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Editoriais
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Pressão sobre o Irã
OS SINAIS DE QUE a China poderá não vetar a aprovação de novas sanções contra o Irã no âmbito do Conselho
de Segurança das Nações Unidas
podem levar o "affair" a uma nova etapa, na qual as pressões sobre o país persa se tornarão mais
amplas e intensas.
Com o consentimento chinês,
e já obtido o da Rússia, cairá por
terra a ideia de que os temores
quanto ao desenvolvimento de
artefatos nucleares pelo regime
dos aiatolás são uma ficção montada pelos Estados Unidos e seus
seguidores. É claro que a China,
apesar de conhecidas divergências, mantém uma série de interesses comuns com os norte-americanos -mas é tudo menos
um aliado automático da principal potência mundial.
Ao afirmar que os chineses deram "um passo muito importante" ao aceitar participar de discussões acerca de uma nova rodada de punições ao Irã, a Casa
Branca sugeriu que os esforços
em atrair a cúpula da ONU para
sua proposta estão frutificando.
Também o chanceler francês,
Bernard Kouchner, saudou a
"boa surpresa", ratificando as
impressões de que Pequim muda
de posição.
A confirmar-se o novo cenário,
a diplomacia do Brasil estará
diante de um dilema: insistirá,
como tem feito, na defesa das supostas pretensões pacíficas do
Irã ou acompanhará os membros permanentes do Conselho
de Segurança na convicção de
que existe um programa paralelo
contra o qual as gestões diplomáticas estão se revelando inócuas?
Tem razão o governo brasileiro
ao entender que o agravamento
de sanções não impedirá o Irã de
produzir uma bomba nuclear caso o deseje. Mas tal constatação
não justifica que o país se mantenha, contra todos, na posição de
fiador de um regime em tudo
suspeito e condenável.
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