UOL




São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONTRA A GUERRA

A primeira pesquisa Datafolha sobre a posição dos brasileiros em relação à guerra no Iraque traz resultados até mais contundentes do que os observados em nações da Europa. O instituto apurou que 90% dos brasileiros são contrários ao conflito; 86% julgam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu bem ao condená-lo; e 60% crêem que a imagem dos Estados Unidos mudou para pior com a deflagração do ataque. São números eloquentes, sobretudo quando se considera que o brasileiro médio não tem o costume de acompanhar política internacional.
A título de comparação, estão contra a guerra, segundo pesquisas recentes, 68% dos suecos, 76% dos italianos, 78% dos franceses, 84% dos alemães e 91% dos espanhóis.
Infelizmente, essas sólidas maiorias pacifistas não se formam nos dois países que estão conduzindo a guerra contra o Iraque. Nos Estados Unidos, pesquisa do jornal "The Washington Post" e da rede de TV ABC divulgada na sexta-feira mostra que 75% da população é favorável ao ataque. No Reino Unido, cujas tropas colaboram com as norte-americanas, sondagem publicada pelo jornal "Daily Mirror" na quinta revela que, pela primeira vez, o apoio à invasão caiu para baixo dos 50%, atingindo 48%. Apesar da queda, 78% acham que os soldados britânicos devem permanecer combatendo até o fim da guerra.
Não é novidade o fato de que populações de países em guerra costumam ficar cegas para a realidade e, numa espécie de delírio coletivo, passam a apoiar quase incondicionalmente as piores ações dos governantes que conduzem o conflito. No caso dos EUA pelo menos esse fenômeno parece estar ocorrendo. Ele pode ser visto nas ruas, na imprensa e principalmente na TV.



Texto Anterior: Editoriais: HORA DE ESCOLHER
Próximo Texto: Editoriais: DILEMA GENÉTICO

Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.