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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Terra
"Em relação à reportagem "Ciro critica radicalização e afirma que conflitos são falsa polêmica" (Brasil, pág. A4, 4/7), desejo fazer, em nome do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, apenas uma correção. O ministro disse que "a Bahia tem 60 mil hectares disponíveis. E o Mato Grosso tem 2 milhões de hectares" -o que é bem diferente dos "60 mil metros quadrados" em relação à área baiana disponível para assentamentos e dos "2 milhões de metros quadrados" existentes em Mato Grosso citados na reportagem como declaração do ministro."
Egídio Serpa, assessor especial do ministro da Integração Nacional (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

MST e boné
"Detestável o artigo do senador Jorge Bornhausen ("O boné da insensatez') em que critica o presidente Lula por ter usado o boné do MST. O senador lembrou bem que Lula foi eleito pelo voto, voto este que andou faltando para a sua "patota" pelo simples motivo de que queremos mudança. O presidente quer fazer a reforma agrária para acabar finalmente com as capitanias hereditárias, o que acaba desagradando aos filhotes da ditadura."
Guilherme Maciel de Bem (Florianópolis, SC)

 

"O artigo "A cartola da intolerância" ("Tendências/Debates", 4/7) começa afirmando uma estupidez: "A audiência que o presidente Lula concedeu ao MST gerou uma onda de intolerância conservadora". Não se trata de intolerância nem muito menos merece a adjetivação conservadora. Ou devemos depreender que o PT pretende eliminar a propriedade privada no país. Hoje as fazendas, amanha as fábricas. E qualquer objeção será adjetivada de conservadora. A referência ao "Homestead Act" mostra que o senador viu muito filme de caubói e de lutas de índios, mas não aprendeu nada sobre a história dos EUA nem sobre a ocupação da terra pelo brancos. O MST está invadindo, destruindo e saqueando propriedades de fazendeiros de grande e também de pequeno porte. Fazem isso em terras improdutivas e também em produtivas -e, pasmem, até em terras da Embrapa e do Instituto Agronômico. Dizer que a reação ao apoio ostensivo do presidente Lula ao MST foi coisa de intolerância conservadora é exagero."
Mario Ladosky (Bragança Paulista, SP)

 

"O presidente Lula, na campanha eleitoral, prometeu fazer uma reforma agrária pacífica. Passado o primeiro semestre de seu governo, pipocam por todo o país as invasões de terra -que já superam o registrado em 2002. Agora o MST inclui a tomada de praças de pedágios. No discurso, o governo diz que tem compromisso com o cumprimento da lei; na prática, faz vista grossa às ilegalidades do movimento. No primeiro encontro com dirigentes do MST, num gesto extravagante, Lula vestiu um boné do MST. O senhor presidente precisa ter muito cuidado, pois essa gente não quer só terra. Eles desejam muito mais -servindo-se da força e da baderna."
Turíbio Liberatto (São Caetano do Sul, SP)

 

"São alarmantes as declarações do recém-empossado procurador da República, senhor Cláudio Fonteles, de que, apesar de invasão ser "crime intolerável", em determinados casos as invasões são legítimas e legais -em regiões onde há latifúndios e a terra é usada para especulação e onde a repressão policial não resolve o problema. O senhor Fonteles parece ignorar que o MST, confiante na impunidade, se arvorou em árbitro de produtividade e invadiu propriedades certificadas pelo Incra como produtivas. Os proprietários que foram desrespeitados e tiveram suas terras invadidas querem que se cumpra a reintegração de posse conforme a lei."
João Pedro Vianna (Curitiba, Pr)

O verde e o concreto
"Aumento do calor, alteração do microclima, rebaixamento do lençol freático, redução das áreas verdes e degradação da paisagem. Essas são apenas algumas das consequências dos efeitos da imensa laje de concreto que recobre a "pele" da nossa capital. É justamente por isso que considero absurda a decisão -claramente política- do Ministério Público Estadual de vetar a construção do auditório do parque Ibirapuera. Se, por um lado, o projeto aumenta a área construída em aproximadamente 4.000 m2, por outro, o parque ganha uma área de jardim 20 vezes maior -com a quebra de 80.000 m2 de pisos de concreto e de asfalto hoje existentes. Creio que onde talvez esteja faltando permeabilidade, aeração e irrigação seja nas cabeças burocráticas do Estado que consideram ambiente e qualidade de vida como simplesmente um balanço aritmético entre oxigênio e gás carbônico, e não como uma íntima interação entre os bens arquitetônicos construídos e a paisagem biofísica. Nesse sentido, a realização do projeto do Niemeyer, engavetado há décadas, não só representa um ato de respeito às diferentes possibilidades de lazer como uma homenagem à nossa história, ao nosso patrimônio cultural e à sensibilidade."
Raul Pereira, arquiteto e paisagista (São Paulo, SP)

TAM
"Em atenção ao leitor Paulo Reimann (carta "Aviação", "Painel do Leitor", 4/7), a TAM informa que cumpre rigorosamente com todos os seus compromissos. Dentro do princípio de gestão ética que norteia a administração da empresa, está adimplente com suas obrigações comerciais, financeiras e fiscais -tanto com o poder público como com os fornecedores. Reiteramos que a empresa vem apresentando todos os seus resultados financeiros, observando em seus balanços os princípios e normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -que têm sido aprovados, sem ressalvas, por auditores independentes."
Anahi Guedes, assessoria de imprensa da TAM (São Paulo, SP)

Lentes
"Em relação à reportagem "Vigilância demorou três meses para fiscalizar empresa" (Cotidiano, pág. C3, 26/6), sobre o gel oftalmológico Methyl Lens 2%, a Secretaria de Saúde de Campinas entende que o enfoque dado pela repórter Fabiane Leite esteja equivocado. O texto sugere que tenha havido falhas na atuação da Vigilância Sanitária municipal, o que não procede, já que o órgão adotou todos os procedimentos de sua competência e no limite dos aspectos legais. A reportagem trata a questão de maneira que os culpados pelo ocorrido passam a ser os órgãos públicos, e não o laboratório Lens Surgical, que atuava clandestinamente, sem alvará da Prefeitura de Campinas e sem registro na vigilância sanitária e no Ministério da Saúde."
Salma Balista, coordenadora da Covisa -Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (Campinas, SP)


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