São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Sutileza expressa
"Falo como perito judicial que cumpre o seu múnus há 33 anos.
É sabido que os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público e o perito do juízo se sujeitam às mesmas regras para serem considerados suspeitos nos termos da lei.
Uma vez declarados suspeitos, eles ficam impedidos de atuar nesse ou naquele processo.
Ao doar R$ 50 mil para a posse de Sua Excelência o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, a Caixa Econômica Federal nada mais fez do que torná-lo suspeito para julgar processos em que ela seja parte.
Existe aí uma sutileza expressa, e quem entende do assunto sabe do que estou falando.
Nenhuma autoridade julgadora deveria ser julgada suspeita por obra ou requerimento de alguém. A própria autoridade deve se declarar suspeita antes que alguém o faça.
Para um ministro do Supremo Tribunal Federal deve ser horrível conviver com esse item de foro íntimo. Sua Excelência vai se declarar suspeito?"
JOÃO EURÍPEDES SABINO , presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região (Uberaba, MG)

Educação
"No editorial "Gasto com qualidade" (Opinião, 3/11), a Folha indica que as diferenças entre os gastos educacionais do Brasil e de alguns países não é tão grande assim.
Vejamos alguns dados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de 2006: o gasto médio por aluno na OCDE é quatro vezes o do Brasil; o dos EUA, seis vezes. Isso significa que o investimento feito em um ano em um aluno dos EUA corresponde a seis anos de um aluno brasileiro.
O gasto cumulativo em US$ PPP (que padroniza o poder de compra das diferentes moedas) para formar um aluno no primário e secundário é de US$ 96 mil para a média dos países da OCDE. No Brasil, é de US$ 16,7 mil; no Chile, US$ 25 mil; no México, US$ 26 mil.
Em resumo, não basta o fim da DRU (desvinculação de receitas da União) para a educação (uma conquista!) para mudar esse quadro."
JOSÉ MARCELINO DE REZENDE PINTO (Ribeirão Preto, SP)

Belo Monte
"Chega a ser vergonhoso para os paraenses ver uma análise tão bem feita dos problemas de Belo Monte publicada em um jornal de outro Estado enquanto a grande imprensa paraense parece não se preocupar com o tema em absoluto ("Belo Monte de problemas", "Tendências/Debates", 2/11).
Artigos sobre o assunto publicados em jornais diários daqui limitam-se a opiniões parciais de engenheiros, técnicos e empresários que levam em consideração apenas a ideia da "necessidade" de construir a usina, em detrimento da voz das comunidades da área, que poderão ser irreversivelmente afetadas pelo desvio no rio, e dos ambientalistas.
Não é sem razão que o bispo do Xingu vem lutando por mais audiências públicas sobre o tema: Belo Monte até agora não passa de um projeto obscuro, sobre o qual a maioria dos paraenses não tem um mínimo de informação e os interessados deixam de lado o diálogo e correm por caminhos pouco esclarecidos para realizar o seu intento."
ARTHUR RIBEIRO (Belém, PA)

Aposentados
"Ao ler o editorial "Arapuca parlamentar" (Opinião, ontem), pensei em algo que o presidente Lula poderia fazer para resolver o problema da Previdência: reunir os aposentados e fuzilá-los.
Não haveria mais reclamação por equiparação nos aumentos, salvaria a Previdência e, finalmente, sobraria mais dinheiro para distribuir para as centrais sindicais, para o MST e para outros pelegos que possam aparecer."
ALDIR COUTO (Fortaleza, CE)

Mensalões
"Por que o mensalão ocorrido em Minas Gerais é tratado pela Folha de maneira diferente do mensalão nacional?
Em nível nacional, o mensalão é chamado de petista, como se antes de o PT chegar ao governo não existissem tais práticas. Em Minas Gerais, é chamado de mensalão mineiro. Bem que poderia ser chamado de mensalão tucano."
PAULO JOSÉ DE SOUZA , pós-graduando em políticas públicas e gestão social na Universidade Federal de Juiz de Fora (São João del-Rei, MG)

PIB
"O PIB de 2007 divulgado pelo IBGE -R$ 2,7 trilhões- é um dos maiores do mundo. O país tem um vigor econômico equivalente a um país de Primeiro Mundo, mas uma vergonhosa situação na saúde e na educação. Nessas áreas, se parece mais com um país africano.
Até quando o povo desta terra vai aceitar ser tratado de modo indigno nas filas do SUS e na qualidade de educação que recebe das escolas, apesar da imensa contribuição que saiu do seu lombo para esse espantoso PIB?"
HERCULANO KELLES (Belo Horizonte, MG)

Clima
"Marcelo Leite cravou a perda de oportunidade de Lula em relação às propostas para Copenhague ("Lula arrisca perder o bonde de Copenhague", Ciência, ontem).
Um líder não se coloca a reboque, instaura uma nova correlação de força. Transformar o clima em moeda de troca expressa o medo filisteu.
O antagonismo "população amazônica x política ambiental" apontado por Lula seria radicalmente transformado se ele tivesse a educação ambiental em alta conta. Aliás, parece que ele não tem em alta conta nem uma nem outra coisa."
ANTÔNIO CARLOS MONTEIRO DE CASTRO , professor de política da Uems (Campo Grande, MS)

Agricultura e ambiente
"Leio a Folha diariamente, principalmente os assuntos inerentes à agricultura, minha área de atuação.
Sou agricultor com muito orgulho, herança de meu pai, ofício que procuro cumprir com amor e com honradez.
Causou-me estranheza uma informação do quadro "Os interesses", que acompanhou a reportagem "Lula discute agenda ambiental polêmica" (Brasil, 3/11), sobre o novo Código Florestal.
Sobre os interesses dos ambientalistas, tudo foi descrito sem observações. Simplesmente se descreveu o que pretende esse grupo com o novo código. Já sobre os interesses dos ruralistas, há um tópico assinalado com aspas. Diz o texto: "Anistia para quem tenha desmatado "legalmente" no passado".
O que a Folha quer transmitir ao leitor com esse "legalmente" entre aspas? Que no passado tudo foi feito na ilegalidade? O jornal não sabe que há 35/40 anos o governo dava até incentivo para quem desmatasse a sua terra para produzir?"
GERALDO AUGUSTO LEÇA TEIXEIRA (São Joaquim da Barra, SP)

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