São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Concursos
Muito oportuna a reportagem assinada por Elvira Lobato sobre concursos públicos ("Tesouro arrecada R$ 75 mi com concursos em 5 meses", Poder, 2/8). Gostaria de registrar que os abusos vão muito além dos apresentados. Um exemplo disso é a modalidade de concursos para cadastro de reserva. Nesses casos, o agente público pode realizar o concurso, arrecadar as inscrições e não contratar nenhum aprovado.
Vivo uma situação assim: fui aprovado no concurso da Petrobrás Transporte (conhecida como Transpetro) em 2006, o concurso caducou este ano e nenhum aprovado foi convocado.
O Ministério Público do Trabalho está movendo uma ação contra a empresa, ação esta que exige a contratação de todos os aprovados. Mas, segundo a opinião de especialistas em direito administrativo, as chances de êxito desta ação são remotas, uma vez que há legislação que dá sustentação a tais abusos.
JOSÉ DONIZETE DE ALMEIDA NOGUEIRA (São Bernardo do Campo, SP)

 

Sobre a reportagem "CGU questiona taxa de R$ 110 em prova do IBGE" (Poder, 2/8), a Fundação Cesgranrio esclarece que: a) a contratação da instituição para operacionalização do concurso público foi realizada pela modalidade de licitação conhecida como "carta convite"; a Cesgranrio foi selecionada entre empresas que poderiam enviar propostas em função dos critérios técnicos adotados pelo IBGE;
b) conforme esclarecido no projeto básico apresentado pelo IBGE, a taxa de inscrição seria "no máximo de R$ 147,74", ou seja, "máximo de 2,5% da remuneração inicial dos cargos previstos no edital"; o preço apresentado pela Cesgranrio, inferior em 26% do que era permitido, refletia as características do concurso, específicas e complexas;
c) o concurso foi aplicado em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal;
d) o cronograma de execução do concurso público, em função de todas as etapas, apresentava-se extremamente exíguo, complicando, em demasia, a logística e impactando os custos envolvidos.
Assim, a rentabilidade do projeto para a Cesgranrio manteve-se dentro dos padrões esperados -inferior a 20%.
NICIA MARIA MENEZES, assessora de imprensa da Fundação Cesgranrio (Rio de Janeiro, RJ)

RESPOSTA DA JORNALISTA ELVIRA LOBATO - As informações não alteram o fato noticiado pela Folha de que a CGU (Controladoria-Geral da União) questionou o IBGE por contratar a Cesgranrio sem ter feito, previamente, uma estimativa de custo do concurso. O relatório da auditoria da CGU diz que os R$ 2,5 milhões pagos à Cesgranrio podem ter propiciado a ela "um ganho excessivo, em desacordo com o interesse público".

Pressão cambial
Brilhante o editorial sobre a pressão cambial (Opinião, 2/8), já que a entrada de capital especulativo mascara os efeitos da sobrevalorização cambial.
O Brasil, na opinião dos favorecidos pela atual situação, paga o preço de seu sucesso. Nada mais enganador. Pagaremos um preço alto por essa política de interesse de multinacionais e grupos financeiros, com o aplauso dos organismos internacionais. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG)

O JN e as eleições
Não é correta a afirmação de que "assuntos quentes" ou "polêmicas" sobre a eleição presidencial ficarão de fora do "Jornal Nacional", que terá um "noticiário anódino", "inaugurado na disputa de 2006" ("Candidatos se preparam para 'operação JN'", Poder, 2/8).
Até aqui, não houve uma única denúncia consistente que não tenha sido coberta pelo JN, e assim continuará sendo. Na cobertura do dia-a-dia dos candidatos, o que será desprezado será o xingamento vazio, em benefício do eleitor. Foi assim também em 2006, quando a Folha, numa análise sobre o telejornal, atestou a sua "seriedade e isenção jornalística" (a análise a que me refiro saiu em Brasil, em 12/8/2006).
ALI KAMEL, diretor da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)

Trânsito melhor
O editorial "Trânsito melhor" (Opinião, 31/7) exagera ao informar que não há infraestrutura no trecho Sul do Rodoanel. O Rodoanel foi construído com base nos quesitos mais modernos de rodovias e ao longo da via os usuários dispõem duas bases da Polícia Militar Rodoviária com 19 viaturas e nove veículos da Dersa.
O aparato conta ainda com 13 veículos de apoio ao usuário, dez câmeras de monitoramento e outras 41 em fase final de instalação.
Vale também esclarecer que a Polícia Militar Rodoviária não registrou até hoje uma só ocorrência de roubo no trecho.
Em quatro meses de operação, mais de 5,6 milhões de veículos já utilizaram o trecho Sul do Rodoanel. As estatísticas de tráfego da rodovia registram que, desse total, 60% são veículos de passeio e o índice de veículos pesados está hoje em 40% -em alguns dias úteis, o volume chega a 57%. Esse movimento de caminhões já é superior ao de importantes trechos de rodovias.
EDUARDO PUGNALI, Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Mortalidade infantil
A Folha optou por dar em sua manchete principal da sexta-feira 30/7 destaque para o "aumento da proporção" de óbitos neonatais no país ("Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais"). Qualquer pessoa que não tenha conhecimento específico sobre o assunto é levada a crer, pela manchete, que a morte de bebês está aumentando no Brasil. Ocorre que, quando se lê a reportagem, descobre-se que a informação é exatamente oposta: a mortalidade neonatal caiu 36% no período em questão (1990 a 2008).
O aumento da proporção de óbitos neonatais (até 28 dias de vida) se deu porque a queda da mortalidade foi mais acelerada entre crianças de 29 dias a 12 meses de vida. É natural, portanto, que os óbitos na outra faixa etária, que também vêm caindo, mas de forma menos rápida, passem a representar percentual maior do todo. Abrir espaço para uma manchete com destaque para o aumento de proporção valoriza a informação de maneira desproporcional e enviesada, além de induzir o leitor a erro de interpretação.
O Ministério da Saúde reitera que a mortalidade infantil tem caído de forma sustentada e significativa em todas as faixas etárias e desenvolve um conjunto de ações para acelerar ainda mais os índices, especialmente nos primeiros dias de vida.
PRISCILA LAMBERT, assessoria de imprensa do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

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