São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Bolsonaro
Sobre o editorial "Liberdade de agressão" (Opinião, ontem), que justifica a não punição do deputado Jair Bolsonaro devido à possibilidade de "abrir precedente contra livre expressão do pensamento", devo dizer que discordo da opinião do jornal. Se a liberdade de expressão e de opinião já é limitada pelos institutos da injúria, da calúnia e da difamação -que, apesar de tipos penais, não são considerados precedentes contra a liberdade de expressão individual-, o objetivo fundamental da República, de "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação", também pode limitar a liberdade de expressão.
As devidas punições ao deputado não configurarão ameaças nem abrirão precedentes contra a liberdade de expressão, mas serão a forma que o poder público terá de comunicar um dos objetivos mais importantes de nossa República: a não discriminação.
VITOR SOUZA LIMA BLOTTA, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP (São Paulo, SP)

Frota paulistana
Campeã de recordes negativos, a cidade de São Paulo aproxima-se da marca de um veículo por habitante (7 milhões de veículos emplacados). Enquanto nossos governantes planejam a cidade segundo os interesses das indústrias automobilística e do petróleo, diversos países investem em transporte alternativo e energia limpa.
YVETTE KFOURI ABRÃO (São Paulo, SP)

África
A Costa do Marfim é mais um caso a ser discutido em "tempos de guerra", uma vez que a comunidade internacional vem tolerando a permanência do candidato derrotado nas eleições de 2010, Laurent Gbagbo.
A ONU deixa de ser prudente nas relações de apaziguamento para se tornar belicista. Qual é o interesse?
BENEDITO MACHADO DA SILVA FILHO (Pindamonhangaba, SP)

Voo 447
Por estranha coincidência, no mês passado, a Justiça francesa acusou a Airbus de homicídio culposo pelo acidente do voo 447 da Air France. Agora, equipes de busca francesas acharam partes do avião próximas ao local em que sempre se imaginou ter caído a aeronave e à área em que se concentraram as buscas após o acidente. Como morto não fala, quem quer apostar que, nos próximos dias, dirão que foi do piloto a culpa pela queda do avião?
ORLANDO LOVECCHIO FILHO (Santos, SP)

Padre
O sr. Roberto Castro ("Painel do Leitor", ontem) afirma que, caso o sexo fosse praticado com responsabilidade e amor, não seriam necessários empreendimentos como os do padre Valeriano Paitoni. Bem, se os homens não cometessem homicídios, agressões e roubos, a polícia também não seria necessária. E sexo não precisa ser necessariamente praticado com amor (e depois do casamento), como quer a única instituição milenar do Ocidente. Isso já de sabe há bem mais do que 2.000 anos.
BENI SUTIAK (São Paulo, SP)

TSE
Em relação à reportagem "Partidos querem limitar ação da Justiça Eleitoral" (Poder, 1º/4 ), esclareço que, no citado seminário das bancadas do PT na Câmara e no Senado, foi levantada a excessiva judicialização das decisões a respeito do processo eleitoral, o que traz grande insegurança a candidatos, partidos, e, principalmente, ao eleitor. A própria reportagem lembrou vários casos nos últimos anos, como a escolha de suplente por partido ou por coligação. Apesar do diagnóstico, não há, por parte do PT, nenhuma proposta concreta a respeito do assunto, além da de fazer uma reforma política consistente. Tampouco houve, em qualquer momento, comentário sobre essa discussão do partido com ministros do governo, muito menos uma consulta à presidente da República a respeito do tema.
PAULO TEIXEIRA, deputado federal pelo PT-SP e líder do partido na Câmara (Brasília, DF)

RESPOSTA DA JORNALISTA CATIA SEABRA - O próprio líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, afirmou à Folha que a limitação do poder normativo do Judiciário seria pauta do Congresso. A reunião entre petistas e o ministro Antonio Palocci ocorreu no Planalto, às 13h do dia seguinte ao seminário.

Pracinhas
Na resenha de meu livro "Barbudos, Sujos e Fatigados" ("Pracinhas foram à 2ª Guerra sem preparo", Poder, 3/4), a impressão transmitida é que nossos soldados não tiveram capacidade de superar as dificuldades encontradas na linha de frente. O texto lança por terra a minha credibilidade, reforçando certa opinião sobre a qualidade dos soldados brasileiros que o livro chega a desmentir. Foram 20 anos de pesquisa atirados ao lixo devido à incapacidade de entender o livro e compará-lo com a historiografia já existente. Apesar de o jornal citar a "nova abordagem" do livro, deixa de fora as eventuais inovações, apegando-se a velhas polêmicas, como a insuficiência de treinamento. Cita ainda trechos de depoimentos de veteranos desvinculados de mais informações relevantes para sua compreensão.
CESAR CAMPIANI MAXIMIANO, autor de "Barbudos, Sujos e Fatigados" (São Paulo, SP)

RESPOSTA DO JORNALISTA RICARDO MIOTO - A reportagem afirmou que a FEB, com o apoio dos EUA, teve sucesso na maioria das suas missões, fazendo mais de 20 mil prisioneiros inimigos, apesar das insuficiências de treinamento.

Blog da Bethânia
Há muito, não leio resposta tão irônica a uma leitora como fez Fernanda Torres ("Painel do Leitor", ontem). Ela não pecou no artigo quando se juntou aos defensores de Bethânia. O "crime" foi uma resposta esdrúxula, que acaba por macular o texto "Os demônios" (Ilustrada, 2/4).
MODESTA TRINDADE THEODORO (Belo Horizonte, MG)

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