|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EMÍLIO ODEBRECHT
Sob os olhos do planeta
O BRASIL FOI escolhido para
organizar, nos próximos
seis anos, a Copa do Mundo,
em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Trata-se de um claro sinal do reconhecimento mundial ao nosso
estágio de desenvolvimento geral e
à nossa capacidade de realizar.
Agora nos cabe demonstrar que
estamos à altura desse voto de confiança. Para isso, temos que começar a trabalhar já. Cada minuto que
se perde pode ser fatal, porque ainda não estamos à altura do que
eventos dessa natureza exigem,
por exemplo, em qualidade de
transportes, mobilidade urbana,
telecomunicações, segurança pública e instalações esportivas.
São gargalos dramáticos, que somente serão resolvidos se planejarmos com competência, se investirmos com ousadia e se mobilizarmos com urgência o que temos de
melhor em conhecimento, tecnologia e pessoas qualificadas. Se fizermos bem feito, olhando para a
frente e pensando em nossas potencialidades, teremos criado, como um efeito importante, novas
bases para a nossa caminhada rumo a um futuro melhor.
Há outros dois desafios. O primeiro deles é obtermos um bom
desempenho nas competições.
Também ainda não estamos preparados para isso, com exceção de algumas poucas modalidades.
A boa preparação exige bons
treinadores. Investir na capacitação de técnicos desportivos é a
prioridade, para que possam identificar os nossos talentos e, no saldo de tempo que temos, transformá-los em competidores de alto
nível e atletas exemplares que, com
maturidade, saibam ganhar e saibam perder -servindo de exemplo
e atraindo seguidores, para que
também no esporte sejamos
sustentáveis.
O segundo desafio será justamente organizarmos os jogos
com um padrão de qualidade que
alcance a excelência. Porém não
devemos fazê-lo copiando o que
já se fez.
A grandiosidade das solenidades
de abertura e encerramento tem
sido a marca das últimas Olimpíadas e Copas do Mundo. Mas o sucesso do passado deve servir de estímulo, nunca de orientação. Podemos surpreender, saindo da vala
comum dos megaespetáculos, com
originalidade e criatividade que façam diferença, distinguindo o Brasil dentre os países organizadores.
Receberemos milhares de visitantes e seremos vistos, com atenção e interesse, por bilhões de pessoas. Não há fenômeno de comunicação similar no planeta.
Serão, portanto, extraordinárias
oportunidades de mostrarmos para o mundo capacidade de gestão e
pujança econômica; riqueza ambiental e potencial como destino
turístico. Não podemos desperdiçá-las, porque seremos julgados
pelas gerações futuras.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta
coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Lagoa adormecida Próximo Texto: Frases
Índice
|