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Editoriais
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Gasto eleitoral
Mais de R$ 790 milhões foram
desembolsados na campanha
eleitoral deste ano pelos candidatos eleitos para as 513 cadeiras da
Câmara e as 54 vagas em disputa
no Senado -consideradas apenas
as declarações oficiais de despesas. Trata-se, sob qualquer ângulo, de um gasto expressivo.
A título de comparação, todos
os postulantes norte-americanos,
vencedores e derrotados, às 435
vagas na Câmara dos Representantes e 37 no Senado somaram
dispêndios da ordem de R$ 4 bilhões, tornando a disputa concluída na última terça-feira a mais cara da história das eleições legislativas nos Estados Unidos -país
cujo PIB é mais de sete vezes superior ao do Brasil.
É preciso ainda levar em conta
que os candidatos brasileiros têm
acesso a fontes indiretas de recursos, como o horário eleitoral gratuito na TV -pago por meio de renúncia fiscal.
O elevado custo das eleições,
em grande parte comandado pela
crescente adesão ao marketing,
cria distorções. Estudos mostram
que o volume de gastos do candidato não é o único, mas é um dos
fatores preponderantes para as
suas chances de vitória. Seria irrealista advogar pelo fim da influência financeira sobre a disputa eleitoral, mas todos ganhariam
com a contenção de exageros.
Não é o melhor caminho, como
geralmente se propõe, a instituição do financiamento público exclusivo de campanhas. Tal medida apenas aumentaria o ônus para
o contribuinte, sem oferecer garantia nenhuma quanto à eliminação das contribuições ilegais.
No âmbito de uma eventual reforma política, a adoção do voto
distrital misto por certo reduziria
custos ao circunscrever a disputa
numa região geográfica menor.
Mas é possível impor alguns limites sem precisar ir tão longe.
Medidas que, nos últimos pleitos,
restringiram a distribuição de
brindes, a veiculação de propaganda nas ruas e os "showmícios", por exemplo, já se mostraram efetivas nesse sentido.
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