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FERNANDO RODRIGUES
A chance de Aécio Neves
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-
MG), é sempre citado em meios políticos como uma opção governista para disputar a Presidência da República em 2002.
Suas chances crescem no caso de os
dois tucanos mais bem posicionados
dentro do partido -José Serra e Tasso Jereissati- fracassarem na tentativa de viabilizarem-se como candidatos presidenciáveis.
Mineiro e prudente, Aécio tem evitado dar declarações públicas sobre
seus planos eleitorais. Como presidente da Câmara, tem agora uma
chance de ouro de tomar decisões que
podem catapultá-lo para dentro do
cenário sucessório.
A Câmara está para colocar em
pauta um polêmico projeto de emenda constitucional que restringe a
imunidade parlamentar. Se for aprovado, congressistas poderão ser processados com mais facilidade.
Hoje, deputados e senadores são
imunes. Para serem processados, é
necessário que o Congresso autorize
a Justiça, o que é raríssimo.
Até a tramitação de um caso antigo
é suspensa depois que um político é
eleito deputado ou senador. Essa
aberração será corrigida se Aécio Neves mantiver a promessa de colocar
em pauta o assunto nesta semana
-e forçar o plenário a deliberar sobre o tema quando se esgotarem as
discussões.
Num momento em que a maioria
dos eleitores diz considerar o padrão
ético e moral de um político antes de
escolhê-lo em uma eleição, a emenda
constitucional que acaba com a imunidade seria uma oportunidade para
Aécio se consolidar um pouco mais
como opção para 2002.
No mínimo, serviria para que ele
alcançasse o que tem dito, em reserva, ser seu plano eleitoral para o ano
que vem: eleger-se senador e, depois,
presidente do Senado em 2003.
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