São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

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Editoriais

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Inovar para sobreviver

O NOVO presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Carlos Alberto Aragão, afirmou à Folha que é importante atrair empresas para um relacionamento mais próximo com as instituições nacionais de pesquisa, inclusive para absorção de pessoal qualificado por elas formado.
Com efeito, data de pelo menos uma década o diagnóstico de que o ponto fraco do setor de ciência e tecnologia do país está na inovação. É baixa a capacidade de converter estudos acadêmicos em conhecimento assimilável pelo setor empresarial, para aumentar a competitividade dos produtos e serviços.
Vários obstáculos foram removidos nos últimos anos -e incentivos, criados. Não têm faltado recursos para a política de inovação, com os fundos setoriais criados por FHC e blindados por Lula contra o tradicional contingenciamento.
Se realizada a previsão orçamentária de R$ 7,22 bilhões para o Ministério da Ciência e Tecnologia neste ano, a dotação terá quintuplicado em uma década. E foram multiplicados por dez os desembolsos para projetos nos últimos cinco anos, alcançando a casa do bilhão de reais.
Mas é diminuta a parcela dos mais de 10 mil doutorandos aprovados por ano no Brasil que encontra trabalho em empresas. Embora a Finep pague 50% do salário do novo funcionário, em quatro anos o incentivo só foi usado por 18 empresas para contratar 42 mestres e 26 doutores.
A assimilação de quadros com qualificação acadêmica pela iniciativa privada depende de uma mudança cultural lenta por natureza. Empresas mais expostas ao mercado mundial, como Petrobras e Vale, já se converteram à causa da inovação. Falta ainda grande parte do empresariado convencer-se de que não se trata de opção, e sim de sobrevivência.


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