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CLÓVIS ROSSI
A Suíça é mais animada
SÃO PAULO - Impressiona a solidão com a qual a senadora Heloísa
Helena, candidata presidencial do
PSOL, se movimentou ontem em
São Paulo -pelo menos nos dois
eventos relacionados à Folha (o almoço na sede do jornal e a sabatina
no Teatro Folha).
A senadora chegou ao jornal
acompanhada de apenas um companheiro de partido, o deputado federal Orlando Fantazzini -situação que se repetiu no teatro. Tenho
uma razoável quilometragem rodada em matéria de almoço de políticos na Folha, especialmente de
candidatos à Presidência (desde
1989). Nunca vi uma, digamos, comitiva tão reduzida.
Entendo perfeitamente que o
PSOL é um partido novo, de apenas
três anos, pequeno (7 de 513 deputados), mas, caramba, é uma dissidência do PT, que foi o grande partido da militância entusiasmada.
Não é razoável que a dissidência
não tenha arrastado uma parte do
alarido que habitualmente acompanha a esquerda, no mundo todo,
aliás. Mas é assim -ou ao menos foi
assim ontem.
Confesso que não sei qual é a explicação -nem deu tempo de começar a investigar entre o fim da sabatina no Teatro Folha e o horário de fechamento deste texto.
Mas suspeito que parte do problema acabe sendo uma tremenda
ironia: a esquerda foi devastada, como entusiasmo e militância, pelas
políticas de direita praticadas pelo
PT, que ainda se diz, cinicamente,
de esquerda.
Basta lembrar que o problema
não parece ser só de Heloísa Helena. Dias atrás, a Folha relatou que
os "militantes" que acompanhavam ato de campanha do senador
Aloizio Mercadante eram pagos e
não faziam a mais remota idéia de
quem é Mercadante.
Como os partidos de centro e de
direita não têm muita tradição de
militância, fica esse imenso vazio.
Até na Suíça, já vi campanhas
mais animadas.
crossi@uol.com.br
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