São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

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EMÍLIO ODEBRECHT

Sob os olhos do planeta

O BRASIL FOI escolhido para organizar, nos próximos seis anos, a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Trata-se de um claro sinal do reconhecimento mundial ao nosso estágio de desenvolvimento geral e à nossa capacidade de realizar.
Agora nos cabe demonstrar que estamos à altura desse voto de confiança. Para isso, temos que começar a trabalhar já. Cada minuto que se perde pode ser fatal, porque ainda não estamos à altura do que eventos dessa natureza exigem, por exemplo, em qualidade de transportes, mobilidade urbana, telecomunicações, segurança pública e instalações esportivas.
São gargalos dramáticos, que somente serão resolvidos se planejarmos com competência, se investirmos com ousadia e se mobilizarmos com urgência o que temos de melhor em conhecimento, tecnologia e pessoas qualificadas. Se fizermos bem feito, olhando para a frente e pensando em nossas potencialidades, teremos criado, como um efeito importante, novas bases para a nossa caminhada rumo a um futuro melhor.
Há outros dois desafios. O primeiro deles é obtermos um bom desempenho nas competições.
Também ainda não estamos preparados para isso, com exceção de algumas poucas modalidades. A boa preparação exige bons treinadores. Investir na capacitação de técnicos desportivos é a prioridade, para que possam identificar os nossos talentos e, no saldo de tempo que temos, transformá-los em competidores de alto nível e atletas exemplares que, com maturidade, saibam ganhar e saibam perder -servindo de exemplo e atraindo seguidores, para que também no esporte sejamos sustentáveis.
O segundo desafio será justamente organizarmos os jogos com um padrão de qualidade que alcance a excelência. Porém não devemos fazê-lo copiando o que já se fez.
A grandiosidade das solenidades de abertura e encerramento tem sido a marca das últimas Olimpíadas e Copas do Mundo. Mas o sucesso do passado deve servir de estímulo, nunca de orientação. Podemos surpreender, saindo da vala comum dos megaespetáculos, com originalidade e criatividade que façam diferença, distinguindo o Brasil dentre os países organizadores.
Receberemos milhares de visitantes e seremos vistos, com atenção e interesse, por bilhões de pessoas. Não há fenômeno de comunicação similar no planeta.
Serão, portanto, extraordinárias oportunidades de mostrarmos para o mundo capacidade de gestão e pujança econômica; riqueza ambiental e potencial como destino turístico. Não podemos desperdiçá-las, porque seremos julgados pelas gerações futuras.


EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.


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