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POUSOS E DECOLAGENS
A economia brasileira reúne condições, neste começo de ano, de iniciar
o que se convencionou chamar entre
os estudiosos da área de ciclo virtuoso. A base comparativa é baixa -o
PIB estacionou em 99-, o câmbio
por ora não causa sobressaltos, não
há sinais de descontrole inflacionário, as metas de rigor fiscal e os ajustes nas contas públicas vão sendo
cumpridos. A grande capacidade
ociosa e o alto desemprego, fator perverso, dão margem a um crescimento sem pressões pelo lado da demanda por bens e serviços.
Para que essa situação se transforme em crescimento continuado da
economia brasileira, no entanto, há
que considerar dois fatores.
Resta saber se o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso,
prenhe de divergências radicais nessa
área, logrará implementar uma política econômica capaz de, sem pôr a
perder a estabilidade, alimentar o
crescimento. Trata-se de uma política que contemple taxa de juros, aumento de exportações, substituição
de importações, financiamentos de
órgãos oficiais, privatizações, desenvolvimento científico e tecnológico.
Mas há igualmente que levar em
conta o cenário externo, especialmente o fator Estados Unidos. A opção do Fed, o banco central do país,
parece ter sido por aumentos tênues
e graduais em sua taxa de juros.
Aposta em um cenário em que a superaquecida economia norte-americana vá-se ajustando lentamente,
sem irrupções abruptas. Um "crash"
que da Bolsa atingisse rapidamente a
atividade econômica, tudo indica, geraria uma cadeia de incertezas na
economia mundial que, obviamente,
atingiria uma retomada brasileira.
A maneira, suave ou violenta, da
aterrissagem da economia norte-americana importa muito ao Brasil,
especialmente, e a todo o mundo.
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