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TRANSIÇÃO RESPONSÁVEL
Tão logo definidos os resultados eleitorais, o prefeito eleito
de São Paulo, José Serra (PSDB), e
um de seus adversários políticos, o
senador Aloizio Mercadante, convergiram em declarações favoráveis a
uma transição organizada e pacífica
nas diversas prefeituras. Ambos evocaram a experiência bem-sucedida
na esfera federal após o pleito de
2002, quando equipes do PT e da administração Fernando Henrique
Cardoso foram designadas para trocar informações e coordenar a passagem de governo.
As vantagens desse processo são
evidentes, e a principal delas é encurtar o tempo necessário para que os
eleitos se assenhorem da realidade
que irão administrar, poupando a
população dos efeitos negativos da
descontinuidade. Se algum senão
pode ser levantado a respeito desse
modelo é o risco de que dê margem a
favores recíprocos e pactos de silêncio em torno de aspectos políticos, financeiros ou administrativos que os
partidos envolvidos prefeririam não
tornar públicos em detalhes.
O que não é tolerável, por antidemocrático e ofensivo aos mais elementares princípios republicanos,
são atitudes pueris de revanchismo e
sabotagem que, feitas as contas, voltam-se contra os próprios cidadãos
-incluindo-se, obviamente, entre
eles a parcela dos que votaram na
candidatura derrotada.
Nesse sentido, é de esperar que as
declarações do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Arselino
Tatto (PT), em defesa da extinção
imediata das taxas criadas pela prefeita Marta Suplicy (PT) sejam, como
parece, fruto de uma reação emocional e irrefletida à derrota petista e não
a posição oficial do partido.
O candidato José Serra de fato comprometeu-se em rever durante o seu
mandato as taxas de lixo e iluminação criadas pela Prefeitura de São
Paulo. Não há dúvida de que a população paulistana terá todo o direito de
cobrar a realização da promessa,
mas antes é preciso que o novo prefeito possa assumir a administração
da cidade em ambiente minimamente responsável e civilizado.
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