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À ESPERA DE AÇÕES
A Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas) apurou
que os preços ao consumidor caíram
0,16% na cidade de São Paulo, no
mês de junho. Esse resultado, o mais
baixo registrado pela Fipe desde fevereiro de 2000, reflete o impacto, sobre os preços ao consumidor, das
quedas anteriormente registradas no
atacado. É mais uma evidência de
que a inflação está em acentuada rota
de queda, ao mesmo tempo em que a
chamada economia real vai sendo
submetida a forte desaceleração.
A perspectiva de que os ajustes de
tarifas venham a elevar os índices
nos próximos meses não justifica temores quanto à tendência de mais
longo prazo da inflação. De fato, as
projeções -tanto as do Banco Central como as do mercado- indicam
que a evolução dos preços vai convergindo consistentemente para o cumprimento das metas estabelecidas
para 2004.
O que gera apreensão é o fato de
que, a despeito da queda dos preços e
dos indicadores alarmantes de desemprego e estagnação, o BC venha
a insistir em reduzir a conta-gotas a
taxa básica de juros. O corte de meio
ponto percentual efetivado em junho
não teve nenhum efeito prático sobre
a atividade econômica. As taxas cobradas no crédito a empresas e consumidores continuam elevadíssimas. Com a inflação em queda, verifica-se, na realidade, um aumento na
chamada taxa real de juros.
A queda da atividade industrial é de
tal ordem que uma sinalização excessivamente conservadora do BC poderá gerar novas ondas de demissões,
com agravamento do quadro de restrições a que está submetida a economia real.
Não basta, portanto, que o governo
atue simplesmente com discursos
ou crie fatos políticos para tentar influenciar as expectativas. É preciso
que as palavras passem a ser convertidas em ações. Será com base nelas
que os agentes econômicos tomarão
suas decisões.
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