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FERNANDO RODRIGUES
Agora é Dilma
BRASÍLIA - A absolvição de Antonio Palocci pelo Supremo Tribunal
Federal assanhou empresários e
políticos. Lula ouviu a hipótese de
adotar já o plano B, com o ex-ministro da Fazenda substituindo Dilma
Rousseff na disputa pelo Planalto.
Os pró-Palocci enxergam no ex-trotskista convertido ao liberalismo alguém mais talhado para a batalha do ano que vem. Pesa nessa
preferência a notória dificuldade de
Dilma Rousseff nos contatos políticos. Há em Brasília uma pequena
legião de pessoas choramingando
por terem sido tratadas pela ministra da Casa Civil com uma, digamos,
rudeza exagerada.
Lula ouviu muitas ponderações.
A pelo menos um interlocutor de
razoável importância o presidente
deu um recado claro e objetivo: pare de propor Palocci, pois a candidata vai mesmo ser Dilma.
Não há só a intuição de Lula por
trás da viabilização de Dilma Rousseff. Baterias de pesquisas qualitativas reservadas apontam a ministra
como alguém viável eleitoralmente.
Ela seria pouco conhecida do eleitorado, mas tem um potencial alargado com Lula a tiracolo.
Sobre esse aspecto, a direção do
PMDB sugerirá a Lula uma licença
de um mês na fase mais aguda da
eleição. Faria então campanha intensiva por sua candidata.
Na visão edulcorada do mundo
petista, Dilma chegará em janeiro
pontuando um pouco acima de
20% nas pesquisas de opinião. Até
abril estariam consolidadas as principais alianças partidárias, dando à
candidata do PT quase o dobro do
tempo nos programas eleitorais na
TV e no rádio.
O discurso desenvolvimentista,
do "Brasil grande", funcionou em
2006, quando Lula acusou os tucanos de planejarem dilapidar patrimônio nacional. Agora, é Dilma e
pré-sal à frente da "segunda independência" do país. Aliás, esse será
o tom do pronunciamento de Lula
amanhã à noite em rede de TV.
frodriguesbsb@uol.com.br
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