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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Anunciar Jesus Cristo

Neste mundo estão misturados valores e antivalores, ilusões e esperanças. Vivemos na expectativa de uma realização plena e feliz que supere a maldade, os sofrimentos e a morte. Sem esse horizonte de plenitude que sentido teria viver?
O anseio profundo do ser humano de alcançar a felicidade fica fortemente iluminado pela fé em Jesus Cristo, que nos revela a certeza da existência futura, eterna e feliz. Vem nos resgatar do pecado e da frustração e nos concede a graça para vencer o mal, encontrar a verdade e fazer bem ao próximo. No grande pluralismo religioso em que vivemos, os discípulos de Jesus são chamados a oferecer ao mundo o testemunho da própria fé e dos valores do Reino de Deus, que pedimos com insistência na oração do "Pai Nosso".
No entanto temos de reconhecer que esse testemunho não tem a força esperada e que há uma distância entre fé e vida. A beleza da Boa Nova de Jesus Cristo fica ofuscada. Quando a fé não se traduz em obras, declina a vivência dos valores cristãos que poderiam transformar a pessoa e a sociedade.
Os discípulos de Cristo não podem abdicar hoje da missão de manifestar, pela palavra e testemunho, a mensagem salvadora de Jesus.
O Papa João Paulo 2º tem incansavelmente convocado os discípulos de Cristo para uma "nova evangelização", que anuncie com ardor e entusiasmo os valores de que o mundo tanto necessita.
Diante da desigualdade social, da miséria e da fome, temos de agir. Na injustiça escondem-se a frieza e o fechamento de coração de quem não quer perceber a necessidade do próximo. Cristo nos ensina a superar o "vírus" do egoísmo e a viver a fraternidade, partilhando com o próximo os bens espirituais e materiais. A Justiça distributiva tem sua raiz na filiação divina, na fraternidade entre todos. Não haveria fome se houvesse verdadeiro compromisso de partilha fraterna.
O Reino proclamado por Jesus vem sanar tensões, conflitos e guerras e a difusão da violência em todas as suas formas. Ele nos ensina a romper o ciclo da vingança que provoca sempre mais violência. Somente o amor consegue perdoar e ajudar a quem nos ofende a se emendar e a fazer o bem.
Crescem os antagonismos raciais, culturais e religiosos. Há segregações e exclusões cada vez maiores. Se, como cidadãos, temos de promover o respeito e a estima entre todos sem distinção, muito mais o devemos à luz do mandamento da caridade cristã. O amor desarma e reconcilia.
Na atual conjuntura, há desencanto pela vida, fruto das dificuldades que se avolumam, causando a fuga pela bebida e pela droga e até desespero e falta de coragem para sobreviver.
A resposta a esses e a outros desafios está na mensagem de Jesus Cristo que seus discípulos são chamados a proclamar pela fé e testemunho de verdadeira fraternidade. No pluralismo religioso de hoje, o cristão deve, com entusiasmo, oferecer a todos os valores do Evangelho, indispensáveis para a felicidade humana e para o advento da sociedade solidária: a justiça, a partilha, o perdão fraterno, a paz e a certeza de vida eterna.
Mais do que nunca, é hora de anunciar Jesus Cristo.


Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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