São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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CPMF e IR
"Estava no editorial de ontem da Folha: "Negociação no Senado em torno da CPMF vai bem, mas o ganho para o contribuinte, ainda pífio, precisa ser ampliado" ("Falta uma parte, Opinião, pág. A2). Os parlamentares deveriam aprovar logo a CPMF e lutar para a correção, honesta, da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, tão defasada, imoral e cruel para o assalariado, que não tem como repassar o custo ao seu empregador."
EMILIO SÉRGIO DE OLIVEIRA WERNECK (Apucarana, PR)

Deputados no "Cirque"
"É bom saber que a TAM Linhas Aéreas, "orgulho de ser brasileira", trouxe "Alegría" aos senhores deputados em tão generosa noite do Cirque du Soleil ("Integrantes de CPI vão de graça a show pago pela TAM", Brasil, 1º/11). A nós, familiares das vítimas do vôo JJ-3054, a TAM, "orgulho de ser brasileira", só tem trazido desgraça, dor e luto eterno pela sua negligência e pouco caso com o valor da vida humana em sua atividade comercial. Agora, com essa "Alegría" estendida aos senhores deputados, entendemos que há laços fortes que unem a TAM aos interesses de impunidade nas CPIs que vergonhosamente vem sendo desmoralizadas pelos parlamentares. O verdadeiro circo a que assistimos neste país não é o "Du Soleil". É o circo da pouca vergonha dos deputados que defendem a impunidade e interesses escusos. Espero que a "Alegría" gentil e generosamente levada àqueles senhores pela TAM não continue descaradamente sendo retribuída com a impunidade defendida em seus votos e atitudes."
CHRISTOPHE HADDAD , pai de Rebeca Haddad, uma das 199 vítimas da tragédia com o Airbus A-320 da TAM (São Paulo, SP)

Imposto sindical
"Durante anos (de 1988 a 2000), fui dirigente sindical, militando nas fileiras da CUT. Lembro-me que aprendi que o chamado imposto sindical, tunga anual no bolso de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, servia para manter dirigentes e entidades não-representativas. Era coisa de pelego, enfim. O que mudou? A CUT hoje necessita da mesma muleta que mantinha vivos os velhos e carcomidos pelegos? Ou foi a sua relação com o Estado que mudou, com a ascensão de Lula e do PT ao governo federal? Ou as duas coisas juntas? Sou do tempo em que CUT e Força Sindical representavam concepções bem diferentes de sindicalismo. Hoje não dá para enxergar diferenças significativas entre as duas. E não tenho dúvida sobre quem se metamorfoseou: foi a CUT, que jogou no lixo a liberdade e autonomia sindical. Virou pelega."
GERARDO XAVIER SANTIAGO (Rio de Janeiro, RJ)

Cunha Lima
"Estamos fartos dessa corja de políticos demagogos; fartos da falta de punição e da banalização da política. Chegamos a um patamar, no âmbito político, em que ser digno e coerente nas ações é razão para zombaria. Presenciamos um caos político-social. Possuímos uma saúde pública defasada e uma educação que se encontra entre as piores da América Latina. Essa situação é, no mínimo, deplorável. E a mais recente prova de que o sistema político brasileiro se encontra em frangalhos é a renúncia ao cargo de deputado federal feita pelo tucano Ronaldo Cunha Lima, com o escopo de permanecer impune ("Deputado que atirou em adversário renuncia para não ser julgado no STF", Brasil, 1º/11). Não consigo imaginar como o cinismo e a falta de caráter possam existir num grau tão elevado em um ser humano. Esse tipo de impunidade, recorrente, deve-se principalmente à morosidade judiciária e ao foro privilegiado, que, de uma vez por todas, deve ser banido do nosso sistema político."
ALEXANDRE J. NOBRE (Maceió, AL)

Projeto
"Todo dia, e em todos os lugares a que vai, Aécio critica Lula dizendo que o país não tem projeto porque o governo não aprovou as reformas trabalhista, tributária e outras. Perguntar não agride: durante os oito anos do governo do PSDB, Aécio foi líder do partido e presidente da Câmara. Por que ele não providenciou a aprovação dessas reformas?"
MARIA THEREZA PEREIRA (Belo Horizonte, MG)

Maluf
"Quanto à nota "É isso aí" ("Painel", Brasil, 1º/ 11), informo que Paulo Maluf nunca precisou de foro privilegiado para se defender das falsas acusações que lhe fazem. Sempre as enfrentou na Justiça comum e nunca foi condenado. Os processos que ainda existem contra o ex-prefeito de São Paulo foram enviados ao Supremo Tribunal Federal, depois de sua eleição para deputado federal, porque a lei assim determina. Ademais, Paulo Maluf, já deputado, assinou projeto de lei de emenda constitucional, do deputado Marcelo Itagiba, que acaba com o foro privilegiado."
ADILSON LARANJEIRA , assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Artes
"Em relação à reportagem "Com Salão de Belas Artes, governo regride ao século 19" (Ilustrada, 31/10), a Secretaria de Estado da Cultura informa que apóia diversas manifestações culturais, entre as quais a citada pelo respeitável jornalista Fabio Cypriano, que discorda de nosso interesse na área. Acreditamos que essa seja uma discussão pertinente, mas cabe à secretaria ser pluralista com o público, os artistas e os contribuintes. Quanto ao termo "reacionário", este é injusto a nós e a todos os que militam nas áreas mais tradicionais da cultura. Lembramos que a secretaria desenvolve um conjunto de ações e programações relevantes nas áreas de vanguarda, como as exposições apresentadas pelo Paço das Artes, Museu da Imagem e do Som (MIS), Museu da Casa Brasileira e Pinacoteca. Ainda apoiamos as premiações de obras e de artistas contemporâneos nos projetos Atelier Casa Amarela e Prêmio Sérgio Motta."
SILVIA ANTIBAS , coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria de Estado da Cultura (São Paulo, SP)

"Tropa de elite"
"Na reportagem "Universidade reage ao seu papel em filme" (Cotidiano, 28/10), tentou-se demonstrar que a universidade reagiu ao papel atribuído a ela pelo filme "Tropa de Elite" utilizando como supedâneo entrevistas realizadas com graduandos e pesquisadores no 31º Encontro da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. Eu fui um dos entrevistados, e, após ter lido a reportagem, alguns comentários devem ser feitos e esclarecimentos prestados. A jornalista Michele Oliveira sustenta e, me citando, escreve: "É a visão do policial, totalmente estereotipada, de que o usuário de entorpecentes financia o tráfico". Essa frase dá um sentido no mínimo diverso daquele que foi dado quando da entrevista. O filme, de fato, apresenta um clichê, mas guarda certa e verídica conexão com a realidade quando trata dos usuários na universidade. Relembra que os usuários não estão apenas nas favelas e morros, como alguns querem crer, mas também nas universidades, e que esses financiam, sim, o crime organizado e o tráfico de drogas. Acredito, portanto, que o que o artigo defende vai na contramão da entrevista e contra uma realidade que não pode ser negada".
LUCAS CASTRO , estudante de ciências sociais da Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR)

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