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Editoriais
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Crédito educativo
O MINISTÉRIO da Educação
reabriu as inscrições do
programa que financia os
estudos de universitários na rede
privada. Remodelado, o Fies
(Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) cobra agora juros mais baixos, com
parcelas de pagamento fixas e
prazo maior para que a dívida seja quitada após o fim do curso.
As novas regras têm o objetivo
de recuperar a importância do
programa. Criado em 1999, na
gestão Fernando Henrique Cardoso, o Fies já beneficiou mais de
meio milhão de universitários,
mas vinha perdendo espaço para
o ProUni -que oferece bolsas
que não precisam ser restituídas.
Havia reclamações de que os
critérios da Caixa Econômica
Federal para conceder os financiamentos eram muito rígidos,
enquanto as condições de pagamento mostravam-se pouco
compatíveis com a renda de recém-formados que tentavam obter vaga no mercado de trabalho.
Não por acaso, o Fies enfrentava sérios problemas de inadimplência. Em meados de 2009, os
atrasos afetavam mais de 50 mil
contratos dos cerca de 250 mil
que estavam em fase de quitação.
Neste ano, o MEC transferiu a
gestão do programa para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e reduziu os juros
de 6,5% para 3,4% ao ano. Há recursos para conceder até 200 mil
financiamentos -em 2009, só
35 mil solicitaram o benefício.
A reformulação do programa é
bem-vinda e integra o objetivo
do governo de ampliar o acesso
da população de baixa renda ao
ensino superior. É necessário,
porém, que essas medidas de inclusão sejam acompanhadas pela fiscalização mais rígida da qualidade dos cursos oferecidos.
Ninguém quer tomar um empréstimo para adquirir um bem
inexistente ou de má qualidade.
No fim das contas, o prejuízo não
recairá apenas sobre o aluno,
mas sobre toda a sociedade.
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