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PAINEL DO LEITOR
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Comissão da Verdade
"Grande parte do Brasil parece
ter especial aversão à verdade. São
raríssimos os casos de políticos e de
outras figuras públicas que, confrontados com malfeitos, admitem
a verdade e pedem desculpas. A
grande maioria nega, nega tudo.
Agora estão os militares -e, aparentemente, junto o ministro Jobim- à beira de um ataque de nervos porque não querem nem ouvir
falar na verdade. O que eles temem?
Julgamentos, expurgos?
Anos atrás, uma sul-africana, mulher de um desaparecido durante o
regime de apartheid, disse uma frase emblemática na época da criação
da Comissão de Verdade e Reconciliação: "Eu perdoo (os responsáveis
pelo desaparecimento do marido).
Não tenho problemas em perdoar.
Mas a quem, e por quê?".
Será tão difícil levantar informações sobre o passado e distribuir pedidos de desculpas às vítimas? Será
a verdade tão difícil?"
NINA DRAKE (São Paulo, SP)
Caças
"As notícias que envolvem a compra dos caças para a modernização
da Força Aérea Brasileira estão ganhando contornos inusitados.
O último ingrediente desse imbróglio foi fornecido pelo ministro
da Defesa da França, atuando como
porta-voz (não se sabe exatamente
de que país) ao declarar que a decisão sobre a questão será política.
Tudo leva a crer que a pergunta
do mítico diálogo entre Feola e Garrincha será alterada para: "Já está
tudo combinado com os suecos?"."
CLAUDIO AUGUSTO PINTO DE TOLEDO (São Paulo, SP)
Passagens
"Não basta sabermos que a Mesa
Diretora do Senado liberou aos senadores um benefício: a possibilidade de usarem a verba de passagem aérea que não foi utilizada em
2009 (Brasil, ontem).
É importante saber quem são as
pessoas que compõem a Mesa e assinam tal medida: o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP), e
os senadores Serys Slhessarenko
(PT-MT), Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PSC-PI), Patrícia
Saboya (PDT-CE) e Gerson Camata
(PMDB-ES).
Com exceção de Sarney, todos os
outros disputam a reeleição.
Cientes de que nada de mal lhes
acontecerá, esse grupo dá às costas
à nação e segue rindo da cara do
eleitor. As mudanças propostas no
auge dos escândalos contra Sarney
viraram pó. A única faxina virá das
urnas, pois a atitude tomada pela
Mesa dá sinais de que tudo continuará como dantes no castelo de
Abrantes."
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)
Universidade
"Muito oportuno o texto dos professores Adalberto Fazzio e Sidney
Jard da Silva ("Universidade do século 21", "Tendências/Debates", ontem). Propor uma revisão do status
do tripé "pesquisa-ensino-extensão"
das universidades brasileiras é atitude extremamente bem-vinda.
A ideia de uma extensão inovadora pode propiciar um viés colaborativo entre essas três missões, que
muitas vezes vivem um conflito velado e dispersivo. Aliar essa extensão à difusão do conhecimento, envolvendo vários públicos, é cada vez
mais relevante no atual contexto,
que precisa de engajamento público em ciência e em tecnologia e se
defronta com desafios cada vez
mais interdisciplinares."
PETER SCHULZ, Instituto de Física da Unicamp (Campinas, SP)
Boris Casoy
"Achei injustas as cartas que atacaram o jornalista Boris Casoy.
Ao contrário daqueles que procuram desculpas para sua falhas, Casoy, como poucos na história deste
país, teve a hombridade de reconhecer seu erro e pedir desculpas.
Quem conhece as opiniões democráticas e corajosas desse jornalista
sabe muito bem que ele tem defendido as liberdades e os humildes
muito mais que a demagogia que
anda solta no Brasil."
SÉRGIO DE VITIS (São Paulo, SP)
Saber
"Sou professora universitária e
profissional de gestão de pessoas e
gostaria de dizer que o trabalho realizado pelos jornalistas da seção
"Saber" (às segundas-feiras, em Cotidiano) certamente agrega um valor incomensurável à vida de todos
nós -e em especial para a juventude brasileira.
Parabéns, sucesso, continuem."
SANDRA ORTIGOSO (São Paulo, SP)
Espaço
"A Folha publicou textos sobre o
programa espacial brasileiro nos
dias 2 e 3 de janeiro. Essas reportagens tratavam do VLS (veículo lançador de satélites), desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço,
e do Cyclone-4, em cooperação
com a Ucrânia.
Entrevistado pelo jornal, o doutor Nivaldo Hinckel, do Inpe, afirmou: "Não será possível o país manter o foco em veículos com a capacidade do VLS, pois não existe nicho
de mercado para satélites de pequeno porte".
O Inpe esclarece que a frase do
doutor Hinckel não reflete a opinião do instituto. Concluir o programa VLS é importante para que o
Brasil domine a tecnologia de foguetes. O VLS terá capacidade de
lançar satélites de até 150 kg. O Inpe sabe construir satélites desse
porte para usos científicos e de observação da Terra. Quando o VLS se
tornar operacional, ele será usado
para lançar satélites com aplicações importantes para a ciência e
para a sociedade brasileira."
GILBERTO CAMARA, diretor do Inpe (São José dos Campos, SP)
Ambiente
"Em relação à reportagem "Sequestro de CO2 encara falta de dinheiro" (Ciência, 4/1), a Petrobras
informa que os projetos de pesquisa no âmbito da Rede Temática de
Sequestro de Carbono e Mudanças
Climáticas estão em fase inicial.
Entretanto, a Petrobras já utiliza
tecnologias de injeção de CO2 há
mais de 20 anos e desenvolve tecnologias nesta área no seu centro
de pesquisas e através de convênios
e contratos com instituições técnico-científicas internacionais.
No dia 28/12, a companhia colocou em operação o projeto de injeção de CO2 no campo de petróleo de
Miranga (BA). Pioneiro na América
Latina, o processo é utilizado não
só para evitar as emissões de CO2
mas também para aumentar a produtividade dos reservatórios. Em
1991, a Petrobras implantou no
campo de Buracica, na mesma bacia, um projeto de injeção de CO2 a
baixas pressões. O projeto foi muito
bem-sucedido, resultando na manutenção da produção de petróleo
do campo por cerca de 20 anos."
LUCIO MENA PIMENTEL, gerente de imprensa da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Marco Simões, vice-presidente de
Comunicação e Sustentabilidade
da Coca-Cola Brasil e diretor superintendente do Instituto Coca-Cola
Brasil (Rio de Janeiro, RJ); Pedro
A. R. Novis, do Conselho de Administração da Odebrecht S.A. (São
Paulo, SP); Afiz Sadi, médico, professor titular aposentado de urologia da Unifesp/EPM -Universidade Federal de São Paulo/Escola
Paulista de Medicina (São Paulo,
SP); Félix Wang, Divisão de Informações do Escritório Econômico &
Cultural de Taipei (São Paulo, SP).
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