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PIOR PARA O BRASIL
Após manter a taxa de juros básica da área do euro em 2% ao
ano de junho de 2003 a dezembro de
2005, o Banco Central Europeu procede a novo aumento gradual. Elevou
seus juros em 0,25 ponto percentual
pela segunda vez em três meses, a
fim de conter repasses de preços. A
inflação regional foi estimada em
2,3% ao ano em fevereiro, e há sinais
de fortalecimento da atividade econômica, liderada pelas exportações.
O Japão emite sinais de que pode
ter encerrado longo período de deflação. Em janeiro, foi registrada uma
terceira alta consecutiva dos preços
ao consumidor. Isso pode prenunciar uma mudança na conduta do
Banco Central do Japão, que tem perseguido uma política de juro zero, a
fim de reativar o consumo, debelar a
deflação e estimular a atividade econômica. O PIB japonês cresceu 2,8%
em 2005, mais que o brasileiro.
Nos EUA, o Fed lidera esse movimento gradual de aumento nas taxas
de juros globais. A recuperação da
economia mundial foi impulsionada
por americanos e chineses. A partir
de junho de 2004, o Fed moveu seus
juros em 0,25 ponto percentual a cada reunião, elevando-a para 4,5% ao
ano em janeiro de 2006. O PIB dos
EUA cresceu 3,5% em 2005, também
acima do desempenho do Brasil.
Os bancos centrais dos principais
países industrializados vão procurando, sem sobressaltos, equilibrar a
dinâmica do crescimento econômico com a perspectiva de elevação dos
preços. O segredo do sucesso dessa
política até agora tem sido a harmonização refinada entre autoridades
monetárias, agentes de mercado e os
respectivos Tesouros.
O Brasil -onde esses elementos
custam a entrar em consonância e
onde ser austero significa colocar os
juros nas alturas- assistiu à volta do
"vôo de galinha". Nos modelos que
as nossas autoridades importam do
Primeiro Mundo, ficou faltando o
básico: crescimento da produção.
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