São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2000
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São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2000 |
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PAINEL DO LEITOR Uma vitória "Na quinta-feira da semana passada, foi publicada uma bem-humorada e feliz crítica do presidente Fernando Henrique Cardoso aos Estados Unidos, ligando-os à pobreza no Brasil, em pronunciamento a uma rádio uruguaia sobre as barreiras americanas ao aço brasileiro e ao suco de laranja. O que perfeitamente espelha a verdade. A única abertura comercial que os americanos conhecem é aquela em que os países de todo o mundo abrem seus mercados aos produtos americanos. Na sexta-feira, esta Folha mostrou os EUA em tentativa injustificada de rebater as críticas de FHC à barreira comercial. No sábado, é anunciado o fim do processo antidumping contra o aço brasileiro. Parabéns, sr. presidente!" Rinaldo Maciel de Freitas (Divinópolis, MG) Derrota de sempre "É preciso lembrar a FHC que a culpa pela fome de milhões de brasileiros não é só das barreiras impostas pelos Estados Unidos ao nosso aço e suco de laranja, mas também, e principalmente, da inércia do nosso governo, que nada faz para impedir a saída do país todos os anos de fabulosa quantia de dólares destinada ao pagamento dos serviços da dívida externa." Paulo Barretto (Franca, SP) Interesse próprio "Os chefes dos três Poderes sempre se reúnem para discutir -e só para isso- questões salariais, ou seja, questões de interesse pessoal. Gostaria que pelo menos uma vez por ano eles se reunissem para debater assuntos de interesse nacional. Aliás, é para isso que eles são pagos." Nelson Ascêncio Garcia Jr. (Presidente Prudente, SP) Samba atravessado "Fiquei indignada com as declarações do prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, sobre o Carnaval de São Paulo e sobre a transmissão do evento pela Rede Globo. O que ele tem com isso? Ele deveria, isso sim, cuidar de suas obrigações, que pelo visto não está cumprindo: é só ler as notícias sobre a sujeira e o mau cheiro na lagoa Rodrigo de Freitas. Aliás, o Carnaval de São Paulo, além de estar lindo, cumpriu o seu propósito de divertir e entreter todos que o assistiram." Edna Nagaoka (São Paulo, SP) Energia nuclear "Oportuno e necessário o posicionamento da Folha no editorial "Entulho atômico" (Opinião, 29/2). É preciso insistir no final da opinião enunciada: "A prudência, indispensável em matéria nuclear, exige que as autoridades e o público debatam e decidam uma questão tão básica como essa". Quais os parâmetros para o monitoramento e inspeção dos rejeitos radioativos? Quem fixa esses parâmetros? Quem fiscaliza? O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro iniciou inquérito civil sobre os rejeitos de Angra-1. Não se pode tardar no inquérito civil, pois é preciso buscar no Judiciário uma medida liminar evitando "dar a partida no segundo reator brasileiro" (Angra-2). O provisório em matéria de alta periculosidade acaba tornando-se o definitivo." Paulo Affonso Leme Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Direito do Meio Ambiente (Piracicaba, SP) Comentários "Rendição incondicional de quem? De que "povo" fala o sr. Otavio (Frias Filho, Opinião, 24/2)? Do povo em quantidade e qualidade do andar de baixo ou do povo em quantidade e caráter do andar de cima? Clóvis Rossi, será que o seu jornalismo não pode ir mais longe? Que tipo de democracia temos? Com que democracia podemos sonhar? Como podemos revelar a verdadeira face do "status quo'? Plutocracia? Por que não desmascará-la?" Inácio Bueno (São Paulo, SP) Crescimento indesejável "Brasil 500 anos! Temos muito para comemorar (?). Nestes 500 anos, o Brasil cresceu assustadoramente. Veja se não é verdade: cresceu o número de chacinas, enchentes, leptospirose, dengue, malária, febre amarela. Cresceram as filas nos hospitais, nas portas das escolas para matrícula, nos bancos, nos pontos de ônibus e nos pedágios. Cresceu, também, o número de assaltos às casas, nas esquinas, nas rodovias e nos congestionamentos. Cresceu o número de policiais e políticos envolvidos com o crime organizado, o número de traficantes, o de jovens viciados e o de mortes por falta de hospitais. Só uma coisa não cresceu, mas baixou: o grau de instrução do eleitor. Por isso, cresceu o número de picaretas no Congresso e nas Câmaras e Assembléias. Viva o Brasil, mas revida Brasil!" João Guarnieri Batistela (São Paulo, SP) Breu "Com a criminalidade em alta, só Deus sabe o que acontecerá na cidade de São Paulo a partir de agora, que os serviços de manutenção de iluminação pública de ruas, praças e avenidas paulistanas estão a cargo da prefeitura. Enquanto os competentes e dedicados trabalhadores eletricitários cuidavam da iluminação pública, tudo bem. Agora, com a notória lentidão da administração municipal, a escuridão poderá tomar conta de nossas ruas, praças e avenidas, expondo-nos mais ainda à ação de bandidos." Afrânio de Oliveira Sobrinho (São Paulo, SP) Apoio "A função básica da Associação de Apoio e Assistência aos Portadores de Incompletitudes Físicas e Mentais é tentar dar aos mais pobres o direito de terem acesso à Justiça. Estamos conseguindo na maior parte das vezes boa acolhida do Judiciário. Lastimavelmente, não é sempre que recebemos essa acolhida. Em um despacho judicial, o juiz entendeu que é função dos pais arcar com a vida ou a sobrevida de uma criança com paralisia cerebral, tetraplégica, posto a curatela ser ato da vida civil, consequentemente para pessoas maiores de idade apenas, e que é obrigação constitucional dos pais sua manutenção. E se os pais estiverem desempregados? Mas a pessoa teria a dor minimizada se recebesse o benefício mensal de R$ 136 do INSS. Só me resta questionar se essas pessoas não têm realmente outra solução a não ser roubar e/ou usar drogas para tentar minimizar a dor que sentem." Magnus Amaral Campos (São Paulo, SP) Ilustrações "Há alguns anos estive em Franca, recebendo medalha de prata no Salão de Humor daquela cidade. Conheci então um jovem que recebera a medalha de ouro. Encontrei-o mais duas vezes no Salão de Humor de Piracicaba. Desde então tenho acompanhado sua atuação como ilustrador da Folha, sempre com seu traço elegante, principalmente no Folhateen. Parabéns à Folha por mantê-lo em seus quadros e parabéns a esse brilhante Orlando." Percy de Oliveira (Rio Claro, SP) Texto Anterior: Valdir Zwetsch: Outra carta ao presidente Próximo Texto: Erramos Índice |
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