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Inovar para sobreviver
O NOVO presidente do CNPq
(Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Carlos Alberto Aragão, afirmou à Folha
que é importante atrair empresas para um relacionamento
mais próximo com as instituições nacionais de pesquisa, inclusive para absorção de pessoal
qualificado por elas formado.
Com efeito, data de pelo menos uma década o diagnóstico de
que o ponto fraco do setor de
ciência e tecnologia do país está
na inovação. É baixa a capacidade de converter estudos acadêmicos em conhecimento assimilável pelo setor empresarial, para aumentar a competitividade
dos produtos e serviços.
Vários obstáculos foram removidos nos últimos anos -e incentivos, criados. Não têm faltado recursos para a política de
inovação, com os fundos setoriais criados por FHC e blindados por Lula contra o tradicional
contingenciamento.
Se realizada a previsão orçamentária de R$ 7,22 bilhões para
o Ministério da Ciência e Tecnologia neste ano, a dotação terá
quintuplicado em uma década. E
foram multiplicados por dez os
desembolsos para projetos nos
últimos cinco anos, alcançando a
casa do bilhão de reais.
Mas é diminuta a parcela dos
mais de 10 mil doutorandos
aprovados por ano no Brasil que
encontra trabalho em empresas.
Embora a Finep pague 50% do
salário do novo funcionário, em
quatro anos o incentivo só foi
usado por 18 empresas para contratar 42 mestres e 26 doutores.
A assimilação de quadros com
qualificação acadêmica pela iniciativa privada depende de uma
mudança cultural lenta por natureza. Empresas mais expostas
ao mercado mundial, como Petrobras e Vale, já se converteram
à causa da inovação. Falta ainda
grande parte do empresariado
convencer-se de que não se trata
de opção, e sim de sobrevivência.
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