São Paulo, terça, 4 de março de 1997.

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PRESIDENTE EM ALTA

O momento político favorável do presidente da República não se traduz hoje apenas no seu fortalecimento junto à bancada que lhe dá apoio no Congresso Nacional.
Em pesquisa realizada pelo Datafolha na cidade de São Paulo nos últimos dias 17 e 18 -poucos dias antes da aprovação em segundo turno pela Câmara da emenda da reeleição-, Fernando Henrique Cardoso alcançou seu maior índice de popularidade desde a sua posse no cargo, há pouco mais de dois anos.
Comprovando uma tendência que já se registrava havia meses, FHC atingiu a marca de 56% de ótimo e bom, 33% de regular e apenas 10% de ruim ou péssimo. Provavelmente influenciado pela vitória do Palácio do Planalto no primeiro turno de votação da emenda da reeleição, em janeiro, o resultado dá ao chefe do Executivo uma tranquilidade adicional para seguir com seu plano de governo e lidar tanto com seus aliados como com os adversários políticos.
Para a base governista, a confirmação de um apoio popular ao presidente reduz ainda mais a margem de negociação dos partidos. Por mais que PSDB e PFL disputem a liderança do governo na Câmara, por exemplo, certamente nenhum dos dois abandonará um governo de grande aceitação junto à opinião pública.
Para os oposicionistas, que ainda não contam com nenhum forte candidato para as eleições presidenciais de 1998, a pesquisa sinaliza um fortalecimento ainda maior da possível candidatura de FHC para um segundo mandato. Naturalmente, o poder que o Executivo conseguiu reunir provoca reações nas forças de oposição. Entretanto, dispersas entre protestos do Judiciário ou marchas e invasões do movimento dos sem-terra, elas ainda não se apresentam como uma ameaça política ao presidente.
Fernando Henrique Cardoso vive claramente um momento positivo. Que o utilize não apenas como uma maneira de obter um segundo mandato consecutivo, mas como um caminho rumo às indispensáveis reformas econômicas e sociais, infelizmente ainda não obtidas.

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