São Paulo, segunda, 5 de janeiro de 1998.



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TRÊS FRACASSOS

A pesquisa do Datafolha que avalia o desempenho dos prefeitos de 11 capitais, após pouco menos de um ano de gestão, revela três estrepitosos fracassos: o de Celso Pitta (PPB), em São Paulo, o de Luiz Paulo Conde (PFL), no Rio de Janeiro, e o de Ângela Amin (PPB), em Florianópolis.
Não deve ser coincidência o fato de que são três políticos sem luz própria alguma, que se elegeram graças ou ao sobrenome (caso de Ângela Amin, mulher do senador Esperidião Amin) ou a padrinhos políticos que abusaram do marketing político (César Maia e Paulo Maluf).
São os três últimos colocados e os únicos com nota abaixo do cinco que seria o necessário para sua aprovação, ainda que sem brilho algum.
De alguma forma, é possível dizer que "factóides", para usar a expressão criada por César Maia durante sua gestão no Rio, funcionam uma só vez e apenas para seus criadores, não para suas criaturas.
Ainda mais que, para eleger Pitta e Conde, tanto César Maia como Maluf gastaram o que tinham e até o que não tinham, deixando seus sucessores como pouco mais do que gerentes de uma massa falida.
É lamentável, de todo modo, que o marketing em que se especializaram Maluf e César Maia tenha tido sobrevida suficiente para que elegessem seus apadrinhados. Os grandes mestres em vender candidatos como se fossem sabonetes tiveram êxito, mas seus "produtos" parecem ter perdido rapidamente o prazo de validade aos olhos do eleitor.
Tanto é assim que, de 56% dos paulistanos que esperavam de Pitta uma gestão "ótima/boa", restam, um ano depois, 13% que com essa nota avaliam a sua administração.
No Rio, deu-se fenômeno muito parecido, ainda que a queda de Conde tenha sido menos estrepitosa.
Em todos os três casos, há tempo para uma recuperação, já que têm três anos ainda de gestão. Mas a margem para tanto, conhecido o endividamento de suas prefeituras, é reduzida, para dizer o mínimo.



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