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TENDÊNCIAS/DEBATES
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O criacionismo pode ser ensinado nas
escolas em aulas de ciências?
SIM
A teoria da evolução e os contos de fadas
CHRISTIANO P. DA SILVA NETO
A
VISÃO das origens que emana
da religião é, obviamente, criacionista. Opositores do criacionismo têm, então, feito uso desse
fato para descaracterizá-lo como
científico e, assim, não permitir sua
entrada nas aulas de ciências.
Marcelo Leite, por exemplo, colunista desta Folha, refere-se ao criacionismo como a "doutrina segundo a
qual Deus criou o mundo", o que reflete o equívoco em que se baseiam
seus conhecimentos sobre o tema.
Do ponto de vista científico, o criacionismo resulta das seguintes perguntas: "O que nos dizem os fatos da
natureza e os resultados das pesquisas realizadas pelos cientistas (não
importando suas ideologias) acerca
das origens do universo e da vida? Falam eles de uma origem naturalista
ou sobrenaturalista?".
São as respostas daí advindas que
devem nortear nossos passos, obtidas
sem recurso a conceitos religiosos.
Esse tipo de conduta tem produzido
os resultados que constituem o corpo
do que denominamos criacionismo e
que nos leva a entender a origem sobrenaturalista do universo e da vida.
A julgar por essas considerações,
pode-se concluir que o criacionismo
não só pode como deve ser ensinado
nas aulas de ciências de todos os níveis do nosso sistema educacional -e
não só nessas aulas, mas onde quer
que incida o tema "origens". Não fazê-lo é sonegar aos alunos importantes conhecimentos científicos que
nos dão uma clara visão da estrutura
do universo e, de modo muito particular, realçam a importância de cada
uma de suas partes nesse contexto.
Infelizmente, hoje, os setores acadêmicos encontram-se dominados
pelos evolucionistas, que não permitem que os criacionistas adentrem as
salas de aula e também os impedem
de publicar os seus trabalhos em revistas científicas por eles controladas.
Em seu artigo "Criacionismo no
Mackenzie" (Mais!, 30/11), Marcelo
Leite cita o que ele considera provas
indiscutíveis do evolucionismo. Seria
ótimo se tivéssemos mais espaço neste trabalho para mostrar que tais provas não são sustentadas nem mesmo
por cientistas evolucionistas e, portanto, não passam de mais um equívoco de sua parte. Na página http://abpc.impacto.org/folha.htm, vamos expandir este artigo com os complementos que aqui não couberam.
Na verdade, entre outros, dois fatos
impulsionaram a teoria da evolução:
um deles foi a questão ideológica,
porque a visão das origens que emana
do ateísmo é a evolucionista, e muitos
evolucionistas são ateus ou simpatizantes do ateísmo. Isso fica claro nos
escritos transparentes de Dawkins,
mas também nos menos transparentes de outros autores em que se nota
uma aversão à religião e conseqüente
adesão ao evolucionismo.
O outro fato é o desconhecimento
das bases da teoria das probabilidades. Tivessem algum conhecimento
dessa parte da matemática, saberiam
que não basta imaginar acontecimentos para que eles se tornem reais.
Para citar um único exemplo, as
aves constroem seus ninhos e chocam
seus ovos. Não os cucos, porém. Suas
fêmeas não são acometidas daquele
estado febril que lhes permitiria chocar seus ovos. Ela então leva um de
seus ovos no bico até o ninho de uma
chiadeira e, para não dar na vista, o
substitui por um dos ovos que lá encontra, jogando o da chiadeira fora.
Esta, que de nada desconfia, se põe a
chocar os ovos. Quando o pequeno
cuco nasce, sendo um pássaro de porte maior, irá precisar de todo o alimento que seus pais postiços puderem obter. O filhote, então, logo em
seus primeiros momentos de vida,
inicia um movimento circular com o
qual lança para fora ovos ou filhotes
ali presentes, ficando só.
Agora, crer que essa estratégia de
sobrevivência, tanto do cuco adulto
quanto do cuco recém-nascido, pode
ser produto das casualidades de um
contexto naturalista é uma indicação
de pouco conhecimento de matemática, em particular da teoria das probabilidades, de um mundo que é mesmo o dos contos de fadas, em que sapos viram príncipes e a teoria da evolução ganha contornos de realidade.
CHRISTIANO P. DA SILVA NETO , professor universitário, mestre em ciências pela Universidade de Londres (Inglaterra), é presidente da ABPC (Associação Brasileira de
Pesquisa da Criação).
www.impacto.org.br
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