São Paulo, terça-feira, 03 de novembro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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A honra de Mauro
""Ele não fez nada", disse Sônia Brasil, hoje com 64 anos, em sua declaração sobre o ex-guarda civil Mauro Henrique Queiroz, condenado injustamente há 50 anos e agora devidamente inocentado da acusação que lhe forjaram (Cotidiano, 1º/11).
A reportagem nos revela quantas injustiças são cometidas neste país com pessoas honestas. E este caso serve como exemplo para todos nós e, principalmente, para as nossas autoridades.
Agora cabe à corporação reconduzir o guarda civil Mauro Henrique Queiroz ao seu posto mesmo que esteja morto. Sua família não pode continuar sofrendo com a condenação injusta."
RUBENS CALDARI , presidente da Associação Comunitária do Bairro São Dimas (São Paulo, SP)

 

"A emocionante história da "honra de Mauro", contada por Rogério Pagnan, mostra que a Justiça falha quando tarda.
E hoje, onde estão os "colegas" e algozes de Mauro Henrique Queiroz, que viveram os 50 últimos anos escondendo essa vergonha? Que seus nomes venham à tona."
ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)

Ambiente
"Extremamente feliz o artigo "Belo Monte de problemas", dos professores Sônia Barbosa Magalhães e Francisco Del Moral Hernandez ("Tendências/Debates", ontem).
O preocupante é que as ilegalidades apontadas pelos professores no licenciamento ambiental do projeto hidrelétrico de Belo Monte (PA) se proliferam nos órgãos estaduais e municipais licenciadores.
As omissões e irregularidades corriqueiramente encontradas nos EIAs se transformam em condicionantes de eventuais licenças concedidas. Assim, os órgãos licenciadores transformam requisitos e informações necessárias à prévia análise da viabilidade ambiental de empreendimentos causadores de impacto ambiental em condicionantes a serem cumpridas já em fase de operação.
Com isso, cresce a possibilidade de judicialização do licenciamento ambiental, restando ao Ministério Público exercer o controle de legalidade do processo administrativo que concedeu licenças eivadas de irregularidades.
Daí, mais uma vez, o MP será acusado pelas autoridades superiores da administração pública de ser "o vilão do crescimento econômico".
Se a exigência do cumprimento da lei, num país de tamanha impunidade, é considerado ato contrário ao crescimento econômico, talvez seja melhor mesmo ser considerado o "vilão"."
CARLOS EDUARDO FERREIRA PINTO , promotor de Justiça de defesa do meio ambiente (Belo Horizonte, MG)

 

"Parabenizo a Folha pelo editorial "O passivo ambiental" (1º/11).
É importante lembrar que o Código Florestal (lei 4.771/65), que implantou a reserva legal, está fazendo 44 anos de existência e até hoje os representantes do Estado (Poderes Executivo, através do Ibama, Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público) não fizeram valer esta norma legal.
Omissão e desídia ocorreram em todos os cantos. Agora é preciso surgir uma nova lei para fazer valer a lei que instituiu o Código Florestal. É lamentável.
Por que os instrumentos jurídicos de que dispõe o Estado não foram acionados?
Diante da omissão dos representantes do Estado, acho que os lobbies dos agricultores vencerão mais uma vez."
ROMULO GOBBI , professor de direito ambiental (Santa Bárbara d'Oeste, SP)

Renascer
"Apenas dois imóveis do casal Hernandes conhecidos do público, que são a luxuosíssima casa de R$ 1,17 milhão no condomínio Boca Falls, em Boca Raton, a cidade mais cara da Flórida, e a fazenda de R$ 1,8 milhão em Mairinque, próxima a São Paulo, já serviriam para desmentir o senador Marcelo Crivella, que disse que a marcha para Jesus é um ato de revogação de todas as injúrias e calúnias contra o casal e que a única riqueza que eles têm são os seus fiéis (Folha Online, ontem)."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)

Finados
"Carlos Marighella foi assassinado há 40 anos (4/11/69).
Eu estava preso em Ribeirão Preto (SP), depois de ter sido torturado. Disseram que nós seríamos os próximos. Muitos sobreviveram, mas grande parte dos mortos pela ditadura estão desaparecidos. Onde estão os seus corpos para serem velados por seus familiares?
Para que se conheça a história é necessária a apuração urgente dos fatos. Alguns têm a obrigação de informar, e todos temos o direito de saber."
MAURO CORRÊA NEVES (Franca, SP)

Violência
"A Secretaria da Segurança Pública esclarece que a reportagem "Violência continua a crescer em São Paulo" (Cotidiano, 31/10) forneceu informações equivocadas ao comparar dados de criminalidade do terceiro trimestre deste ano com os do mesmo período do ano passado.
Tal comparação está prejudicada devido à subnotificação das ocorrências durante a paralisação de policiais civis em 2008, iniciada em 13 de agosto. A secretaria estima que o "efeito greve" em 2008 representou subnotificação de 21%.
A subnotificação de 2008 foi apontada pela própria Folha ("Com greve, SP não registra 4.300 BOs por dia", 1º/11/ 2008).
A análise dos números é fundamental para as polícias de São Paulo, que, com eles, planejam ações e distribuem efetivos, viaturas, armas e equipamentos. Por isso, com a subnotificação de 2008, é importante a comparação entre os dados mais recentes (terceiro e segundo trimestres de 2009), que mostram redução de 6,31% nos roubos no Estado, de 7,69% nos roubos de veículos e de 5,26% nos furtos de veículos. O número de homicídios dolosos caiu 8,39%. Isso sem falar da atividade policial, que cresce a cada trimestre, como as apreensões de drogas (que aumentaram 9%) e a recuperação de veículos furtados ou roubados, que subiu 26%.
A reportagem erra ao informar que os 64.399 roubos excluem casos de roubo a banco e roubo de carga. O quadro no site da secretaria é claro quanto a isso. E a Folha, que teve acesso a todos esses dados em 30/10, erra novamente quando afirma que este trimestre "entrou para a história como o período que mais crimes desse tipo (roubo) ocorreram em todo o Estado". Este trimestre teve, sim, queda de 6,31% neste tipo de crime."
ENIO LUCCIOLA , assessor de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)

Resposta do jornalistas André Caramante e Afonso Benites - A própria Secretaria da Segurança Pública, no documento "Estatística de Criminalidade -Manual de Interpretação", afirma que a comparação deve ser feita entre períodos iguais em razão da sazonalidade. Ademais, dos crimes que tiveram maiores aumentos entre julho e setembro, em relação a igual período do ano passado (sequestro, estupro, roubo de veículos e outros roubos), apenas o roubo teve subnotificação devido à greve dos policiais, segundo a própria secretaria. Sobre o erro apontado nos crimes incluídos na categoria roubos, leia abaixo a seção "Erramos".

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