São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Caso Waldomiro
"A corrupção corre solta pelo Brasil, e é interessante notar o enorme poder concentrado nas mãos desses "Waldomiros", tanto os de ontem como os de hoje. São capazes de paralisar o país, têm valor de mercado e utilidade na bolsa do toma-lá-dá-cá, na distribuição de verbas e na bolsa do fisiologismo. Escolhidos a dedo de acordo com os interesses de plantão e investidos de um poderio assombroso, são capazes de alterar rumos, liberar verbas, abrir feridas, repercutir na economia, manchar dignidades etc. Claro que sem descuidar da motivação e vibração da torcida adversária, lavando muitas almas. Política realmente não é coisa séria, pois um simples Waldomiro, o "sub do sub do sub", munido de um poder avassalador, ataranta presidentes, ministros, deputados, quando a Polícia Federal e o Ministério Público dariam conta dos desdobramentos. Toda essa trapalhada sugere muitos culpados, independentemente do partido."
Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)
 

"A atitude do senador Almeida Lima, ao anunciar um espetáculo de provas contra José Dirceu, gerou expectativas, mas nada aconteceu. Lula há 15 meses promete, mas ninguém vê. Todos criticaram a atitude do senador ao tentar criar esse circo, mas e o circo do presidente? Parece que, nesse picadeiro que cerca o governo, os palhaços somos nós."
Maria Eloiza Rocha Saez (Curitiba, PR)
 

"A frase do governador Geraldo Alckmin, publicada anteontem na Folha ("Frases", pág. A2), acerca do depoimento de Waldomiro Diniz à polícia revela profundo desconhecimento de princípios constitucionais basilares do Estado democrático. Desde o Iluminismo ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, ainda mais em sede policial, alheia à possibilidade de contraditório. Decerto a execração pública do acusado seria mais proveitosa ao governador, que vibrou com o resultado da Operação Castelinho. A bandeira da "lei e da ordem", em São Paulo, passou a ser empunhada pelos tucanos, seduzidos pelo fácil discurso do "prendo e arrebento", que levou Maluf tantas vezes ao poder."
Mário Henrique Ditticio (São Paulo, SP)
 

"Quanto vai custar a operação para abafar o escândalo Waldomiro aos cofres públicos? O escândalo Sergio Motta custou a morte do Plano Real e a quebra do país."
Silvio de Barros Pinheiro (Santos, SP)

Esperança
"Com essa última manobra patrocinada pelos autointitulados defensores do "patrimônio ético" petista, contando com a cumplicidade de novos e fiéis aliados (que antes eles situavam entre os "300 picaretas" identificados pelo presidente Lula) para enterrar qualquer possibilidade de investigação das maracutaias federais, vão-se extinguindo os últimos sinais de vida da esperança prometida na campanha eleitoral. Para ressuscitar a esperança, só mesmo aprovando e colocando em prática o projeto de Constituição brasileira atribuído a Capistrano de Abreu: art. 1º - Todo brasileiro deve ter vergonha na cara. Parágrafo único: Revogam-se as disposições em contrário."
Ronaldo L. N. Pinheiro (Curitiba, PR)

Dois pesos, duas medidas
"Quando o atual partido governista lutava pelo poder, tudo era assunto para CPIs. Agora, é simplesmente vergonhosa a operação abafa que está sendo encetada. Quando o PT patrulhava a tudo e a todos, o Ministério Público era seu maior "cliente". Agora, os poderes são "excessivos" e a "Lei da Mordaça", imperiosa. Enquanto isso, o supremo magistrado da nação faz uma viagem de um dia à Venezuela e nós não conseguimos entender o motivo, o móvel, a vantagem política e, principalmente, o custo de tão exíguo passeio à terra do comandante Chávez. Mais dia, menos dia, uma "Fiat Elba" vai aparecer, com certeza..."
Rubem Prado Hoffmann Jr. (São Paulo, SP)

Tragédia em Pindorama
"Muito se fala, a cada ano, sobre índices os mais variados, que não raro, se não servem para confundir, prestam-se à indiferença pura e simples da maioria dos brasileiros, calejada e descrente de tudo o que possam significar de verdade em nossas vidas. Entretanto confesso enorme curiosidade em obter -ainda que camuflado, como a ata do Copom- a estatística dos suicídios em Pindorama. Principalmente os da "era da Esperança" e do "espetáculo do crescimento". Gostaria de sugerir esses temas ao IBGE, Fipe, Ipea etc. Quem sabe não possam até ser instrumento de discussão nos novos acertos com o FMI."
Antonio Claret (São Paulo, SP)

Guantánamo
"Causou-me comoção, porém não surpresa, em face dos recentes acontecimentos, a reportagem publicada pela Folha, no dia 4/3, sobre a situação dos prisioneiros em Guantánamo ("Presos de Guantánamo não terão direito a advogado", Mundo, pág. A14). Os Estados Unidos da América, país erigido por perseguidos religiosos e políticos que sonharam em construir uma nação livre da então tirania inglesa, tendo como fundamento os ideais pregados pelo Iluminismo, como de fato o fizeram, agora deparam-se com violações aos mais consagrados princípios do direito: presunção de inocência, contraditório, ampla defesa e duplo grau de jurisdição. E ainda criticam o regime em vigor em Cuba!"
Luís Cláudio Novaes de Siqueira (São Paulo, SP)

Provão
"Foi aprovada na Câmara a MP que acaba com o provão. Penso que deveria ser aprovada uma lei para acabar definitivamente com essa história de avaliação do ensino superior, seja através de "provões", seja por meio de qualquer outro instrumento. Assim os brasileiros deixariam de ter seu dinheiro jogado fora. Se avaliar é necessário e o provão era insuficiente, deveríamos, para gastar bem o dinheiro público, melhorá-lo, ampliá-lo, e não promover uma redução ridícula. Mais do que comparar o conhecimento que o aluno demonstra ao final do curso com algum conhecimento que ele tinha antes (o qual, obviamente, não existia), a sociedade precisa é de uma comparação entre cursos que possa orientar opções."
Mara Coelho (Araraquara, SP)

Radicalismo
"A Igreja Católica tem que ser cristã, abandonar esse radicalismo inconseqüente e deixar de ser contra a união civil entre homossexuais. É uma situação meramente temporal e nada tem a ver com o objetivo principal da religião, a vida na a eternidade."
José Maria Giannasi (Osasco, SP)



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