São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2006

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PIOR PARA O BRASIL

Após manter a taxa de juros básica da área do euro em 2% ao ano de junho de 2003 a dezembro de 2005, o Banco Central Europeu procede a novo aumento gradual. Elevou seus juros em 0,25 ponto percentual pela segunda vez em três meses, a fim de conter repasses de preços. A inflação regional foi estimada em 2,3% ao ano em fevereiro, e há sinais de fortalecimento da atividade econômica, liderada pelas exportações.
O Japão emite sinais de que pode ter encerrado longo período de deflação. Em janeiro, foi registrada uma terceira alta consecutiva dos preços ao consumidor. Isso pode prenunciar uma mudança na conduta do Banco Central do Japão, que tem perseguido uma política de juro zero, a fim de reativar o consumo, debelar a deflação e estimular a atividade econômica. O PIB japonês cresceu 2,8% em 2005, mais que o brasileiro.
Nos EUA, o Fed lidera esse movimento gradual de aumento nas taxas de juros globais. A recuperação da economia mundial foi impulsionada por americanos e chineses. A partir de junho de 2004, o Fed moveu seus juros em 0,25 ponto percentual a cada reunião, elevando-a para 4,5% ao ano em janeiro de 2006. O PIB dos EUA cresceu 3,5% em 2005, também acima do desempenho do Brasil.
Os bancos centrais dos principais países industrializados vão procurando, sem sobressaltos, equilibrar a dinâmica do crescimento econômico com a perspectiva de elevação dos preços. O segredo do sucesso dessa política até agora tem sido a harmonização refinada entre autoridades monetárias, agentes de mercado e os respectivos Tesouros.
O Brasil -onde esses elementos custam a entrar em consonância e onde ser austero significa colocar os juros nas alturas- assistiu à volta do "vôo de galinha". Nos modelos que as nossas autoridades importam do Primeiro Mundo, ficou faltando o básico: crescimento da produção.


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