São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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POUSOS E DECOLAGENS

A economia brasileira reúne condições, neste começo de ano, de iniciar o que se convencionou chamar entre os estudiosos da área de ciclo virtuoso. A base comparativa é baixa -o PIB estacionou em 99-, o câmbio por ora não causa sobressaltos, não há sinais de descontrole inflacionário, as metas de rigor fiscal e os ajustes nas contas públicas vão sendo cumpridos. A grande capacidade ociosa e o alto desemprego, fator perverso, dão margem a um crescimento sem pressões pelo lado da demanda por bens e serviços.
Para que essa situação se transforme em crescimento continuado da economia brasileira, no entanto, há que considerar dois fatores.
Resta saber se o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, prenhe de divergências radicais nessa área, logrará implementar uma política econômica capaz de, sem pôr a perder a estabilidade, alimentar o crescimento. Trata-se de uma política que contemple taxa de juros, aumento de exportações, substituição de importações, financiamentos de órgãos oficiais, privatizações, desenvolvimento científico e tecnológico.
Mas há igualmente que levar em conta o cenário externo, especialmente o fator Estados Unidos. A opção do Fed, o banco central do país, parece ter sido por aumentos tênues e graduais em sua taxa de juros. Aposta em um cenário em que a superaquecida economia norte-americana vá-se ajustando lentamente, sem irrupções abruptas. Um "crash" que da Bolsa atingisse rapidamente a atividade econômica, tudo indica, geraria uma cadeia de incertezas na economia mundial que, obviamente, atingiria uma retomada brasileira.
A maneira, suave ou violenta, da aterrissagem da economia norte-americana importa muito ao Brasil, especialmente, e a todo o mundo.


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