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CONTRA A GUERRA
A primeira pesquisa Datafolha
sobre a posição dos brasileiros
em relação à guerra no Iraque traz resultados até mais contundentes do
que os observados em nações da Europa. O instituto apurou que 90%
dos brasileiros são contrários ao
conflito; 86% julgam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu bem
ao condená-lo; e 60% crêem que a
imagem dos Estados Unidos mudou
para pior com a deflagração do ataque. São números eloquentes, sobretudo quando se considera que o brasileiro médio não tem o costume de
acompanhar política internacional.
A título de comparação, estão contra a guerra, segundo pesquisas recentes, 68% dos suecos, 76% dos italianos, 78% dos franceses, 84% dos
alemães e 91% dos espanhóis.
Infelizmente, essas sólidas maiorias pacifistas não se formam nos
dois países que estão conduzindo a
guerra contra o Iraque. Nos Estados
Unidos, pesquisa do jornal "The
Washington Post" e da rede de TV
ABC divulgada na sexta-feira mostra
que 75% da população é favorável ao
ataque. No Reino Unido, cujas tropas colaboram com as norte-americanas, sondagem publicada pelo jornal "Daily Mirror" na quinta revela
que, pela primeira vez, o apoio à invasão caiu para baixo dos 50%, atingindo 48%. Apesar da queda, 78%
acham que os soldados britânicos
devem permanecer combatendo até
o fim da guerra.
Não é novidade o fato de que populações de países em guerra costumam ficar cegas para a realidade e,
numa espécie de delírio coletivo,
passam a apoiar quase incondicionalmente as piores ações dos governantes que conduzem o conflito. No
caso dos EUA pelo menos esse fenômeno parece estar ocorrendo. Ele
pode ser visto nas ruas, na imprensa
e principalmente na TV.
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