São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Bebida
"Na segunda-feira passada, o presidente do Conar, Gilberto Leifert, desqualificou as estatísticas sobre a dimensão dos problemas relacionados com o álcool no Brasil dizendo que eram feitas em grande parte por profissionais como eu, ativistas, e que teriam pouca validade.
Estranho mundo o nosso. O presidente de um conselho absolutamente desqualificado para defender o interesse público, que sistematicamente viola as próprias regras de auto-regulamentação e que defende um tipo de propaganda do álcool que ofende os valores de uma sociedade civilizada e deseduca milhões de crianças brasileiras, questiona mais de duas décadas de pesquisas que são publicadas em revistas científicas internacionais da melhor qualidade.
O resumo desses dados justifica a preocupação recente da OMS, que destaca o Brasil como um dos poucos países onde a mortalidade relacionada ao álcool é maior que à relacionada ao tabaco.
Os donos de agências de publicidade, bem como as redes de televisão, estão inconformados com a tendência do governo federal em controlar a propaganda do álcool. E ficam especialmente incrédulos com o movimento social que pressiona o governo, coordenado pela Aliança Cidadã pelo Controle do Álcool (Acca) -um simples conglomerado de 400 ONGs de saúde, educação e com várias religiões-, que, mesmo sem dinheiro e estrutura, consegue um abaixo-assinado com 700 mil assinaturas pedindo o banimento da propaganda do álcool nos meios de comunicação.
A saúde pública necessita de ativistas. E considero-me um deles. Com mais de cem artigos científicos publicados, cuja validade é reconhecida pelos meus pares, acredito ser um ativista qualificado, que coloca os interesses da população acima de qualquer valor.
O governo federal tem um bom teste pela frente. Ou defende a saúde dos brasileiros e proíbe a propaganda ou cede aos interesses espúrios da indústria do álcool e seus representantes no Conar. Para o bem da saúde pública, esse conselho deveria ser extinto."
RONALDO LARANJEIRA , PhD em psiquiatria pela Universidade de Londres, livre-docente em psiquiatria na Unifesp (São Paulo, SP)

Mensalão
"O artigo em tom de celebração do ex-deputado Roberto Jefferson, comentando os fatos de junho de 2005, é espantoso ("O Brasil está doente", "Tendências/Debates", 6/ 6). O que ele celebra? Ter sido parte integrante do caso das "verbas não contabilizadas'? "Fiz a minha parte, agora é a vez de vocês". Que parte? Que vez?
Sem embargo do inesgotável talento verbal do deputado, tudo indica que a parte dele ainda precisa ser explicada, enquanto a nossa deveria ser a de aprender a separar o joio do trigo. Apenas isso."
JAYME SERVA (São Paulo, SP)

 

"Seria risível, se não fosse aterradora, a posição de Roberto Jefferson, presidente do PTB, em artigo publicado ontem nesta Folha. Acreditando ter feito "sua parte" quanto ao escândalo do mensalão, o deputado cassado, tentado nos apresentar mãos limpas, esforça-se para se colocar do lado de cá do esquema, o lado da população estarrecida. O que nem todos os cidadãos esqueceram é que Jefferson foi muito mais do que espectador deste enredo bufo, só denunciando o mensalão após ter sido ele mesmo emparedado por escândalos nos Correios e em outras praças."
TÚLIO AUGUSTUS SILVA E SOUZA (Goiânia, GO)

Sonho de verão
"O indiciamento do irmão do presidente Lula pela PF nos faz ter vontade de acreditar que o Brasil começa a cumprir um dos princípios da nossa Constituição, que cita que "todos são iguais perante a lei".
Mas quando começamos a nos animar e até a sonhar com o nascimento de uma nação mais justa e decente, surge a notícia de que o Congresso vai recorrer contra a liminar que suspendeu o pagamento mensal aos parlamentares destinado ao reembolso de "gastos" nos Estados. E, para completar a decepção, centenas de desembargadores vão entrar com mandados de segurança contra o corte salarial que limitou a remuneração deles a "míseros" R$ 24,5 mil.
Parece que a decência e a cidadania, no Brasil, duram apenas um sonho de uma noite de verão."
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)

G8
"Num mundo dominado pela fome, pela Aids e pela necessidade de um posicionamento mais sério diante das questões referentes ao aquecimento global, Estados Unidos e Rússia se limitam a discutir o posicionamento de um sistema antimísseis na República Tcheca e na Polônia. Um mundo mais livre e democrático só seria possível sem a presença de George W. Bush, Vladimir Putin e Hu Jintao e suas políticas império-capitalistas."
THOMAZ ALVISI DE OLIVEIRA (Poços de Caldas, MG)

Notícias
"No dia 29/5, enviei à Folha notícia a propósito do andamento do procedimento aberto na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (da OEA) sobre denúncia encaminhada pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos que relatava a chacina praticada pela polícia paulista que resultou na eliminação de 12 pessoas no pedágio da rodovia chamada Castelinho.
Aquela comissão comunicava à fundação e ao Estado brasileiro que admitira a denúncia que demonstrava a chacina e a sua autoria e que abria um prazo de 60 dias para a manifestação das partes.
Para minha surpresa, esse jornal não publicou uma só linha dessa notícia, apesar de ter dado, na ocasião (2002), a melhor cobertura aos fatos.
Vendo anteontem (5/6), estampada na Primeira Página, a fotografia de uma manequim externando sua opinião favorável ao aborto, pergunto-me qual é a notícia de maior relevância.
É evidente que não quero interferir na linha editorial do jornal, mas é quase incompreensível que não se noticie um fato emanado de um órgão internacional de direitos humanos e se dê prioridade a uma opinião despida de qualquer fundamento, exclusivamente por se tratar de uma badalada modelo profissional."
HÉLIO BICUDO, presidente da FidDH (São Paulo, SP)

Queimadas
"Ao ler o editorial de ontem sobre o fim das queimadas (Opinião, pág. A2), senti uma chama de esperança no tocante à solução desse grave problema. O outrora tão decantado ar puro do interior não existe mais, e só voltará com o fim das queimadas."
SETSUKO GENI OYAKAWA MAGATTI (Mauá, SP)

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