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CPMF e IR
"Estava no editorial de ontem da
Folha: "Negociação no Senado em
torno da CPMF vai bem, mas o ganho para o contribuinte, ainda pífio, precisa ser ampliado" ("Falta
uma parte, Opinião, pág. A2).
Os parlamentares deveriam
aprovar logo a CPMF e lutar para a
correção, honesta, da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física,
tão defasada, imoral e cruel para o
assalariado, que não tem como repassar o custo ao seu empregador."
EMILIO SÉRGIO DE OLIVEIRA WERNECK
(Apucarana, PR)
Deputados no "Cirque"
"É bom saber que a TAM Linhas
Aéreas, "orgulho de ser brasileira",
trouxe "Alegría" aos senhores deputados em tão generosa noite do Cirque du Soleil ("Integrantes de CPI
vão de graça a show pago pela
TAM", Brasil, 1º/11).
A nós, familiares das vítimas do
vôo JJ-3054, a TAM, "orgulho de
ser brasileira", só tem trazido desgraça, dor e luto eterno pela sua negligência e pouco caso com o valor da vida humana em sua atividade
comercial.
Agora, com essa "Alegría" estendida aos senhores deputados, entendemos que há laços fortes que
unem a TAM aos interesses de impunidade nas CPIs que vergonhosamente vem sendo desmoralizadas pelos parlamentares.
O verdadeiro circo a que assistimos neste país não é o "Du Soleil". É
o circo da pouca vergonha dos deputados que defendem a impunidade e interesses escusos.
Espero que a "Alegría" gentil e generosamente levada àqueles senhores pela TAM não continue
descaradamente sendo retribuída
com a impunidade defendida em
seus votos e atitudes."
CHRISTOPHE HADDAD , pai de Rebeca Haddad, uma
das 199 vítimas da tragédia com o Airbus A-320
da TAM (São Paulo, SP)
Imposto sindical
"Durante anos (de 1988 a 2000),
fui dirigente sindical, militando nas
fileiras da CUT. Lembro-me que
aprendi que o chamado imposto
sindical, tunga anual no bolso de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, servia para manter dirigentes e entidades não-representativas. Era coisa de pelego, enfim.
O que mudou? A CUT hoje necessita da mesma muleta que mantinha vivos os velhos e carcomidos
pelegos? Ou foi a sua relação com o
Estado que mudou, com a ascensão
de Lula e do PT ao governo federal?
Ou as duas coisas juntas?
Sou do tempo em que CUT e Força Sindical representavam concepções bem diferentes de sindicalismo. Hoje não dá para enxergar diferenças significativas entre as duas.
E não tenho dúvida sobre quem
se metamorfoseou: foi a CUT, que
jogou no lixo a liberdade e autonomia sindical. Virou pelega."
GERARDO XAVIER SANTIAGO (Rio de Janeiro, RJ)
Cunha Lima
"Estamos fartos dessa corja de
políticos demagogos; fartos da falta
de punição e da banalização da política. Chegamos a um patamar, no
âmbito político, em que ser digno e
coerente nas ações é razão para
zombaria.
Presenciamos um caos político-social. Possuímos uma saúde pública defasada e uma educação que se
encontra entre as piores da América Latina. Essa situação é, no mínimo, deplorável.
E a mais recente prova de que o
sistema político brasileiro se encontra em frangalhos é a renúncia
ao cargo de deputado federal feita
pelo tucano Ronaldo Cunha Lima,
com o escopo de permanecer impune ("Deputado que atirou em adversário renuncia para não ser julgado
no STF", Brasil, 1º/11).
Não consigo imaginar como o cinismo e a falta de caráter possam
existir num grau tão elevado em
um ser humano. Esse tipo de impunidade, recorrente, deve-se principalmente à morosidade judiciária e
ao foro privilegiado, que, de uma
vez por todas, deve ser banido do
nosso sistema político."
ALEXANDRE J. NOBRE (Maceió, AL)
Projeto
"Todo dia, e em todos os lugares a
que vai, Aécio critica Lula dizendo
que o país não tem projeto porque o
governo não aprovou as reformas
trabalhista, tributária e outras. Perguntar não agride: durante os oito
anos do governo do PSDB, Aécio foi
líder do partido e presidente da Câmara. Por que ele não providenciou
a aprovação dessas reformas?"
MARIA THEREZA PEREIRA (Belo Horizonte, MG)
Maluf
"Quanto à nota "É isso aí" ("Painel", Brasil, 1º/ 11), informo que
Paulo Maluf nunca precisou de foro
privilegiado para se defender das
falsas acusações que lhe fazem.
Sempre as enfrentou na Justiça comum e nunca foi condenado.
Os processos que ainda existem
contra o ex-prefeito de São Paulo
foram enviados ao Supremo Tribunal Federal, depois de sua eleição
para deputado federal, porque a lei
assim determina. Ademais, Paulo
Maluf, já deputado, assinou projeto
de lei de emenda constitucional, do
deputado Marcelo Itagiba, que acaba com o foro privilegiado."
ADILSON LARANJEIRA , assessor de imprensa de
Paulo Maluf (São Paulo, SP)
Artes
"Em relação à reportagem "Com
Salão de Belas Artes, governo regride ao século 19" (Ilustrada, 31/10),
a Secretaria de Estado da Cultura
informa que apóia diversas manifestações culturais, entre as quais a
citada pelo respeitável jornalista
Fabio Cypriano, que discorda de
nosso interesse na área.
Acreditamos que essa seja uma
discussão pertinente, mas cabe à
secretaria ser pluralista com o público, os artistas e os contribuintes.
Quanto ao termo "reacionário",
este é injusto a nós e a todos os que
militam nas áreas mais tradicionais
da cultura. Lembramos que a secretaria desenvolve um conjunto de
ações e programações relevantes
nas áreas de vanguarda, como as
exposições apresentadas pelo Paço
das Artes, Museu da Imagem e do
Som (MIS), Museu da Casa Brasileira e Pinacoteca. Ainda apoiamos
as premiações de obras e de artistas
contemporâneos nos projetos Atelier Casa Amarela e Prêmio Sérgio
Motta."
SILVIA ANTIBAS , coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria de Estado da Cultura (São Paulo, SP)
"Tropa de elite"
"Na reportagem "Universidade
reage ao seu papel em filme" (Cotidiano, 28/10), tentou-se demonstrar que a universidade reagiu ao
papel atribuído a ela pelo filme
"Tropa de Elite" utilizando como supedâneo entrevistas realizadas com
graduandos e pesquisadores no 31º
Encontro da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências
Sociais.
Eu fui um dos entrevistados, e,
após ter lido a reportagem, alguns
comentários devem ser feitos e esclarecimentos prestados.
A jornalista Michele Oliveira sustenta e, me citando, escreve: "É a visão do policial, totalmente estereotipada, de que o usuário de entorpecentes financia o tráfico". Essa frase
dá um sentido no mínimo diverso
daquele que foi dado quando da entrevista. O filme, de fato, apresenta
um clichê, mas guarda certa e verídica conexão com a realidade quando trata dos usuários na universidade. Relembra que os usuários não
estão apenas nas favelas e morros,
como alguns querem crer, mas também nas universidades, e que esses
financiam, sim, o crime organizado
e o tráfico de drogas.
Acredito, portanto, que o que o
artigo defende vai na contramão da
entrevista e contra uma realidade
que não pode ser negada".
LUCAS CASTRO , estudante de ciências sociais da
Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR)
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