São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Um prêmio à inovação

RODRIGO DA ROCHA LOURES


Nós, empresários, devemos desenvolver a habilidade de gerar inovações para criar valor de forma sustentável

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estabeleceu como principal objetivo do seu mapa estratégico o desenvolvimento industrial sustentável. Adotar esse conceito é um imperativo para as empresas que quiserem sobreviver no concorrido mercado global.
Por certo que empresa sustentável é aquela que dá lucro, mas devemos ter em conta que o mundo pede uma vinculação radical entre a sustentação financeira e os preceitos da sustentabilidade socioambiental. É possível lucrar fazendo bem ao planeta.
Peter Drucker já dizia que todos os problemas do planeta devem ser vistos como oportunidades de negócio.
Agora, mais do que nunca, essa é uma verdade incontestável. Por isso, nós, empresários, devemos desenvolver a habilidade de gerar inovações para criar valor de forma sustentável.
Inovação é a manifestação prática da sustentabilidade. Sustentabilidade é a outra face do desenvolvimento.
A história da humanidade demonstra que a inovação tem sido o grande recurso para as situações e as circunstâncias adversas de escassez, desconforto e sobrevivência em risco.
Nessa fase da competição pela inovação, as oportunidades são promissoras para quem, como nós, brasileiros, conta com um potencial imenso em decorrência da criatividade da cultura relacional, dos recursos naturais e da infra-estrutura tecnológico-industrial já instalada.
Um mundo sustentável depende, incondicionalmente, da capacidade humana de inovar na sociedade, nos governos, na academia e na indústria.
Todavia, as inovações de que necessitamos não são de qualquer natureza. Elas têm que ser concebidas dentro de princípios de sustentabilidade.
Precisamos de um novo paradigma, uma nova linguagem e um novo entendimento das coisas. Os processos produtivos têm que ser repensados e redesenhados.
Entre as competências que temos a desenvolver para perseguir os princípios da sustentabilidade estão a cognição e habilidades que capacitem os profissionais a inovar, valendo-se do ativo de conhecimentos para uma prática sustentável disponibilizados até aqui. Ao mesmo tempo, é preciso incorporar novos conhecimentos e aprendizagens aos empreendimentos humanos.
Economias não se desenvolvem sem a ação de indivíduos empreendedores que transformam idéias, invenções, necessidades e recursos em oportunidades. Diferentemente da noção comumente encontrada, uma investigação mais atenta do processo empreendedor revela que este se constitui -muito mais que em uma imersão individual- num trabalho em rede, que aproxima, informa, influencia e articula recursos, informações, idéias e invenções.
A conjunção da inovação com o empenho do empreendedor é essencial para o desenvolvimento. Mas são os ambientes criativos e autônomos que liberam e mobilizam os indivíduos empreendedores a fazer o melhor que sabem, que é romper e inovar valendo-se dos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis. Esse é o caminho que todas as empresas deveriam seguir.
As que já estão nele nos servem de exemplo e são merecedoras de todas as nossas homenagens. É por isso que a Confederação Nacional da Indústria instituiu o Prêmio CNI. Trata-se de um reconhecimento àqueles que desenvolveram a habilidade de combinar inovação, ousadia e criatividade para viabilizar uma produção eficiente e sustentável, que resulte no aumento da nossa competitividade.
O Brasil tem centenas de empresas que têm algo novo e importante para mostrar ao país. É desejável, portanto, que elas exponham suas experiências para inspirar outras a inovar.
O Prêmio CNI é uma oportunidade para isso.


RODRIGO DA ROCHA LOURES é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná e do Conselho de Política Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e vice-presidente dessa entidade.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br


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