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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Os jovens e o futuro
No Brasil, estamos convocados
para as eleições. As campanhas
políticas foram serenas e apresentaram propostas que abrem perspectivas da superação progressiva da exclusão social que aflige milhões de cidadãos.
O importante agora será caminhar
no sentido da integração de forças,
tendo em vista o bem comum. É preciso, por isso, ultrapassar partidarismos
e ressentimentos e ter a coragem de
olhar para o futuro com esperança.
Temos de esquecer pequenas ambições e rivalidades para assegurar a
promoção conjunta da concórdia e do
acesso de todos a condições dignas de
vida.
Será necessário para isso abrir espaços para os jovens aos quais deixamos
até hoje uma herança de desigualdades sociais e violência, levando-os ao
desânimo, à atração da droga e ao engodo de uma sociedade ilusória, consumista e sem sentido. Muitos jovens
perderam a alegria de viver e chegaram ao desatino de eliminar a própria
vida. Um ano após o atentado ao
World Trade Center, o mundo tornou-se mais frágil, entre o terrorismo
e a repressão, diminuindo nos jovens
as perspectivas de futuro. É preciso reconstruir a esperança.
Hoje, 5 de outubro, realiza-se em
Turim, na Itália, um evento de grande
alcance para a juventude. Trata-se do
1º Encontro Mundial dos "Jovens pela
Paz" com a finalidade de convocar a
juventude para construir a sociedade
fundada na paz que nasce da justiça.
A iniciativa surgiu do "Arsenal da
Paz", com sede em Turim, e quer ser
da parte do "Serviço Missionário Jovem" (Sermig), um apelo para que a
nova geração mantenha viva a esperança diante dos desafios do momento presente e, confiante na sabedoria e
na misericórdia divina, promover a
solidariedade entre todas as pessoas.
O belo cartaz contém a silhueta de um
jovem e abre para um horizonte de
céu aberto com os dizeres: "Jovem, o
futuro é você". Essa promissora iniciativa reúne durante três dias (4/10 a 6/
10) milhares de moças e rapazes de todos os países, com a representação de
jovens brasileiros.
Na véspera das nossas eleições, é
chegado o momento de confiar na força transformadora moral, religiosa e
cultural de nossa juventude, garantindo oportunidade de formação, acesso
ao trabalho e condições efetivas de
participação na vida nacional. Procuremos nos inspirar na carta convocatória de Turim, escrita pelos próprios
jovens. Solicitam que a política, a economia, a informação, a ciência e a tecnologia estejam a serviço da pessoa e
da justiça. Requer-se para isso que a
lógica do lucro e da economia do mercado não seja em detrimento prioritário das relações entre pessoas e nações. Insistem sobre a necessidade de
diálogo aberto e constante entre culturas e religiões construindo caminhos
de partilha, de perdão e de mútua
compreensão.
Renovam os jovens seu compromisso de corrigir erros e promover a vida
sem guerra, violência, vingança e injustiças na busca incansável da verdade, da liberdade e do respeito à dignidade de cada homem e de cada mulher, assegurando a todos o uso equitativo dos bens da terra.
O 1º Encontro Mundial de "Jovens
pela Paz" há de motivar também milhões de brasileiros. A nossa juventude precisa ultrapassar todo medo e
angústia e enfrentar o futuro com esperança. O espírito patriótico há de
nos levar a votar com consciência e a
unir forças, dando aos jovens exemplo
de superação de todo individualismo
e ressentimentos para promover a justiça social e a fraternidade. Pedimos a
Deus que proteja nossos jovens e que
eles sejam bênção para o Brasil.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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