São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2001

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FERNANDO RODRIGUES

A chance de Aécio Neves

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB- MG), é sempre citado em meios políticos como uma opção governista para disputar a Presidência da República em 2002.
Suas chances crescem no caso de os dois tucanos mais bem posicionados dentro do partido -José Serra e Tasso Jereissati- fracassarem na tentativa de viabilizarem-se como candidatos presidenciáveis.
Mineiro e prudente, Aécio tem evitado dar declarações públicas sobre seus planos eleitorais. Como presidente da Câmara, tem agora uma chance de ouro de tomar decisões que podem catapultá-lo para dentro do cenário sucessório.
A Câmara está para colocar em pauta um polêmico projeto de emenda constitucional que restringe a imunidade parlamentar. Se for aprovado, congressistas poderão ser processados com mais facilidade.
Hoje, deputados e senadores são imunes. Para serem processados, é necessário que o Congresso autorize a Justiça, o que é raríssimo.
Até a tramitação de um caso antigo é suspensa depois que um político é eleito deputado ou senador. Essa aberração será corrigida se Aécio Neves mantiver a promessa de colocar em pauta o assunto nesta semana -e forçar o plenário a deliberar sobre o tema quando se esgotarem as discussões.
Num momento em que a maioria dos eleitores diz considerar o padrão ético e moral de um político antes de escolhê-lo em uma eleição, a emenda constitucional que acaba com a imunidade seria uma oportunidade para Aécio se consolidar um pouco mais como opção para 2002.
No mínimo, serviria para que ele alcançasse o que tem dito, em reserva, ser seu plano eleitoral para o ano que vem: eleger-se senador e, depois, presidente do Senado em 2003.


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