São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Verdades a respeito da Mário de Andrade
JOSÉ CASTILHO MARQUES NETO
Paralelamente às ações de reinserção da BMA, construiu-se também um projeto de plena revitalização- iniciada com a reforma da praça Dom José Gaspar, obra da Emurb e que faz parte do Corredor Cultural- e expansão do edifício que, como parte do Projeto Ação Centro, tornará a Mário de Andrade a biblioteca pública brasileira com melhores condições de atendimento e serviços do país. Na conclusão desse projeto de revitalização em andamento, com financiamento da prefeitura e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a biblioteca conseguirá reunir seus acervos em um conjunto de edifícios de maneira definitiva, e não "emergencialmente", como sugere o sr. Villa. Não estamos administrando com medidas emergenciais, porque essa foi a política anterior de destruição e desprezo pelo rico acervo bibliográfico e documental da BMA, empurrando com a barriga problemas estruturais que exigiam medidas profundas e corajosas. Apesar de o sr. Villa se dizer freqüentador da biblioteca, talvez não tenha percebido ações fundamentais de reconstrução já realizadas: reforma total do sistema hidráulico, causador das constantes inundações, ao que está se seguindo a reforma dos banheiros públicos; instalou-se o sistema telefônico e iniciou-se o programa de informatização do acervo e serviços administrativos, estando em fase de implantação o novo software de consultas do acervo que modernizará as atuais fichas de papel em toda a rede de bibliotecas da cidade; digitalização de 20 mil páginas de livros raros, tornando-os acessíveis ao leitor (www.prefeitura.sp.gov.br/mariodeandrade), processo que continua em 2004 e que duplicará esse número, além de recuperar todo o acervo e instalar uma sala multimídia. Junto com a Secretaria Municipal de Educação, estamos implantando uma sala de apoio para uso de professores e estudantes, visando prestar serviços e formar novos leitores; acaba de ser concluída a nova iluminação da biblioteca, que aumentou a luminosidade, em todo o prédio, em 40% e economizará 30% dos gastos com eletricidade. A essas ações somamos programas como o Concurso de Crônicas 450 Anos de São Paulo (1.500 inscritos); formação de parcerias com empresas e instituições; 110 mil pessoas em eventos do Programa Colégio de São Paulo e da Extensão Cultural nos últimos dois anos. São ações que respondem com fatos às acusações irresponsáveis desse senhor. Infelizmente, à irresponsabilidade ele soma-se mentira e má-fé, quando acusa o ex-secretário de querer fechar a BMA, quando diz que o setor de raros foi fechado, quando diz que os pesquisadores não têm local para pesquisar, quando diz que, na gestão atual, "não foi comprado um único livro". Compraram-se, até 2003, pela Secretaria Municipal de Cultura, 170.877 itens documentários para o sistema de bibliotecas públicas -mais do que o dobro da gestão Pitta. No âmbito da Secretaria Municipal de Educação, 3,5 milhões de itens documentários foram adquiridos para as novas bibliotecas dos CEUs, as salas de leitura e a rede pública. A Mário de Andrade está voltando a ser uma "biblioteca de referência e visitação pública", com ações concretas, estratégicas, e não demagógicas. O sr. Villa poderia se juntar a muitos cidadãos e entidades que estão empenhados em auxiliar o poder público municipal nessa árdua tarefa de reconstruir o patrimônio cultural da cidade, mediante a ora fundada Associação de Amigos e Patronos da BMA. Mas talvez isso seja demais para as intenções do articulista. José Castilho Marques Neto, 50, professor doutor de filosofia política na Unesp, é diretor geral da Biblioteca Mário de Andrade e presidente da Fundação Editora da Unesp. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Boris Fausto: Estado e sociedade civil Próximo Texto: Painel do leitor Índice |
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