar uma passagem de ônibus para visitar parentes próximos.
E a farra continua. Até que uma comissão seja criada, se gaste muito com reuniões e conclua-se que tudo está certo: os deputados e senadores podem, sim, oferecer passagens para a mulher, a mãe, a sogra, o sogro, o cunhado..."
AGNELO CAMPOS (Pirangi, SP)

"Não estranhei o entendimento do senhor presidente quanto ao uso indevido de passagens pelos senadores e deputados. Querer criticar o presidente por isso é pura "hipocrisia", afinal, seu pensamento está plenamente coerente com o que ele disse em um hotel em Paris sobre o uso de caixa dois: que era e sempre foi prática comum."
PAULO T. J. SANTOS (São Paulo, SP)

Auxílio-privilégio
"Pois é, sobre o tratamento especial que tiveram familiares de magistrados (furar filas de embarque e serem dispensados de abrir malas na alfândega), o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, proclamou que "o auxílio se presta nos aeroportos, sem nenhuma conotação de privilégio".
É muita cara-de-pau. Se isso não é privilégio, o que seria?"
JOÃO BERTOLDO DE OLIVEIRA (Campinas, SP)

Terra
"Que bom se a Polícia Federal desalojasse os invasores de fazendas com a mesma presteza com que despejou os agricultores brancos da reserva Raposa/Serra do Sol, estes, sim, verdadeiros agricultores sem terra a partir de agora por obra de autoridades cegas."
MILENA COSTA (Porto Alegre, RS)

Dilma
"A campanha da ministra Dilma Rousseff à Presidência está a pleno vapor, com o patrocínio explícito do governo federal. Prefeitos são convocados a Brasília e verbas públicas são distribuídas ou prometidas, em escancarado clima eleitoral.
A ministra e o presidente não fazem segredo da candidatura, mas a Justiça Eleitoral, que por muito menos tem cassado prefeitos e vereadores, agora finge nada ver, nada ouvir e nada saber, porque o Brasil continua o mesmo: as leis rigorosas são aplicadas apenas aos ladrões de galinha da política e a alguns adversários incômodos."
JOEL GERALDO COIMBRA (Maringá, PR)

Maconha
"Exatamente como no ano passado, por meio de uma "malandragem" judicial, a Marcha da Maconha foi proibida no último segundo. É uma estratégia que visa impedir que qualquer ação jurídica possa ser tomada antes da data do evento.
Ainda resta alguma dúvida de que as pessoas que impedem a Marcha da Maconha sabem que os argumentos para a sua proibição são antidemocráticos? Por qual outro motivo fugiriam assim de um embate jurídico? Tem gente no nosso país que ainda não engoliu o projeto democrático."
LUCAS CALDANA GORDON, membro do Coletivo Marcha da Maconha (São Paulo, SP)

CEF e turismo
"Ao anunciar que vai financiar pacotes de viagens ao exterior em até 24 meses, a Caixa Econômica Federal se coloca na contramão dos interesses nacionais. Se existem recursos financeiros abundantes nos agentes creditícios do governo para financiar o turismo, cada centavo deveria ser alocado para vender o produto nacional.
Inteligente seria disponibilizar recursos para que agentes nacionais e estrangeiros financiassem visitantes ao Brasil. Mesmo que uma parte desses financiamentos não viessem a ser honrados, a carga tributária do que eles consumissem seria um retorno garantido. Por que não se examina essa possibilidade?"
ORLANDO MACHADO SOBRINHO (Rio de Janeiro, RJ)

Especialidade do Estado
"O governador José Serra fez detalhado e importante relato sobre o absurdo extermínio dos armênios pelos turcos ("Nenhum genocídio deve ser esquecido", "Tendências/ Debates", 24/4).
Porém suscita algumas ponderações a sua afirmação de que devem ser contidos os que "insistem em ressuscitar o conceito de raça e criar legislações baseadas na premissa de que elas merecem tratamento diferenciado pelo Estado". Dar "tratamento diferenciado" a grupos étnicos é uma especialidade antiga do Estado brasileiro. Assim se deu na escravidão e em todo o processo de imigração. Sabe-se hoje que os esquadrões da morte mataram mais negros no Brasil do que a polícia da África do Sul em pleno regime de apartheid.
O governador está preocupado com o futuro, mas é fundamental não esquecer o presente. Há mais de 20 anos a Fundação Seade revela o tratamento discriminatório dado aos negros no mercado de trabalho em São Paulo.
Os que insistem na invisibilidade da questão étnico-racial desconhecem que ela está inercializada no DNA da nossa cultura de desenvolvimento, ocasionando o mais grave problema do país: a desigualdade, esta, sim, geradora permanente de ressentimentos e violência."
HÉLIO SANTOS, presidente-fundador do Conselho do Negro do Estado de São Paulo (governo Montoro) e coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial da População Negra (governo FHC) (Salvador, BA)

Enem
"Em seu comentário sobre os resultados do Enem, o senhor Antônio Sérgio Pereira ("Painel do Leitor", 1º/5) reclama do exclusivismo desse jornal ao se manter em solo paulista e dá como exemplo o caso mineiro. Lamento, mas é um péssimo exemplo, pois os casos em evidência não expressam nem sequer a média.
Tirando os casos "ilha", como o da escola de Viçosa, que é bancada por uma universidade federal, a educação em Minas Gerais só é boa na falta de processos de avaliação dos alunos e no adoecimento dos seus professores.
Seria bom que se conhecesse um pouco melhor a realidade descrita pelos professores que têm enfrentado esse cotidiano e perguntar-lhes se a escola melhorou. Detalhe, os jornais mineiros não dariam espaço a uma critica como esta."
SILVANA SEABRA, professora (Belo Horizonte, MG)

Congresso
"Em consideração ao senador Pedro Simon, parlamentar que tenho na conta dos poucos políticos éticos do Brasil, quero me manifestar sobre o artigo "Carta aberta à Folha" ("Tendências/Debates", 30/4), escrito juntamente com outros três parlamentares, nos quais não consegui ainda enxergar nenhum lance de respeito aos seus eleitores.
1. Acho exageradas as opções exclusivas entre um Parlamento como o nosso ou a ditadura. Esta já se foi há tempos, e acho melhor que nem a consideremos no caso. Representações parlamentares de Itália, Argentina e EUA são infinitamente mais baratas que a nossa.
2. Quando se serve a uma instituição corrupta e caríssima como essa, fica difícil cobrar que ninguém escreva o que foi escrito no editorial da Folha de 14/4.
3. Os autores do artigo acham justo termos um Parlamento com orçamento superior ao de prefeituras como Belo Horizonte, com 2.238.526 habitantes, ou Porto Alegre, com 1.360.590 habitantes?"
SEBASTIÃO MARCELO DE FREITAS (Belo Horizonte, MG)

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