São Paulo, domingo, 05 de junho de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Palocci
As declarações de Antonio Palocci ficaram marcadas pelo excessivo uso de eufemismos: disse que seus contratos não incluíam taxa de sucesso, mas participação nos ganhos; não se considera rico, mas bem remunerado pelos serviços que prestou; repetiu, "ad nauseam", que todo o faturamento foi informado ao Fisco para justificar a idoneidade de seus contratos.
Por diversas vezes, negou esclarecer dúvidas acerca da lisura de seus contratos alegando a cláusula de confidencialidade, que, segundo ele, era exigência das empresas, e não da Projeto.
Por que, sendo homem público, sempre aceitou esta exigência?
SIMÃO KORN (Santos, SP)

 

A imprensa, chamada de tendenciosa, de implacável, hoje cumpre o seu papel no desmascaramento de um governo nascido a fórceps, já no nascedouro miscigenado de ideologias tão díspares quanto oportunistas. A imprensa, nesse episódio do Palocci, representada pela Folha, revela-se uma das raras reservas morais que restam em nosso país.
GÉSNER BATISTA (Rio Claro, SP)

 

Privar a nação de um quadro da qualidade do Palocci por mera suspeita é grande injustiça. O ministro não declara os seus clientes devido à clausula de sigilo em seus contratos. Se nada há de errado, está na hora de estes contratantes se apresentarem e salvarem o seu eficaz e eficiente consultor. Ganhará o Brasil.
JOÃO ISRAEL NEIVA (Belo Horizonte, MG)

 

É lamentável e temerário o ministro Padilha afirmar que a imprensa é o principal opositor do governo e que só se deveria falar de assuntos positivos, como a erradicação da pobreza extrema.
Primeiro, o governo não está erradicando a pobreza; segundo, ele e os demais participantes da esfera política, o que inclui o ex-presidente Lula, deveriam saber que fazer coisas positivas e "principalmente honestas" é obrigação do poder público.
SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP)

Ministério da Educação
O Ministério da Educação gastou R$ 14 milhões para distribuir material didático com erros de matemática a 37 mil escolas de educação no campo no ano passado. Nele se aprende, por exemplo, que 10-7=4 e que 16-8=6.
Até quando? Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice. Pergunto-me se a permanência de Haddad à frente do Ministério da Educação é apenas para ele adquirir experiência, pois, pelos acontecimentos absurdos que já se tornaram corriqueiros em sua pasta, ele deve ter amigo com "costas quentes" no Planalto. Para qualquer empresário da área privada, ele já mostrou que não tem competência para exercer o cargo e teria sido demitido.
JATIACY FRANCISCO DA SILVA (Guarulhos, SP)

Ditadura
Em 1970, assim como Persio Arida, eu tinha 18 anos. Como ele, na mesma época, também passei pelo quartel da Barão de Mesquita, no Rio. Mas por razões diferentes das que lá o levaram, pois estava do outro lado.
Era cadete do primeiro ano da Academia Militar das Agulhas Negras. Como é tradição até os dias de hoje, depois da cerimônia de entrega do espadim aos cadetes do 1º ano há um baile de gala no Rio. Naquele ano, eu e um grupo de colegas cadetes fomos acomodados no quartel da PE da Barão de Mesquita.
Após o jantar, numa conversa surgiu o assunto tortura. Um colega disse que isso era mentira, que não ocorria.
Um tenente R-2, formado pelo Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, afirmou que existia tortura, sim, e que naquele momento estava ocorrendo ali no quartel. Convidou-nos a testemunhar a barbaridade. Eu e a maioria dos colegas declinamos do convite. Alguns aceitaram.
Ao final do ano letivo de 1970, desgostoso e desiludido com a carreira militar, pedi desligamento e fui cursar engenharia.
JOSÉ ROBERTO KACHEL DOS SANTOS (Mogi das Cruzes, SP)

 

Um equívoco bastante corrente é explicitado na carta do sr. Paulo M. Gomes Lustoza, no "Painel do Leitor" de ontem, sobre o "affair" Arida versus Ustra.
Está se tornando moda a suposição de que a esquerda no Brasil teria implantado uma ditadura cruel, à exemplo de Cuba, China e até Albânia. Isso justificaria as ações de tortura. O equívoco está justamente aí. É uma suposição -bastante provável, é verdade.
Mas nada justifica a barbárie.
Quanto à Comissão da Verdade, o sr. Paulo também se baseia em suposições ao dizer que apenas uma das partes será ouvida. É difícil lidar com a democracia. Dá trabalho. Mas é apenas assim que se constrói um verdadeiro Estado de Direito.
MARIA AMELIA DE O. NOGUEIRA (São Paulo, SP)

Código Florestal
Parabéns a todos os congressistas pela importante vitória da sociedade na aprovação do novo Código Florestal, em particular ao deputado Paulo Piau pela clareza na apresentação e na defesa do Código em artigo nesta Folha ("Entre conflitos e interesses", "Tendências/Debates", 4/ 6).
A agricultura e pecuária são vocações brasileiras e têm sido durante os últimos anos fundamentais para o superavit comercial brasileiro, base da conjuntura que tem possibilitado inclusive as políticas de distribuição de renda.
ALEXANDRE SAYEG FREIRE (São Paulo, SP)

 

O senhor Paulo Piau debate em tom um tanto quanto saudosista a aprovação do projeto do Código Florestal pela Câmara.
Vale dizer que estamos em pleno século 21. É no mínimo insensato defender a exploração do território atual com base em contextos históricos de séculos passados -a realidade do Brasil é outra. Ademais, legitimar o desmatamento da Amazônia para fazer frente a interesses de países ricos em nosso país soa um pouco contraditório.
HENRIQUE FRANZ BARASSUOL (Joinville, SC)

Ilustríssima
Não concordo com o leitor Anderson S. Gomes ("Painel do Leitor", 21/5), sobre o fim da Ilustríssima. Mesmo acostumado com o Mais!, que valia por um livro cultural, confesso que a Ilustrada e a Ilustríssima são uma das razões para ler a Folha nos finais de semana.
ROBERTO FABENI RICARDO (Brasília, DF)

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