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O CAMINHO É A CASSAÇÃO
O Conselho de Ética do Senado conduz bem a apuração sobre a violação do sigilo da votação
que cassou o mandato de Luiz Estevão. De acordo com o que se viu até
as 20h de ontem, a acareação que
reuniu os senadores Antonio Carlos
Magalhães e José Roberto Arruda e a
ex-diretora do Prodasen Regina Célia
Borges foi mais uma demonstração
desse fato. Isso dá mais segurança
para que os trâmites sigam adiante.
E eles têm de caminhar para a abertura do processo de cassação dos mandatos dos dois senadores.
Regina Célia confessou um crime
grave pelo qual deve pagar, uma vez
que, como alega, cumpriu ordens
superiores cuja execução deveria recusar. Isso posto, se mantém a força
da versão da ex-diretora do Prodasen, que levou a dupla de senadores a
um humilhante desmentido. Dados
do sigilo telefônico da servidora deram mais consistência ao seu relato,
em prejuízo da defesa do ex-líder do
governo José Roberto Arruda. Já a situação do ex-presidente do Senado
Antonio Carlos Magalhães, menos
incomodado pelos seus pares na acareação, permaneceu delicada.
A gravidade da falta cometida já fica
patente apenas se forem levadas em
conta as versões sustentadas pelos
dois congressistas. Eles foram confessadamente coniventes com a fraude e a escamotearam até o ponto em
que os fatos os desmentiram.
Nesse particular, a justificativa de
Antonio Carlos Magalhães de que teria escondido o fato para preservar a
instituição é inconvincente. Acatar o
argumento da "razão de Estado" significa dar a alguém a possibilidade
de estar acima das leis; de desrespeitá-las desde que para o que julga ser o
bem público. Numa democracia, isso é simplesmente inaceitável.
Contra esse tipo de "interpretação"
do poder é que procedimentos como
o instalado no Senado Federal se batem. A democracia requer, de todos,
respeito às normas. É para preservar
as instituições democráticas que o
caminho a seguir no caso de Antonio
Carlos Magalhães e de José Roberto
Arruda é o da abertura do processo
de cassação de seus mandatos.
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