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MUDANÇA CLIMÁTICA
Enquanto uma conferência da
ONU no Canadá tenta definir as
diretrizes de um acordo internacional para suceder o Protocolo de Kyoto, que caduca em 2012, vão surgindo
novos dados que evidenciam a urgência da tarefa de tentar conter o
efeito estufa, o aquecimento anormal da atmosfera do planeta.
Estudo de oceanógrafos britânicos
publicado na revista "Nature" aponta perda de força de correntes do
Atlântico que carregam água quente
dos trópicos para o norte da Europa.
A circulação das águas já está 30%
mais fraca do que em 1957 e, segundo os pesquisadores, trata-se de uma
tendência e não de uma variação.
Se esse movimento se acentuar, a
corrente do Golfo, que lança bilhões
de litros das águas tépidas do golfo
do México para o Atlântico norte, poderia ser "desligada", o que reduziria
em 4 C a temperatura média no noroeste da Europa. Pode parecer pouco, mas isso deixaria cidades como
Londres sob temperaturas glaciais.
Outro indício de que o efeito estufa
já causa danos veio da agência ambiental da União Européia. Ela divulgou um estudo demonstrando que,
enquanto a Terra esquentou em média 0,7 C ao longo do século 20, em
32 nações européias esse aumento
foi de 0,95 C. Só em 2003, 10% das
geleiras dos Alpes derreteram.
Também os americanos, tidos como vilões do aquecimento global devido à recusa do presidente George
W. Bush de ratificar Kyoto, provavelmente sentiram -e sentirão ainda
mais nos próximos anos- as conseqüências do efeito estufa. Vários
cientistas atribuem a esse fenômeno
a temporada especialmente intensa
de furacões no Atlântico tropical,
que produziu catástrofes como a
destruição de Nova Orleans.
Isoladamente esses estudos talvez
não "provem" que esteja em curso
uma importante e potencialmente
perigosa mudança climática, mas,
quando analisados em conjunto e
aliados a vários outros indícios, sugerem que é preciso reduzir drasticamente as emissões de gases-estufa.
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