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REELEIÇÃO NA COLÔMBIA
Dando continuidade ao
que já se tornou uma tendência na América Latina, o presidente
da Colômbia, Álvaro Uribe, obteve
do Congresso o direito de disputar a
reeleição em 2006. Com elevados índices de popularidade, o mandatário
é visto como um fortíssimo candidato. Se obtiver sucesso na empreitada,
será o primeiro presidente colombiano a exercer dois mandatos seguidos
desde Simón Bolívar (1783-1830), herói da independência de diversos países sul-americanos.
O dispositivo que permite a reeleição foi aprovado na Câmara por 113
votos contra 16. Como já havia passado pelo Senado, segue agora para
apreciação pela Corte Constitucional. Embora o tribunal máximo colombiano exiba uma longa tradição
de independência e já tenha criado
problemas para Uribe, a medida deverá ser sancionada.
A principal bandeira de Uribe é sua
política de combate às guerrilhas que
há 40 anos conflagram o país. Desde
que o presidente assumiu, reforçando o combate militar às Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao ELN (Exército de Libertação
Nacional), bem como aos grupos de
narcotraficantes que as financiam,
houve uma sensível melhora nos índices de violência. A Colômbia conta
com um grande apoio financeiro dos
EUA, que, desde 2000, já injetaram
US$ 3,3 bilhões no país, a maior parte em ajuda militar.
Apesar de imbatível no quesito segurança, a fórmula de Uribe já vai
mostrando sinais de esgotamento.
Seus índices de aprovação estão em
torno de 60%, mas já foram de 80%.
O debate colombiano vai deixando
um pouco de lado a segurança para
centrar-se na economia, área na qual
a administração não tem muitos
trunfos a exibir.
Ao instituir a reeleição, a Colômbia
reúne-se a países como Peru, Argentina, Brasil e Venezuela que, desde
1993, vêm modificando suas Constituições para permitir o segundo
mandato consecutivo -algo que ora
também se discute no México.
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