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Lygia Clark e a Bienal
Acredito que a manutenção e
a preservação do patrimônio intelectual e artístico de Lygia
Clark deva ser caríssima (Ilustrada, 4/ 6). Mas que valor tem a
obra de arte para aquele que a faz,
como materialização de sua visão
critica de mundo?
Quando a família impõe regras
e custos abusivos opõe-se à liberdade de divulgar o pensamento
de seu antepassado. Desta forma,
apresenta sua visão mercantil de
uma herança que deveria abrir
um novo horizonte, não apenas
servir de abrigo financeiro.
Se o problema é preservação da
obra em si, que seja cobrado do
local onde esta obra venha a ser
apresentada apenas o custo de assegurar a integridade da mesma.
Assim, deixa-se de lado o fantasma da "pseudo preservação" e
eterniza-se uma ideia viva em
qualquer obra de arte: a da liberdade da expressão, para que esta
colabore no contínuo despertar
daqueles que nos sucedem.
ANTÔNIO DIAS NETO, arquiteto e urbanista (São
Paulo, SP)
Zico
Li hoje a coluna do Juca Kfouri
e me senti obrigado a comentar a
decisão de Zico em aceitar ser o
novo diretor executivo de futebol
do Flamengo. É como ver um sonho realizado.
Sou são-paulino, mas amo
mesmo é o bom futebol. O futebol da seleção de 70, o futebol da
seleção de Telê, em 82, da máquina tricolor, da academia palmeirense, dos meninos da vila,
da democracia corintiana, do
Flamengo de Zico.
Por isso, sinto-me obrigado a
apoiar Zico e pedir que a imprensa esportiva nacional, a carioca,
a paulista, a mineira, também
assim o façam. Que os torcedores
de todo o Brasil o apoiem, pois é
de gente como ele que o futebol
precisa.
FERNANDO CUNHA (São Paulo, SP)
Zico 2
E o Zico, hein? Com sua declaração que não aceitaria dinheiro
do Flamengo para ser seu dirigente? Mas vai ganhar do patrocinador, exigência dele, R$ 350
mil por mês.
Mais um mercenário que ama
seu clube: está podre de rico,
mas está deixando dúvidas sobre
sua paixão pelo time. Sempre
bom lembrar, Galinho: este dinheiro que o patrocinador te paga poderia ser investido no próprio clube, não no dirigente, que
se diz torcedor e apaixonado.
WALTER LEMOS FILHO (Florianópolis, SC)
Pedágio em SP
No dia 04/06, os tributos arrecadados no Brasil chegaram aos
500 bilhões de reais.
Ontem sai de Ribeirão Preto e
fui à festa de Corpus Christi em
Matão. Paguei R$ 36,60 de pedágio para percorrer cerca de 180
quilômetros de ida e volta. Isto
dá R$ 0,20 por quilômetro, o que
é um absurdo.
Além de pagar todos os impostos exagerados apontados pelo
PSDB, mais este tributo aviltante
instituído por ele próprio não é
um contrassenso?
LUIZ ANTÔNIO DAL SILVA, engenheiro (Ribeirão
Preto, SP)
Seleção no Zimbábue
Ninguém em sã consciência
poderia aprovar qualquer regime
de exceção, isso é claro. Porém,
achei um pouco exagerada a ênfase dada à cobertura da Folha
ao jogo do Brasil no Zimbábue.
Que aquele país é dirigido por
um ditador e em um regime violento -aliás, existe ditadura sem
violência?- todos nós sabemos.
Mas as fotos da matéria, que mostram a alegria incontida daquela
gente normalmente esquecida, levam a crer que, apesar de continuarem sob o flagelo de Robert
Mugabe, o jogo da Seleção serviu
também para dar um pouco de
alegria, satisfação e alento para o
povo zimbabuano. E isso não é
pouca coisa!
JOSÉ HENRIQUE VALÊNCIO (São Paulo, SP)
Seleção no Zimbábue 2
O leitor Carlos Alberto Belozi
se regozija pelo golaço marcado
por Dunga ao recusar-se encontrar com o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe.
Sinceramente que não entendi
a vibração pelo gol contra. Golaço seria se a Seleção ali não tivesse se exibido. Essa mesma Seleção que reverenciou Médici.
RICARDO MELLO (Goiânia, GO)
Sindicatos
Os trabalhadores não filiados
a sindicatos estão sendo vítimas
de saques em seu salário. O saque é feito diretamente na folha
de pagamento, em nome de uma
tal "Contribuição Assistencial".
O negócio é tão lucrativo, que já
há projeto de lei para tornar este
saque oficial, não dando chance
de defesa à vítima. Considerando
o ano eleitoral, a promiscuidade
que os sindicatos têm com certos
partidos políticos e a falta de
prestação de contas, fico imaginando o tamanho da farra.
ANTÔNIO CARLOS BOCA (Dois Córregos, SP)
Carga tributária 1
Fiquei sem compreender o que
um dos candidatos a presidente,
o da chamada "oposição", foi fazer na Associação Comercial de
São Paulo.
Qual é o sentido de ficar na
frente de um painel que contabiliza os resultados de uma de suas
criações e a sua falta de iniciativa? Afinal, se a memória não falha, o candidato foi deputado
constituinte (nota quase quatro)
e governador de São Paulo.
Fez e
votou, quando no Legislativo, de
um lado, e, quando esteve no
Executivo, de outro: não reduziu
ou extinguiu impostos paulistas.
Enfim, foi apenas para conseguir votos com os grandes comerciantes da rua Boa Vista?
DAINIS KAREPOVS (São Paulo, SP)
Carga tributária 2
O presidente Lula é a favor da
alta carga tributária. Ela representa 38% do PIB nacional e impacta direta e negativamente nas
empresas, saturadas deste modelo emperrado, e no cidadão,
que está sendo penalizado por
várias incidências em cadeia.
Nenhum candidato ousará a
reforma tributária. Poderíamos
gerar 500 mil empregos se reduzíssemos a carga em 5%. Foram
500 bilhões já registrados em
prol de tributos arrecadados, metade do Produto Interno Bruto.
Banida a classe média e com o
acesso ao crédito que ludibria as
demais, todas endividadas, restam os bancos com suas tarifas e
o Estado com cavalar tributação.
Mas esta fórmula está com os
dias contados, pois os cidadãos
exigem mudança.
CARLOS HENRIQUE ABRÃO (São Paulo, SP)
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