|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PLÍNIO FRAGA
Dilma voa
RIO DE JANEIRO - Houve um intervalo de 68 dias entre as duas
mais recentes pesquisas do Datafolha sobre a sucessão de 2010. Nesse
período, aumentou 12 pontos percentuais o número de eleitores que
afirmaram conhecer a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à
Presidência da República.
O tucano José Serra tem 38% das
intenções de voto no cenário tido
hoje como mais provável, com a inclusão, além de Dilma, de Ciro Gomes (PSB) e Heloísa Helena (PSOL)
na disputa. A petista atinge 16% (há
um ano tinha 3%), o pré-candidato
do PSB, 15%, e a pré-candidata do
PSOL, 10%.
Na pesquisa cujas entrevistas foram encerradas em 19 de março,
53% dos ouvidos diziam conhecer a
ministra, dos quais 12% se declaravam bem informados a respeito dela. No levantamento que começou a
ser feito em 26 de maio, a chamada
taxa de conhecimento de Dilma
atingiu 65%, sendo que 21% se consideram bem informados sobre ela.
Quem não é conhecido não pode
ser votado. Uma análise da agenda
da ministra nesses 68 dias permite
desvendar o porquê de seu crescimento. Além da doença que aumentou a exposição na mídia, Dilma esteve em ao menos 17 cidades
no período, mesmo tendo, em meados de maio, reduzido suas atividades por aconselhamento médico.
Obviamente é residual a importância do contato direto de Dilma
com eleitores durante essas viagens. Mas elas criam fatos, ou pseudofatos, que geram maior exposição da ministra e dos atos do governo, em especial das obras do PAC, a
bandeira eleitoral de Lula.
O presidente conseguiu moldar
uma candidatura do nada e parece
seguir à risca conselho que ouviu do
publicitário Duda Mendonça: marketing eleitoral se faz enquanto se
governa. Fica com a história a resposta se é possível governar enquanto se faz marketing eleitoral.
Texto Anterior: Brasília - Valdo Cruz: Por quê? Próximo Texto: Kenneth Maxwell: O público versus os sabichões Índice
|