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KENNETH MAXWELL
Fora e dentro
Em 1891, Andrew Carnegie
construiu duas torres no seu
grandioso Carnegie Hall, localizado em Nova York, na esquina da rua 57 com a Sétima
Avenida. Em 1960, incorporadores imobiliários desejavam
demolir o complexo, mas uma
campanha pública comandada pelo violinista Isaac Stern
convenceu o governo municipal a adquirir o imóvel.
Os dois últimos inquilinos
dos apartamentos localizados
nas torres do Carnegie Hall
-grandes estúdios, muitos
deles dotados de claraboias
especiais a fim de propiciar luz
vinda do norte a pintores, e
ocupados ao longo do último
século por atores, músicos e
artistas criativos- devem deixar o imóvel no final do mês.
Marlon Brando morou por
algum tempo em um apartamento agora demolido no oitavo pavimento, e Leonard
Bernstein, James Dean e Marilyn Monroe estudaram no complexo.
As torres serão completamente remodeladas, em um
projeto de renovação orçado
em US$ 200 milhões [cerca de
R$ 350 milhões]. Será construído o "Instituto de Música
Sandy Weill", que portará o
nome do ex-presidente do
conselho do Citigroup. O instituto Weill tem por objetivo
ajudar "as crianças urbanas
da cidade de Nova York e de todo o mundo".
Na semana passada, foi
anunciado que Carlos Slim, o
homem mais rico do mundo,
adquiriu uma das últimas
grandes mansões na Quinta
Avenida, uma edificação de
oito andares em estilo "beaux
arts" localizada no número
1.009 da avenida, na esquina
com a rua 82, do lado oposto
ao museu Metropolitan.
Slim pagou US$ 44 milhões
pela mansão. Até 2006, a casa
era dos descendentes do dono
original, o magnata do tabaco
Benjamin Duke. Slim, 70, é
mexicano, filho de um cristão
menonita que se transferiu do
Líbano para o México em 1902
e adquiriu imóveis no centro
da Cidade do México depois da revolução.
Nas privatizações executadas pelo presidente Carlos Salinas na década de 90, Slim ficou com 90% das linhas de telefonia fixa mexicanas e, o
mais importante, com 80% do
mercado de celulares, e expandiu seus negócios posteriormente criando o maior
grupo de telefonia móvel da
América Latina, com 150 milhões de assinantes em 11 países, entre os quais o Brasil.
Em 2008, ele se tornou o
maior acionista individual do
"New York Times"; em 2009
emprestou US$ 250 milhões à New York Times Company.
Slim afirmou que "a riqueza
é como um pomar; é preciso
compartilhar os frutos, não as
árvores". O corretor de imóveis está processando o antigo
proprietário da casa pelo não
pagamento de uma comissão
de US$ 880 mil sobre a venda
a Slim.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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