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Editoriais
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Dificuldades industriais
DADOS RELATIVOS ao desempenho da indústria, divulgados ontem pelo IBGE,
confirmam que o baque causado
pela crise internacional ainda está por ser superado. A pesquisa
indica que, apesar da queda de
13,4% no semestre (a maior desde 1976), a indústria está reagindo na comparação com o final de
2008 e o início de 2009 -mas o
ritmo é um tanto lento.
A atividade aumentou 3,4% no
segundo trimestre em relação ao
primeiro. De setembro a dezembro de 2008, auge da crise, a produção das fábricas chegou ao seu
patamar mais baixo, equivalente
ao de 2004 -agora, a indústria
consegue atingir o nível de 2006.
Um dado positivo foi a elevação dos investimentos, puxados
por máquinas e equipamentos
de informática, construção,
energia, caminhões e ônibus.
Entre os aspectos que têm contribuído para imprimir ritmo
lento à retomada industrial está
o comércio exterior. Estudo da
Agência de Promoção de Exportações (Apex) estima que houve
uma perda de 24,5% nas exportações brasileiras em relação ao
que elas representariam se o cenário não tivesse sido afetado pela crise. O estudo é otimista em
relação aos resultados do final
deste ano, considerando que a
cada mês diminui essa diferença.
A má notícia para a indústria é
que a perspectiva de melhores
resultados nas exportações advém da demanda chinesa por minérios, carnes e grãos brasileiros
-e não da procura por bens manufaturados. Esta, ao contrário,
cai em razão do esfriamento da
economia mundial e da própria
agressividade da China em mercados nos quais o Brasil tinha
presença relevante.
Para tornar a situação ainda
menos favorável, a taxa de câmbio vem indicando crescente valorização do real em comparação
com o dólar -um fator a mais a
dificultar as exportações.
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