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SEXO ENTRE JOVENS
Por razões obscuras, algumas
religiões tentam demonizar o
sexo. Mas o sexo é bom. Vale lembrar que, sem ele, a própria humanidade não existiria. É claro, porém,
que o sexo, como a maioria das atividades humanas, principalmente as
que proporcionam prazer, precisa
ser exercido com responsabilidade.
Embora não exista idade mínima
para manter uma relação sexual,
convém que a primeira vez só ocorra
quando o jovem já tem um certo nível
de maturidade, que o torne capaz
tanto de administrar os conflitos
emocionais que surgem com a experiência como de tomar as precauções
necessárias para evitar a gravidez indesejada e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
É esse o contexto que torna oportunas pesquisas como "A Voz dos
Adolescentes", realizada pelo Unicef
(Fundo das nações Unidas para a Infância) com brasileiros entre 12 e 17
anos. De acordo com a sondagem,
32,8% dos entrevistados já mantiveram algum tipo de relação sexual.
Dos que praticam sexo, cerca da
metade (51,6%) declarou sempre
usar a camisinha. Os que nunca a utilizaram chegam a 14,5%, e os que a
usam de vez em quando são 32,3%.
Aqui é necessária alguma cautela
com os números. Mesmo em pesquisas em que o anonimato é garantido, entrevistados relutam em admitir comportamentos tidos como inadequados. É razoável, portanto, imaginar que o universo dos que sempre
usam camisinha seja menor do que o
declarado. Isso é preocupante quando se considera que basta uma relação sexual para engravidar ou apanhar uma DST.
A pesquisa indica o caminho para
lidar com o problema. É a educação.
Entre os que declaram sempre usar
preservativos, 40,1% tem o ensino
médio. O número decresce para
32,1% quando os entrevistados têm
escolaridade entre 5ª e 8ª série, e despenca para 14,3% quando não passaram da 4ª série.
Esses números bastam para tornar
a educação pública universal uma
questão extremamente importante.
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