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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Anunciar Jesus Cristo
Neste mundo estão misturados
valores e antivalores, ilusões e esperanças. Vivemos na expectativa de
uma realização plena e feliz que supere a maldade, os sofrimentos e a morte. Sem esse horizonte de plenitude
que sentido teria viver?
O anseio profundo do ser humano
de alcançar a felicidade fica fortemente iluminado pela fé em Jesus Cristo,
que nos revela a certeza da existência
futura, eterna e feliz. Vem nos resgatar
do pecado e da frustração e nos concede a graça para vencer o mal, encontrar a verdade e fazer bem ao próximo.
No grande pluralismo religioso em
que vivemos, os discípulos de Jesus
são chamados a oferecer ao mundo o
testemunho da própria fé e dos valores do Reino de Deus, que pedimos
com insistência na oração do "Pai
Nosso".
No entanto temos de reconhecer
que esse testemunho não tem a força
esperada e que há uma distância entre
fé e vida. A beleza da Boa Nova de Jesus Cristo fica ofuscada. Quando a fé
não se traduz em obras, declina a vivência dos valores cristãos que poderiam transformar a pessoa e a sociedade.
Os discípulos de Cristo não podem
abdicar hoje da missão de manifestar,
pela palavra e testemunho, a mensagem salvadora de Jesus.
O Papa João Paulo 2º tem incansavelmente convocado os discípulos de
Cristo para uma "nova evangelização", que anuncie com ardor e entusiasmo os valores de que o mundo
tanto necessita.
Diante da desigualdade social, da
miséria e da fome, temos de agir. Na
injustiça escondem-se a frieza e o fechamento de coração de quem não
quer perceber a necessidade do próximo. Cristo nos ensina a superar o "vírus" do egoísmo e a viver a fraternidade, partilhando com o próximo os
bens espirituais e materiais. A Justiça
distributiva tem sua raiz na filiação divina, na fraternidade entre todos. Não
haveria fome se houvesse verdadeiro
compromisso de partilha fraterna.
O Reino proclamado por Jesus vem
sanar tensões, conflitos e guerras e a
difusão da violência em todas as suas
formas. Ele nos ensina a romper o ciclo da vingança que provoca sempre
mais violência. Somente o amor consegue perdoar e ajudar a quem nos
ofende a se emendar e a fazer o bem.
Crescem os antagonismos raciais,
culturais e religiosos. Há segregações e
exclusões cada vez maiores. Se, como
cidadãos, temos de promover o respeito e a estima entre todos sem distinção, muito mais o devemos à luz do
mandamento da caridade cristã. O
amor desarma e reconcilia.
Na atual conjuntura, há desencanto
pela vida, fruto das dificuldades que se
avolumam, causando a fuga pela bebida e pela droga e até desespero e falta
de coragem para sobreviver.
A resposta a esses e a outros desafios
está na mensagem de Jesus Cristo que
seus discípulos são chamados a proclamar pela fé e testemunho de verdadeira fraternidade. No pluralismo religioso de hoje, o cristão deve, com entusiasmo, oferecer a todos os valores
do Evangelho, indispensáveis para a
felicidade humana e para o advento da
sociedade solidária: a justiça, a partilha, o perdão fraterno, a paz e a certeza
de vida eterna.
Mais do que nunca, é hora de anunciar Jesus Cristo.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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