Educação
"Sem desprezar os fatores internos à escola que produzem a baixa qualidade da educação brasileira, sobretudo a pública, devemos lembrar que há importantes determinantes socioeconômicos, portanto, extra-escolares, daquela qualidade. É preciso, na interpretação dos resultados das avaliações, inverter a relação de causa e efeito habitualmente feita (por exemplo, pelo professor Oscar Hipólito, em sua carta no "Painel do Leitor" de ontem). A baixa qualidade do ensino é conseqüência, e não causa, das péssimas condições socioeconômicas. O fracasso escolar e os desastrosos resultados nas avaliações refletem a condição de carência da maioria das crianças brasileiras, usuárias da escola pública, tornando sem sentido comparações ou classificações da educação entre países de diferentes estágios de desenvolvimento, por causa das diferentes precondições."
MIGUEL HENRIQUE RUSSO , diretor da Anpae-SP e professor da Uninove (Bragança Paulista, SP)

TV pública
"Estranho a informação da presidente da TV Brasil, na Folha de ontem, de que "oposição terá espaço na TV". O distinto público fica sabendo que o espaço é do governo (portanto, chapa-branca) e que por deferência dará espaço à oposição. Fiscalização de Conselho Curador nomeado pelo presidente? Êpa. Não era para ser uma TV de interesse público, portanto, sem viés governista (a presidente "não descarta pressão do governo') e multidisciplinar, em todos os sentidos? Então tá!"
ÉLZIO DO ESPÍRITO SANTO OLIVEIRA (Florianópolis, SC )

Rússia é aqui?
"Muito interessante o comentário de Clóvis Rossi na edição de ontem sobre as semelhanças entre a Rússia de hoje e o Brasil. Ampliando, por conta própria, as reflexões do jornalista e observando no que se tornou a Rússia pós-império soviético, fico me perguntando se o comunismo deu errado porque não era para dar certo mesmo ou se foi porque foi implantado na Rússia."
IVAN NETTO (Rio de Janeiro, RJ)

Eles estão chegando
"Será que os leitores João Luiz Veiga Manguino e João Carlos Gonçalves Pereira, que, no "Painel do Leitor" deste domingo desancam artigo do senador Aloizio Mercadante, já sabem responder quem são os responsáveis pelos sete mortos do acidente da linha 4 do Metrô? E o PCC, não existe mais? A situação da segurança no Estado de São Paulo, qual é? E a da educação? Existem ainda as chamadas "escolas de lata" que o então candidato a prefeito José Serra prometeu acabar? São assim tucanos e atucanados: atribuem a uma governadora do PT, com 11 meses de governo num Estado por longos anos governado por tucanos, a degeneração do sistema judiciário e prisional, mas se calam sobre os inúmeros problemas que estão debaixo do seu nariz. Pior: recusam-se categoricamente a reconhecer qualquer avanço social resultante de políticas de governos petistas. Tudo o que é bom, é trabalho de tucanos, cujo "resultado só começa a aparecer agora". O que for ruim, é culpa do PT. Com tal comportamento, quem quer "dividir a população", hein?"
CARLOS ODAS (Santo André, SP)

Cenas conhecidas
"Parabéns ao mestre Janio de Freitas pelo estupendo artigo "Cenas conhecidas" (Brasil, pág. A5, 2/12). Ao analisar com sensibilidade a retórica agressiva do presidente Lula, Janio prova mais uma vez que é possível exercer o jornalismo com autonomia crítica e compromisso democrático."
DÊNIS DE MORAES (Niterói, RJ)

Israel
"O leitor Breno Simonini Teixeira ("Painel do Leitor", 2/12) afirma que a indignação árabe aniversaria com os 60 anos de Israel. Na realidade, aniversariam o anti-semitismo dos árabes (secular, diga-se de passagem) e, provavelmente, do referido leitor. Israel fundou seu Estado após o Holocausto para nunca mais aceitar a opressão sem reação. Os ingleses, ao efetuar a partilha do Oriente Médio, deixaram judeus e palestinos sem sua parte no bolo, e os palestinos vêm sendo usados pelos árabes desde então como "bucha de canhão" contra Israel. A boa vontade israelense em partilhar o pouco que tem mostra quem deseja ajudar a resolver o problema, afinal, em termos territoriais, Líbano, Síria, Iraque, Irã etc. não abrem mão de um m2 em favor de palestinos; em contrapartida, pregam a destruição de Israel e alguns desses países, suspeita-se, financiam o terrorismo."
PAULO DE TARSO GUIMARÃES (São Paulo, SP)

Grajaú
"Na reportagem "A cada assassinato em Moema, 130 são mortos no Grajaú" (Cotidiano 2, pág. C21, 2/ 12), a informação dada pelo subprefeito Valdir Ferreira, de que "não existe nenhum espaço cultural público no Grajaú", está errada e demonstra um desconhecimento preocupante. Alguns equipamentos foram implantados na região pela ex-prefeita Marta Suplicy e, hoje, temos três CEUs sob responsabilidade daquela subprefeitura. A ausência de uma programação cultural regular reafirma o descaso da atual administração com políticas de inclusão social e mostra falta de sintonia entre a Secretaria da Educação e a subprefeitura. Lamentavelmente, a atual administração não tem oferecido novos investimentos em infra-estrutura, como admitiu o subprefeito. O Índice de Vulnerabilidade Juvenil apontou significava melhora na administração Marta Suplicy. Espera-se que as políticas de inclusão social tenham continuidade."
CARLOS ZARATTINI , deputado federal (PT-SP), ex-secretário das Subprefeituras na administração Marta Suplicy (Brasília, DF)

"Cheque-despejo"
"Quanto à reportagem ""Cheque-despejo" cria indústria de favelas falsas, diz Promotoria", informamos que a remoção de moradores da favela Rocinha Paulistana é uma ação conjunta das subprefeituras do Jabaquara e de Santo Amaro e da Secretaria Municipal de Habitação, com o objetivo de retirar as famílias instaladas na margem do córrego Água Espraiada, em situação de alto risco. É uma ação preventiva, tendo em vista o histórico de acidentes ocorridos na área, onde vivem 60 mil pessoas aproximadamente. A remoção das moradias segue critérios técnicos. Após a identificação da área de risco, são feitos o cadastramento dos domicílios e a identificação dos moradores, que recebem um auto de interdição da área. Estabelecida a data da remoção, os moradores são encaminhados para a Secretaria de Habitação, da qual recebem a verba de auxílio habitacional, paga em cheque nominal ao chefe da família. Diante das recentes denúncias apresentadas, a subprefeitura realizará uma averiguação preliminar e o levantamento de todas as informações técnicas que serão fornecidas ao Ministério Público."
HEITOR SERTÃO , subprefeito do Jabaquara (São Paulo, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman

Texto Anterior: Adib D. Jatene: O problema do pobre

Próximo Texto: Erramos
Índice