São Paulo, sexta-feira, 06 de março de 2009 |
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"A Folha decepciona cada vez
mais seus leitores quando parece
disposta de todo jeito a provar que
a ditadura brasileira foi mesmo
branda perto de outras. Pelo menos
é o que se entende lendo o artigo de
Marco Antônio Villa.
Só espero que o jornal não lamente depois quando algum governo brando começar a censurar o
seu trabalho e a perseguir os seus
jornalistas.
Nem parece mais aquele jornal
que teve problemas na era Collor."
"Não é que a Folha arranjou alguém com respeitável carreira acadêmica para chancelar a sua tese de
que o regime militar brasileiro foi
uma "ditabranda"?
Como o professor Villa ainda envergava cueiros em 1968, penso que
ele precise melhorar suas fontes de
pesquisa sobre o regime militar,
que matou, baniu e deu sumiço em
muita gente."
"A Folha deveria dar uma coluna
semanal, fixa, para o historiador
Marco Antonio Villa.
Sua análise do período militar
consegue mais uma vez se destacar:
não perde tempo defendendo torturadores e golpistas, ao mesmo
tempo que foge do discurso fácil de
vitimização da esquerda militante
na época.
Seu texto de ontem toca ainda
em outro ponto fundamental: ao
contrário do que se costuma propagar, a democracia era inimiga de
boa parte das correntes políticas
em 1964, inclusive daqueles que vivem hoje de indenizações por sua
luta em favor da "liberdade" -mas
que são incapazes de admitir as
atrocidades cometidas pela ditadura comunista dos irmãos Castro em
Cuba."
Estupro e excomunhão
Senado
Dengue
Nota da Redação - Leia a seção "Erramos" e reportagem
no caderno Cotidiano. |
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