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MAIS BANANAS
Nem todos os sistemas econômicos evoluem e alguns evoluem mais que outros. Em casos extremos, há regressão econômica.
Nos últimos anos, é cada vez mais
importante planejar essas trajetórias
de longo prazo que dependem da capacidade de indivíduos e empresas
de incorporar inovação tecnológica.
Essa incorporação de tecnologia
transparece por exemplo no peso da
tecnologia no comércio exterior.
No caso brasileiro, esses indicadores seguem rumos preocupantes. As
exportações de produtos com um
mínimo de tecnologia passaram de
26,4% do total em 2001 para 24,4%
do total em 2002. O estudo foi publicado pelo Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial).
A queda é ruim tanto nas importações quanto nas exportações. Se o
país compra menos tecnologia, isso
reflete um declínio dos investimentos ou do consumo de bens duráveis.
Nas exportações, a perda de terreno sugere que o país perde oportunidades onde mais se agrega valor.
Tomando-se como referência a
média mundial de exportações e importações de bens intensivos em tecnologia, o Brasil está acima da média
nas importações e muito abaixo da
média nas exportações.
Segundo o Iedi, o Brasil concentra
vendas em produtos cuja demanda
mundial declina (27% das vendas foram de setores com crescimento negativo no comércio mundial).
Ora, querer exportar mais produtos cujos preços caem em todo o
mundo significa obter cada vez menos renda com esforço crescente.
Outra conclusão alarmante do estudo do Iedi é a de que as desvalorizações cambiais são inócuas para alterar esse quadro. Alarmante porque o
governo continua incapaz de articular as políticas científicas, tecnológicas e industriais que fariam pelo comércio exterior o que a desvalorização cambial é incapaz de fazer.
Na economia do conhecimento,
perder espaço no comércio intensivo
em tecnologia é ficar condenado ao
atraso e à dependência.
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