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KENNETH MAXWELL
As batalhas de Obama
OS PROJETOS de lei, propostas e medidas administrativas introduzidos pelo presidente Barack Obama prepararam o
cenário para grandes batalhas no
futuro. Isso acontece porque existem profundas diferenças de opinião quanto às causas da crise atual
e aos melhores métodos para
enfrentá-la.
Muitos dos democratas do Congresso acreditam em uma imensa
expansão no papel do governo central. Votaram a favor do pacote de
estímulo econômico e apoiam as
propostas orçamentárias do presidente. Eles veem as vastas somas
que em breve fluirão para os Estados como essenciais à criação de
empregos e à melhora da infraestrutura no país. Em sua opinião, as
ações de Obama se justificam e são
essenciais à recuperação.
Mas, ainda que a agenda seja clara em termos mais amplos, seus
detalhes não o são. Ou, em alguns
casos, são explícitos demais. Muitos democratas incluíram alguns
de seus projetos favoritos no pacote de estímulo. Não surpreende
que os bilhões assim alocados estejam causando divisões entre os
grupos de interesses especiais. Um
exemplo é a intensa concorrência
por verbas federais para a construção de novas estradas ou reparos a
estradas e pontes existentes.
Os republicanos do Congresso
definiram uma posição oposta às
medidas do presidente Obama.
Discordam do presidente quanto à
definição da crise e alegam que as
soluções de Obama são equivocadas. Retornaram ao mantra do governo pequeno. Acreditam que as
medidas sejam perdulárias e que
não funcionarão.
Mas, fora de Washington, os governadores republicanos dos Estados mais importantes, como o governador Charlie Crist, da Flórida,
e Arnold Schwarzenegger, da Califórnia, apoiam as medidas de Obama. Tanto a Flórida como a Califórnia sofrem severamente com a
recessão. Em cada um desses Estados, o desemprego é alto e crescente. E os funcionários estaduais da
Califórnia estão trabalhando apenas quatro dias por semana, para
permitir que o Estado economize
dinheiro.
Atento a essa cisão no país, o presidente Obama adotou uma posição bem à esquerda dos limites tradicionais do discurso político. Preferiu sair ao ataque. Mas seu sucesso dependerá, em última análise,
de determinar se democratas ou
republicanos estão certos sobre as
causas da crise e da rapidez com
que suas medidas dramáticas
poderão obter efeitos positivos
mensuráveis.
"Sei que eles já estão se preparando para a batalha", declarou
Obama na semana passada. "Minha mensagem a eles é a seguinte:
eu também".
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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