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KENNETH MAXWELL
Salário e consequências
NESTA SEMANA , a revista
"Chronicle of Higher Education" publicou sua lista
anual com os salários pagos aos reitores das universidades privadas
dos EUA. A lista não inclui instituições de ensino superior do setor
público, como o sistema da Universidade da Califórnia ou o da Universidade de Illinois, por exemplo,
que são universidades bancadas
pelos Estados.
Mas esses números oferecem
um perfil sobre uma porção fundamental do setor de ensino superior
norte-americano e representam a
remuneração recebida pelos dirigentes universitários no ano fiscal
passado, encerrado em 30/6/2008.
Os números se baseiam em declarações submetidas ao Internal Revenue Service e incluem os custos
de benefícios.
O salário médio para os reitores
das 419 faculdades e universidades
privadas pesquisadas era de
US$ 358.746, o que representa
6,5% de aumento ante o ano anterior. Os presidentes das maiores
universidades privadas, no entanto, receberam consideravelmente
mais. Nessas universidades, que
têm programas de pós-graduação e
treinamento profissional, a remuneração média anual era de US$
625.750, com alta muito superior à
taxa de inflação, por exemplo.
A campeã dos salários foi Shirley
Ann Jackson, reitora desde 1999 do
Instituto Politécnico Rensselaer,
em Troy, Nova York, e antiga presidente da Comissão Regulatória
Nuclear, com salário de US$ 1,6 milhão. Lee Bollinger, da Universidade Colúmbia, recebeu US$ 1,38 milhão. John Sexton, da Universidade de Nova York, US$ 1,3 milhão. A
lista demonstra que 23 reitores ganham mais de US$ 1 milhão ao ano
e 110 faturam mais de US$ 500 mil.
Essas escalas de pagamento são
novidade nos EUA. Até 2002, não
havia reitores com salários milionários. A ironia, claro, é que esses
grandes aumentos aconteceram
exatamente quando a economia do
país estava a ponto de entrar em
colapso, e todas essas grandes instituições sofreram grandes prejuízos em suas dotações de investimento.
Muitas faculdades também
antecipam queda do faturamento
com mensalidades.
Os custos da educação superior
para os estudantes, enquanto isso,
estão perto de US$ 50 mil ao ano,
consideradas mensalidades, taxas
e despesas de alojamento. No ano
passado, apenas cinco instituições
cobravam anuidades dessa ordem.
Neste ano, pelo menos 58 têm
anuidades superiores a US$ 50 mil
-por exemplo, US$ 55.788 na Sarah Lawrence e US$ 51.993 na Universidade de Nova York.
Não surpreende que esses altos
salários, bem como os aumentos
nas anuidades, estejam atraindo
escrutínio e críticas. É justo que
o façam.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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