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Petrobras
"A Petrobras refuta as acusações
do editorial "Caixa-preta" (Opinião,
4/5). A empresa respondeu a todas
as perguntas encaminhadas pelo
jornal e reafirma desconhecer perícia da Polícia Federal, não podendo, assim, comentar o assunto.
Essa informação foi omitida no
texto da Folha, assim como o foram muitas outras enviadas ao jornal e disponibilizadas na íntegra no blog Fatos e Dados.
Por se tratar de questionamentos
semelhantes aos do TCU, a companhia explicou, sem criticar o tribunal, como afirmou o jornal, que os
métodos do órgão são diferentes
dos da Petrobras. A empresa não
reluta em esclarecer dúvidas: só no
segundo semestre de 2009, respondeu a 946 questões de jornalistas.
Como o editorial ressalta, uma
empresa da importância da Petrobras não poderia ter estratégia contrária a "seus próprios interesses financeiros". Tanto é que, como afirma a própria Folha, "após negociação imposta pela Petrobras, o valor do contrato caiu".
A companhia sempre colaborou
com os órgãos fiscalizadores e já teve a sua contribuição elogiada pela
PF. A empresa é fiscalizada por auditorias, TCU, CGU, CVM e SEC,
tendo seus balanços aprovados em
todas as instâncias."
LUCIO MENA PIMENTEL , gerente de imprensa da comunicação institucional da Petrobras
(Rio de Janeiro, RJ)
Justiça
"A beleza do direito está em permitir o debate de ideias, o contraditório. O direito não é avesso ao contrário, pelo contrário.
Também advogado público, sou
voz contrária à tese defendida pela
quase totalidade dos colegas de que
a Fazenda Pública necessitaria de
prazos especiais para promover a
defesa do Estado. Ao velho e desgastado argumento de que o gigantismo da máquina administrativa
justificaria a prerrogativa alinha-se
agora o princípio da moralidade administrativa, de fluida e indeterminada conceituação.
Por mais que eu leia o artigo "A
defesa do Estado e o processo civil"
("Tendências/Debates", 30/4), não
consigo fazer a ligação entre a moralidade administrativa e, por
exemplo, ter a Fazenda Pública prazo de 60 dias para contestar ações,
quando ao particular são concedidos 15 dias, ou o privilégio de ser intimada pessoalmente para praticar
ato processual, enquanto o advogado privado é intimado por publicação em jornal.
Parece-me que a perpetuação das
prerrogativas premiará e perpetuará a ineficiência administrativa.
Sendo assim, o princípio a ser homenageado é outro: o da morosidade administrativa. Data vênia."
NELSON XISTO DAMASCENO FILHO , procurador do
Banco Central (Belo Horizonte, MG)
Natação e Copa-2014
"Coaracy Nunes, o eterno presidente da CBDA -Confederação
Brasileira de Desportos Aquáticos-, em declaração dada ontem a
este jornal ("Natação faz torneio em
complexo irregular", Esporte), demonstrou todo o seu desinteresse
pelo bem-estar dos nossos nadadores e pelo seu desempenho técnico
nas competições.
Disse que "competição não é só
piscina", rebatendo críticas de técnicos, dirigentes e, principalmente,
atletas, relativas à realização do
Troféu Maria Lenk, evento mais
importante da natação nacional,
nas instalações da Universidade
Santa Cecília, em Santos.
A ser verdadeira a afirmação do
cartola, e com todo o respeito ao
Clube Atlético Juventus, por que
não fazermos o jogo de abertura da
Copa-2014 na rua Javari?"
ANTONIO CARLOS ORSELLI , nadador master
(Araraquara, SP)
Dívidas rurais
"Segundo a reportagem "Senado
aprova anistia para dívidas rurais"
(Dinheiro, ontem), o Senado aprovou, por pressão da bancada nordestina, proposta que perdoa dívidas num total de R$ 1,6 bilhão de
pequenos produtores rurais daquela região.
Se considerarmos que um pequeno produtor rural conseguiu um
crédito de R$ 10 mil, teremos um
universo de 160 mil pequenos produtores rurais.
O autor da emenda, senador Romero Jucá, poderia pôr na internet
os nomes e valores dos beneficiários dessa medida, para deixar bem
claro que nenhum médio ou grande
produtor rural foi beneficiado. E
gostaria de saber como votaram os
três senadores por São Paulo (Suplicy, Mercadante e Tuma)?"
EDUARDO DOMINGUES (São Paulo, SP)
Paradoxo
"O TSE determinou que sejam
instaladas seções eleitorais especiais em unidades de internação de
adolescentes para assegurar aos
presos provisórios e menores infratores o direito de voto.
Estamos diante de um paradoxo,
pois tais menores, considerados irresponsáveis perante a lei penal,
são plenamente capacitados para
eleger nossos representantes.
Assim se aperfeiçoa o nosso sistema democrático..."
ARSONVAL MAZZUCCO MUNIZ , advogado
(São Paulo, SP)
Hino
"Em relação à carta da senhora
Maria Cecília Moreira Leite ("Painel do Leitor", 3/5), digo que o Hino
Nacional dos Estados Unidos foi tocado por Jimi Hendrix numa guitarra, em protesto contra a Guerra
do Vietnã.
O que Hendrix fez foi um rock pesadíssimo, que virou hit e hoje, nos
eventos populares importantes, é
assim tocado. E nem por isso os
norte-americanos se queixam de
desrespeito.
Pena que o brasileiro só se emocione com o nosso Hino em eventos
esportivos."
JOSÉ CARLOS PRADO ALVES (Ituiutaba, MG)
TCU
"Gostaria que a Folha pudesse
me esclarecer o que de fato é e como funciona o Tribunal de Contas
da União.
Em determinados textos, o jornal
aponta o TCU como um aparelho
cujos ministros são todos políticos
aposentados, ou que perderam espaço momentâneo na cena política,
que atuam sempre atendendo a interesses de grupos.
Em outros textos, o Tribunal
aparece como o paladino da verdade e da justiça, onde suas manifestações são o verdadeiro resumo da
verdade."
WALDIR MARTINS (São Bernardo do Campo, SP)
Pesquisa
"A propósito do texto "TCU retoma ações contra fundações de pesquisa" (Ciência, 3/5), cabe lembrar que a carência de recursos e a aviltante diminuição dos salários geram um processo acelerado de privatização das universidades públicas em seu próprio interior.
Interna e externamente, montam-se estruturas privatizantes,
por intermédio de fundações de
apoio, criadas associativamente como empreendimentos privados
com o pretexto de suprir as deficiências de recursos públicos e garantir uma suposta agilidade na
gestão de recursos.
Essa forma de privatização encontra defensores dentro e fora da
universidade, mas é incompatível
com uma educação pública de qualidade e socialmente referenciada."
ANTONIO RODRIGUES BELON , professor na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em Três Lagoas (Jales, SP)
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