São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Febem
"A Febem tem diversas explicações para a rebelião ocorrida no Complexo Tatuapé no dia 4 passado, mas nenhuma delas mostra a verdadeira razão do motim: os adolescentes estão sendo submetidos, cotidianamente, a torturas e a maus-tratos. Além disso, estão instalados em locais totalmente inadequados. Qualquer ser humano, numa condição de espoliação e agressões, reage de alguma forma. De uma pessoa submetida constantemente a maus-tratos, não se pode esperar tranqüilidade, calma e serenidade. O Complexo do Tatuapé pode até ser desativado, mas, se o sistema Febem não for extinto, não vejo outra forma de os adolescentes reivindicarem seus direitos sem se rebelar."
Gorete Marques, secretária-executiva da Comissão Teotônio Vilela (São Paulo, SP)

Colômbia
"Acerta a Folha ao tratar de maneira central a questão dos paramilitares, informando sobre as eleições colombianas ("Paramilitarismo apóia Uribe, afirma ex-presidente Gaviria", Mundo, 3/4). O estado de guerra civil que a Colômbia atravessa tem influência em toda a América do Sul. Por exemplo, Venezuela, Panamá e Equador convivem com milhares de refugiados colombianos, que vivem próximos às fronteiras com o vizinho. As ações humanitárias das Nações Unidas não atendem à gigantesca demanda que se coloca. O governo colombiano precisa de condições para achar uma solução política que permita o desarmamento de guerrilheiros e paramilitares. Essa deve ser a principal preocupação da opinião pública sul-americana ao acompanhar a Colômbia. O Brasil, obviamente respeitando o povo colombiano, necessita envolver-se cada vez mais na busca de solução do conflito naquele país."
Pablo Solano (Santos, SP)

Eleições
"Em sua coluna de ontem ("Viva Itamar", Opinião), Clóvis Rossi diz que, em relação a eleição presidencial, o "Jornal Nacional" só trabalha com os dois candidatos do "establishment" (Lula e Alckmin) e nada diz sobre os demais, especialmente sobre Heloísa Helena (PSOL). Não é verdade. O "JN" tem coberto rotineiramente a disputa interna no PMDB e já abriu espaços às candidaturas de Roberto Freire e de Heloísa Helena. Se Rossi acha que esses candidatos merecem mais espaço, deveria dirigir a mesma crítica à Folha. Fiz uma pesquisa que abrange o período de 6/3 a 6/4: Heloísa Helena mereceu da Folha apenas uma pequena reportagem sobre sua candidatura, classificada de "possível" -e mesmo assim dentro de um contexto de alianças com outros partidos de esquerda. No período, fora notas em colunas e artigos, Heloísa Helena ainda "apareceu", com direito a uma declaração, em outras duas pequenas reportagens. Em outras seis, ela foi apenas citada -e não na condição de candidata do PSOL. Nos mesmos 30 dias, Heloísa Helena apareceu no "JN", com declarações, em três reportagens e foi citada na última pesquisa do Ibope. Na comparação com a Folha, o "JN" empata no número de vezes em que deu voz a Heloísa Helena. Nem a Folha nem o "JN" erraram. Deram à candidata a dimensão que ela tem no atual estágio da disputa eleitoral."
Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)

Vestidos
"É destituída de qualquer fundamento a nota "O fim", publicada em 5/4 na coluna de Mônica Bergamo (Ilustrada). Como empresária que luta para desenvolver uma nova opção de moda para a mulher brasileira, fiquei chocada com a notícia publicada, de caráter especulativo e desconectada da realidade, que indicava o possível fechamento de meu negócio. Reafirmo o meu compromisso com o desenvolvimento da marca Rogério Figueiredo e com a valorização do talento dos estilistas nacionais, que estão ajudando a estabelecer o alto conceito da moda brasileira em todo o mundo. Em respeito aos nossos funcionários e às nossas clientes, repudio veementemente os esforços dos que procuram outras razões para desqualificar o nosso trabalho."
Kátia Regina Pereira Grubisich, sócia do estilista Rogério Figueiredo (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Mônica Bergamo - A nota não afirmava que a loja de Kátia Grubisich e do estilista Rogério Figueiredo seria fechada, e sim que empresários que convivem com seu marido, José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, e com o ex-governador Geraldo Alckmin espalhavam a notícia -o que é fato. A informação de que o ateliê continuará em funcionamento foi devidamente registrada na mesma nota.

Nossa história
"Ao colocar a história do Brasil como trama teledramatúrgica, a minissérie "JK" justificou todos os aplausos. Por meio das recordações de um presidente da República e de seus contemporâneos -reais ou fictícios, notórios ou anônimos-, o país foi protagonista de um entrecho que deixou o ar com uma média de 27 pontos de audiência. Muito além das peripécias públicas e privadas do lendário estadista e da obsessão que ele corporificou em obra arquitetônica, foi o Brasil e sua história que suscitaram suspense, torcida, empatia. Juscelino e José Wilker, autores, elenco, direção e equipe técnica nada mais foram que veículos competentes e solidários de uma nação que contou, cantou e assistiu a si mesma. Por levar a memória nacional ao plano do entretenimento, transformando-a de registro cronológico em emoção compartilhada, a obra carreou para a TV o nem sempre justificado qualificativo de serviço de utilidade pública. Mas "JK" já é passado -na Globo e na vida. Chega de saudade. A realidade é que estamos em ano eleitoral, e cabe a nós escrever esse capítulo com a paixão e a honestidade que Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira escreveram os deles."
Consuelo de Castro, dramaturga e escritora (São Paulo, SP)

Itaú
"Em relação à reportagem "Ações da empresa disparam antes de sua venda", Dinheiro, 5/3), que cita o relatório de início de cobertura da Light, assinado pelo analista Sérgio Tamashiro, da Itaú Corretora, esclarecemos alguns pontos. Sobre a ilação anônima atribuída ao "mercado financeiro", de que a Itaú Corretora é uma das empresas que assessoram a empresa Cemig, tida como uma das candidatas à compra do controle da Light [a Cemig comprou a empresa em 28/3], afirmamos categoricamente que a Itaú Corretora não está assessorando nem a Cemig nem qualquer outro grupo interessado na aquisição do controle da Light. A reportagem aponta que, no relatório, "os analistas advertem os clientes que o documento poderia estar sujeito a conflito de interesse que afetasse a objetividade do texto". Trata-se apenas de um aviso de alerta ao leitor (mais conhecido por sua expressão internacional "disclaimer') que é padrão em todos os relatórios desse tipo escritos pela Itaú Corretora. A jornalista procurou o analista da Itaú Corretora por telefone, em razão da proximidade do leilão e do aumento da volatilidade do papel em bolsa. Ele preferiu não fazer comentários sobre a empresa diretamente à imprensa, para não alimentar especulação, e confirmou que sua opinião objetiva estava contida no relatório que havia sido divulgado aos clientes da Itaú Corretora."
Marcos De Callis, vice-presidente da Itaú Corretora (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Eleuses Vieira de Paiva: Dia Mundial da Saúde: é para comemorar?

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.